A vida é precária e efémera. Passa tão
rápido que transcende a nossa lógica e compreensão humana. Nunca conseguiremos
viver plenamente, tendo em conta os achaques e sobressaltos da madrasta vida
que, em última instância, sentenciam-nos à morte. A morte é uma coisa
assustadora, implacável e horrível. Acontece que, por imperativo das leis
naturais resultantes do pecado original de Adão e Eva, temos todos que morrer
um dia (Génesis 3:1-24). É um facto consumado. Cada um de nós terá
que acertar contas com esta inexorável dizimadora de vidas. Desde os velhos até
aos mais novos, sem excepção, colocará todos debaixo do seu domínio. Seremos todos
consumidos por ela (LER). Mas para os autênticos Cristãos,
que esperam ansiosamente a promessa da ressurreição, a morte não configura
qualquer tipo de perigo, apavoramento e/ou fatalidade. A nossa vida – tanto
neste mundo como no outro – está bem segura nas potentes mãos do Omnipresente
JEOVÁ e “nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os
principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem
a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus,
que está em Cristo Jesus nosso Senhor” (Romanos 8:38-39). Por isso,
para nós Cristãos, o viver é Cristo e o morrer é ganho (Filipenses 1:21).
Vem todo este introito a propósito do
desaparecimento físico hoje do estimado irmão Carlos Alberto Domingues. Fiquei
bastante surpreendido com tal notícia. Tomei conhecimento do seu internamento
no culto vespertino da minha Igreja, a Evangélica Baptista da Amadora, no
passado domingo, onde estivemos inclusive a orar pela sua rápida recuperação.
Ainda ontem, por voltas das 18 horas, tive a grata oportunidade de falar telefonicamente com ele para inteirar-me melhor do seu estado de saúde. Ele, por
sua vez, de forma lúcida e sorridente, como de costume, garantiu-me que estava
bem e pronto para receber alta. Acontece que, por algumas alterações
supervenientes, só teria alta na segunda-feira. Respondi-lhe que o essencial
era a sua saúde e o facto de estar bastante melhor. Ele, por sua vez, concordou
redundantemente comigo no seu peculiar estilo. Perguntou-me depois como é que
eu estava, os meus irmãos e a Igreja. Disse-lhe que estávamos todos bem. Antes
de terminarmos a conversa, prometi-lhe que ia continuar a orar por ele,
desejando-lhe boa sorte. E ele retorquiu-me com um obrigado. E assim acabámos a conversa.
Não imaginava que estava a ter a
última conversa com o meu mais velho irmão na Fé. Tanto que, por esta razão,
duas horas depois dessa conversa, por ficar completamente satisfeito com o seu
positivo estado clínico, publiquei a foto que tirámos na Igreja para enaltecer
a nossa longa amizade (LER). Já hoje, por volta da hora do
almoço, dei conta surpreendidamente que o irmão Domingues tinha acabado de
falecer há momentos.
Guardo boas recordações do irmão
Domingues, sobretudo pelo cuidado especial que tem tido para comigo na
efectivação da minha integração na nossa Igreja e edificantes conversas
teológicas e políticas que temos tido ao longo dos anos. Um irmão que conseguiu
devotamente combater o bom combate da fé (2 Timóteo 4:7-8),
honrando o Senhor Jesus no seu congruente testemunho de vida durante a sua
peregrinação neste descrente e corrupto mundo. Resta, pois, ao irmão Domingues
ouvir do Senhor Jesus as galardoadas palavras: “muito bem, servo bom e
fiel; sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu
senhor” (Mateus 25:21).
A toda a família enlutada,
especialmente à irmã Rita Domingues e seus filhos, as minhas sentidas
condolências. Que o nosso Eterno e Todo-poderoso DEUS vos abençoe e vos ajude a
superar esta ausência do irmão Domingues. Que a Graça e Paz do SENHOR Jesus
esteja com todos vós.