Tenho demorado imenso nos últimos tempos a ponderar seriamente sobre a precariedade da vida, na sua multiforme configuração antropológica, e na funesta realidade da morte. Também tenho reflectido no profundo impacto humano-sociológico da morte na vida de inúmeras famílias que sofrem pesarosamente todos os dias com a perda irreparável dos seus entes queridos. A morte é o pior inimigo do Homem a todos os níveis. Um pesadelo que definitivamente persegui-lo-á para o resto da sua vida. Mistério que ele jamais conseguirá desvendar ou compreender holisticamente. É um mundo praticamente incognoscível para ser explorado e, consequentemente, possibilitar a concepção de antídotos necessários para a sua definitiva erradicação no seio dos seres humanos (LER). Condiciona Condiciona decisivamente os ambiciosos projectos do Homem, reduzindo-o ao pó da terra, confirmando assim a sua frágil e momentânea passagem neste “vale de lágrimas”.
Por vicissitudes supervenientes, sobejamente bem conhecidas pelos Cristãos, a morte foi algo acidental no percurso do Homem. Resulta, tão-simplesmente, da manifesta desobediência deste no início da criação no jardim do Éden. O Homem não tinha sido criado para morrer, mas sim com o único propósito de usufruir a plenitude da vida eterna que lhe fora soberanamente outorgada pelo Omnipotente e Bondoso Jeová (Génesis 1:26-30). Foi o próprio Homem que, na sua exacerbada presunção, provocou deliberadamente esta sua sentença condenatória. Originou-a sem estar minimamente preparado para encarar posteriormente a sua trágica implicação prática, razão pela qual não aceita em circunstância alguma a ideia de morrer. Acontece que, por imperativo das leis naturais resultantes do pecado original de Adão e Eva, temos todos que morrer um dia (Génesis 3:1-24). É um facto assente e consumado. Cada um de nós terá de acertar contas com esta inexorável dizimadora de vidas. Viemos mesmo a este mundo para morrer, infelizmente.
A morte é completamente insensível à dor e ao sofrimento humano. Não quer saber absolutamente nada das nossas legítimas aspirações de vida. Não familiariza com ninguém. Detesta o nosso progresso e bem-estar social. É o nosso pior carrasco. Por isso, desde os velhos até aos mais novos e vice-versa, sem excepção, colocará todos debaixo do seu domínio. Seremos todos consumidos por ela. Morrer é o destino final de todos os seres humanos neste maldito mundo.
Apesar desta aparente e momentânea vitória da morte sobre o Homem, ela também será destruída pelo poder do nosso Todo-Poderoso DEUS num abrir e fechar de olhos. É o último inimigo a ser vencido e, deste modo, cumprir-se-ão o que dizem as Sagradas Escrituras: “a morte foi destruída numa vitória completa. Ó morte, onde está agora a tua vitória? Onde está o teu poder de matar? O poder da morte é o pecado e o que dá poder ao pecado é a lei. Graças a Deus que nos deu a vitória por meio de nosso Senhor Jesus Cristo!” (1 Coríntios 15:55-57, Isaías 25:8). Aleluia!
Até lá, neste compasso de espera da consumação dos séculos, todos nós, teremos de confrontar-nos com este fatídico destino das nossas vidas de múltiplas formas. Cada um à sua sorte. Uns mais cedo que os outros. Queiramos ou não. Somos destinados a morrer um dia – voltar novamente ao pó da terra de onde outrora proviemos (Génesis 2:7; 3:19).
A única solução exequível que nos resta para alcançarmos a perfeita redenção salvífica passa, acima de tudo, em mentalizarmo-nos plenamente com o pesadelo da morte e prepararmos da melhor forma possível a sua repentina chegada. E isto se traduz em depositarmos inteiramente o destino da nossa vida aos supremos cuidados do nosso Único Senhor e Suficiente Salvador Jesus Cristo, estando em harmonia com tudo e todos à nossa volta. E assim, com o espírito do dever cumprido, partir tranquilamente deste mundo em Paz para as Bem-aventuranças Eternas. Que assim seja. E assim será pela fé no nome Bendito de Jesus Cristo. Amém.