O MINISTÉRIO DO PÚLPITO (9): O Impreterível Percurso da Salvação


Foi o tema da minha pregação no passado dia nove de Setembro na Igreja Evangélica Baptista da Amadora (LER), onde sempre comunguei como membro, baseado no texto bíblico do Evangelho segundo Lucas 9:51-62 (ALI) (AQUI). O primeiro versículo desta porção das Escrituras Sagradas é-me bastante caro. Tem-me, por vicissitudes várias e supervenientes, edificado e despertado concomitantemente inúmeras inspirações. Dito por outras palavras, o Todo-poderoso DEUS tem-me falado de forma tremenda através dele. E, tanto que, por esta razão, ainda no ano passado, desdobrei-me a escrever cinco prolixos artigos sobre a teologia soteriológica que encerra, sob o título mortificador: "Considerações Pascais: A Via Dolorosa Para o Calvário (I)(II)(III)(IV)(V)", concentrando-me especialmente numa abordagem Cristocêntrica e com todas as implicações teológico-doutrinárias que isto representa no processo da salvação da Humanidade. Já na pregação em apreço procurei, humildemente, com ajuda do Espírito Santo, fazer uma análise mais prática, conjugando os onze versículos numa cadeia horizontal da realidade vivencial do Cristianismo (VER)

“Aproximando-se o tempo em que seria elevado aos céus”, escrevia o autor sagrado, o Senhor Jesus “partiu resolutamente em direção a Jerusalém” (Lucas 9:51). O Filho de DEUS tomou, de forma deliberada e esclarecida, a intrepidez de peregrinar para a Terra Santa, cumprindo assim com a impoluta vontade de DEUS na Sua vida. Esta não foi uma decisão qualquer e, tão pouco, fácil. Ela envolvia tremendas dificuldades, ricos associados, incompreensões, oposições dos homens e, por fim, a morte na Cruz do Calvário. Aliás, num contexto diferente desse, mais concretamente na região de Cesária de Filipe, o Senhor Jesus predizia abertamente a Sua morte expiatória em Jerusalém, informando aos seus discípulos "que era necessário que ele fosse para Jerusalém e sofresse muitas coisas nas mãos dos líderes religiosos, dos chefes dos sacerdotes e dos mestres da lei, e fosse morto e ressuscitasse no terceiro dia” (Mateus 16:21). Mesmo assim, era o caminho que Ele tinha impreterivelmente que percorrer para a nossa redenção. Perante este facto, o Senhor Jesus não desobedeceu a orientação Divina da pungente trajectória que tinha de enfrentar. 

Levando determinadamente avante esta árdua e íngreme tarefa – de se deslocar a Jerusalém – deu instruções aos mensageiros para irem preparar-Lhe atempadamente o lugar para pousar em Samaria, porque era necessário atravessar aquela circunscrição territorial, e também aproveitar ao mesmo tempo para descansar ali temporariamente, com os seus discípulos (Lucas 9:52). Acontece que, por razões de rivalidades raciais e religiosas, entre os judeus e os samaritanos (João 4:9; 20-26), estes declinaram-Lhe redondamente a solicitação com a esfarrapada desculpa que “o seu aspecto era como de quem ia a Jerusalém” (Lucas 9:53). Tal deve-se, além dos motivos acabados de mencionar, mormente, ao facto dessas pessoas perceberem que Ele era judeu e ia devotamente adorar em Jerusalém ao DEUS vivo, a verdadeira adoração, e não no profano e descaraterizado monte Gerizim como eles equivocadamente faziam (João 4:20), razão pela qual desdenharam-Lhe. 

Há ainda uma outra agravante nesta rejeição do Messias, patente nas profecias de Isaías e nos Salmos: o Filho do Homem “não tinha beleza nem formosura e, olhando nós para ele, não havia boa aparência nele, para que o desejássemos”. Por isso, “era desprezado, e o mais rejeitado entre os homens, homem de dores, e experimentado nos trabalhos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum” (Isaías 53:2-3). Um “verme”, em suma, “e não mais um homem, motivo de zombaria do povo, humilhado e desprezado pela humanidade (Salmo 22:6). São cúmulos de motivos para, de forma grotesca e preconceituosa, o "Servo Sofredor", ser rejeitado por estes maus samaritanos (LER)

Importa ainda salientar que o Senhor Jesus não foi apenas insensivelmente rejeitado, desde o início da Sua encarnação, pelo Seu próprio povo (Lucas 2:7; João 1:11), mas também pelas pessoas de todas as raças do mundo – a Humanidade em geral. E esta incredulidade, em não querer deliberadamente recebê-Lo em suas vidas persiste, infelizmente, ainda hoje nos nossos tenebrosos dias ditos “pós-modernos”. Cada um dá as suas desculpas, para não querer nada com Ele, tal como veremos nos versículos subsequentes.  E esta nega dos samaritanos foi logo a primeira barreira inicial que surgiu abrupta e repentinamente no longo percurso do Senhor Jesus, com intuito de obstaculizá-Lo no Seu nobre propósito de ir a Jerusalém. 

Tudo isto remete-nos para o cálculo objectivo de que, ao procurar conformar-se à vontade de DEUS, surgirão sempre oposições ferozes e diversificadas para nos distrair, desanimar e desviar do nosso foco espiritual de prosseguir para Jerusalém Celestial. Vamos, máxime, ser objecto de preconceito, humilhação, chacota, desprezo e perseguição por parte de terceiros. O Diabo e os seus demónios usam camufladamente todos os artifícios ao seu dispor, até mesmo pessoas próximas, amigas e familiares, para nos tentar afastar da soberana vontade de DEUS. E, em determinados casos, para executar o seu obstinado plano maléfico, depois de debalde tentativas, lança-nos, inclusive, os “espinhos na carne”. Foi, por todos, o que fez com o Apóstolo Paulo (2 Coríntios 12:7) e, da mesma sorte, instrumentalizando o Apóstolo Pedro para colocar a “pedra do tropeço” no caminho do Senhor Jesus quando este tinha revelado abertamente aos seus discípulos o maravilhoso plano da salvação, usando as falinhas mansas "tem compaixão de ti, Senhor; isso de modo algum te acontecerá” (Mateus 16:22; Marcos 8:32-33). Precisamos, por isso, de discernimento espiritual suficiente e da preciosa ajuda do Espírito Santo para revestirmo-nos das armaduras de DEUS. Só assim, estaremos preparados para “apagar todos os dardos inflamados do maligno” (Efésios 6:18), com a peremptória e triunfante repreensão formulada pelo Senhor Jesus: “para trás de mim, Satanás, que me serves de escândalo; porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas só as que são dos homens” (Mateus 16:23). 

Mesmo com esta oposição inicial, o Senhor Jesus não perdeu de vista a Sua sagrada Missão. Além de não pagar o mal pelo mal, aliás, como Tiago e João, “filhos de trovão” (Marcos 3:17), instaram-Lhe efusivamente a fazer, isto é, para mandar descer o fogo do céu para destruir os samaritanos, tal como outrora o profeta Elias fez com os servos do ímpio rei Acazias (Lucas 9:54; 2 Reis 1:1-18). Vemos, por sua vez, a postura amorosa e tolerante do Senhor Jesus com os inimigos, mostrando-lhes o substrato da Sua obra missionária no mundo –  que não é destruir as vidas dos homens, mas sim salvá-las do pecado (Lucas 9:56; 19:10). Ser Cristão é encarnar holisticamente a mensagem do amor, em todas as suas vertentes humano-teológicas, e produzir com ele os frutos do Espírito, que são: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança (Gálatas 5:22). Quando o crente encarna estes excelsos atributos jamais pactuará com atitudes vingativas para com o próximo e, nem tão pouco, lançará anátemas sobre o seu inimigo, dizendo: “feliz aquele que pegar teus filhos e esmagá-los contra a pedra” (Salmo 137:9); ou almejar para os que passam não lhe bendiga com "a bênção do Senhor seja convosco! Nós vos abençoamos em nome do Senhor” (Salmo 129:8), visto que a vingança pertence ao Senhor (Deuteronómio 32:35; Romanos 12:19; Hebreus 10:30). No devido tempo, ELE dará cada um aquilo que bem merece (2 Timóteo 4:14). E o próprio Senhor Jesus já lhes havia dado a devida instrução neste sentido – em caso de provocação, rejeição e até mesmo agressão –, exortando-lhes a abençoar aos que lhes amaldiçoem, orando pelos que os acusam falsamente. Ao que lhes bater numa face, oferecer-lhe igualmente a outra; e, ao que tirar-lhes a capa, não lhes impedir de tirar também a túnica (Lucas 6:28-29). E se, porventura, forem rejeitados ao ponto de ninguém lhes receber, nem escutar as suas palavras, apenas sair de forma ordeira, sacudindo a poeira dos seus pés (Mateus 10:14), deixando depois o juízo final nas mãos do Eterno DEUS. E foi exactamente isso que o Senhor Jesus congruentemente traduziu em prática: saiu dali, discretamente, e seguiu para outra aldeia (Lucas 9:56), tendo sempre presente o Seu grande objectivo final, que era ir a Jerusalém morrer pelo pecado da Humanidade. 

E quando iam a caminho, o Senhor Jesus não descurou o Seu substrato missionário. Estava bastante determinado em chegar à Cidade Santa e concomitantemente anunciava durante o percurso a Boa Nova da Salvação. Nos versículos 57 a 62 do capítulo em apreço, o autor sagrado relata-nos três impressionantes histórias missionárias protagonizadas pelo Senhor Jesus. O primeiro, escrevia o Evangelista Lucas, “houve alguém que disse a Jesus: irei contigo para onde quer que fores” (Lucas 9:57). Numa análise desatenta poderemos ser induzidos a afirmar: uau, que grande afirmação! Mas o Senhor Jesus, que é o conhecedor de todas as coisas visíveis e invisíveis, sabia de antemão que tal afirmação não correspondia à realidade, ou seja, foi dita sem noção plena do que significa autenticamente segui-Lo de “corpo e alma”. Por isso, desdobrou-Se a admoestar à pessoa voluntariosa todas as implicações humano-espirituais que envolvem ser Seu discípulo, uma vez que “as raposas têm tocas e as aves têm ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde encostar a cabeça" (Lucas 9:58). Por outras palavras, o Senhor Jesus estava a mostrar-lhe que comungar da Sua Redentora mensagem não se traduz automaticamente em ser bem-sucedido do ponto de vista material, como muitos equivocadamente pregam através do “evangelho da prosperidade”, antes pelo contrário requeria o “despojar-se” de tudo, estando, inclusive, preparado para sofrer fome, sede, nudez, bofetadas e não dispor da morada certa (1 Coríntios 4:11), tal como foi humilhantemente com Ele e com os seus discípulos. Jamais podemos contar com o tesouro aqui na Terra, mas sim no céu onde Ele foi-nos preparar o lugar (João 14:1-3). Ele que criou tudo o que existe no Céu e na Terra, mesmo assim não tinha aqui no mundo dos homens "para onde reclinar a cabeça”. Humilhou-se da Sua natureza Divina, e de tudo aquilo que os humanos consideram como sendo o ideal de vida, tomando a forma de escravo (Filipenses 2:5-8). Nasceu fora de Jerusalém, onde residia a fina flor judaica, em condições extremamente precárias e de uma família bastante pobre. Foi, igualmente, crucificado fora dos portões de Jerusalém com dois malfeitores (Hebreus 13:12; Lucas 23:33). Exerceu provavelmente a carpintaria, uma profissão que não era da nobreza. Não tinha qualquer tipo de propriedade privada (Mateus 8:20), bem como não desposou a ponto de ter filhos e deixar herdeiros. Vivia da esmola dos outros, sobretudo das mulheres que, na altura, não tinham qualquer tipo de reputação social (Lucas 8:2-3). Não teve uma formação religiosa destacada, tal como os escribas e fariseus. Veio de uma região onde nem sequer havia um profeta (João 7:52) e, muito menos, se esperava alguma coisa de boa (João 1:46). Viveu como um marginal e acabou como um criminoso na Cruz do Calvário. No entanto, é este homem de “dores e experimentado nos sofrimentos” (Isaías 53:3)“irrelevante" e "fracassado" aos olhos do prepotente mundo, que habita toda a plenitude de DEUS "e foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades” (Colossenses 1:15-17)

Tudo isto para nos mostrar que o nosso foco não deve ser nos transitórios ornamentos e corruptíveis riquezas deste “presente século mau" (Gálatas 1:4), como foi  incongruentemente com Demas que abandonou o Apóstolo Paulo no momento crítico do seu ministério, preferindo as coisas deste mundo, indo para Tessalónica (2 Timóteo 4:10), mas sim nos incorruptíveis valores espirituais. E a pessoa que havia manifestado o forte desejo de segui-Lo, infelizmente, não tinha acautelado previamente essas importantes verdades. É o que acontece, em inúmeras situações, com os ditos Cristãos que negligenciam deliberadamente todo o Conselho de DEUS (Actos 2:27), acabando assim por ficar desapontados na sua equivocada mundividência espiritual, levando-os a naufragar na fé. Himineu e Alexandre, por todos os exemplos, pertencem ao número desses (1 Timóteo 1:19-20). Por isso, é extremamente importante elucidar pacientemente as pessoas dos prós e contras que envolvem aderir ao Evangelho para assim poderem decidir de forma deliberada, livre e esclarecida. Foi isso que o Senhor Jesus fez aqui para com a pessoa em causa. 

Na segunda história foi o próprio Senhor Jesus que tomou a iniciativa de formular o convite da salvação a um pecador, através de simples e poderosas palavras: “Segue-me" (Lucas 9:59). Foram precisamente as mesmas palavras que o Senhor Jesus usou para evangelizar o publicano Mateus. E este, por sua vez, diz o autor sagrado, “levantando-se, o seguiu” (Mateus 9:9). Já esta segunda pessoa não se prontificou de imediato a seguir o Senhor Jesus. A resposta dele foi: “Senhor, deixa que primeiro eu vá a enterrar meu pai” (Lucas 9:59). Ele não estava nada pronto para seguir o Senhor Jesus. Queria, de antemão, aos olhos dele, cuidar do seu pai para depois vir aderir ao Evangelho. Acontece que, esta sua resposta, não convenceu o Senhor Jesus pelo que lhe respondeu insistentemente: “deixa aos mortos o enterrar os seus mortos; porém vai e anuncia o reino de Deus” (Lucas 9:60). Podemos extrair nessas sábias palavras do Senhor Jesus a urgência que envolve em confessá-Lo como Único Salvador das nossas vidas, pois não sabemos o que poderá acontecer à nossa vida caso não aproveitemos os apelos da salvação. A nossa vida, desde logo, não está nas nossas mãos.  Enquanto é dia é importante reconciliarmo-nos cedo com Ele, caso contrário a noite vem quando ninguém mais poderá trabalhar (João 9:4), evitando assim correr o risco de vislumbrar o sol a declinar. A urgência em aceitar o Senhor Jesus sobrepõe-se a qualquer outro tipo de realidade terrena. Está acima das nossas polutas aspirações e todos os contextos humano-sociais que nos cercam. É extremamente urgente e indispensável buscar “primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas (Mateus 6:33), porque “quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim”, exorta[va] o Senhor Jesus (Mateus 10:37)

Com isso, importa ainda salientar, que o Senhor Jesus não estava a recomendar que devêssemos ser insensíveis à realidade dos nossos progenitores a ponto de desprezá-los. Não, não é nada disso. A própria palavra de DEUS ensina-nos a honrar o nosso pai e a nossa mãe, para que se prolonguem os nossos dias na terra que o Senhor nosso Deus nos vai dando (Êxodo 20:12). É o primeiro mandamento com promessa, vincava o Apóstolo Paulo (Efésios 6:2). A questão fulcral nesta afirmação do Senhor Jesus é a de nunca darmos primazia a nada que não seja o Evangelho. Tudo o que nos possa levar a afastar do Evangelho, devemos estar manifestamente prontos a renunciá-lo – não importa se são os nossos pais, conjugues, filhos, familiares, amigos, conhecidos e qualquer outro tipo de laços de afinidade. DEUS e a Sua Santa obra estão em primeiro lugar e devem também estar em primeiro lugar nas nossas vidas. Infelizmente, por razões várias e cognoscíveis, não é isso que temos vindo a assistir ao longo da milenar história do Cristianismo. Há crentes que colocam as suas egocêntricas prioridades e “ídolos” em primeiro, em detrimento do Evangelho, sendo manifestamente incongruentes com a profissão de fé que outrora abraçaram. Este individuo a que o Senhor Jesus gentilmente formulou o convite, fazendo fé à sua resposta, o funeral do seu pai era mais importante e premente do que seguir imediatamente o Evangelho. Não é assim, desta forma, que muita gente se comporta quando é evangelizada? 

E, por fim, na terceira história, quase similar ao segundo, “disse também outro: Senhor, eu te seguirei, mas deixa-me despedir primeiro dos que estão em minha casa” (Lucas 9:61). Foi, praticamente, o mesmo pedido que Eliseu fez ao profeta Elias solicitando-lhe: “Deixa-me beijar a meu pai e a minha mãe, e então te seguirei” ( 1 Reis 19:19-20). E isto lhe foi permitido (1 Reis 19:20-21). Mas o ministério do Evangelho, escrevia um reputado biblista, “tem a preeminência sobre qualquer outra actividade, e o seu serviço é mais urgente do que o dos profetas” A pessoa em causa queria seguir Jesus, mas não queria fazê-lo sem previamente despedir-se dos que estão em sua casa. Demonstrava afinidade com a mensagem do Evangelho e simultaneamente com a sua família. Dava primazia à sua família e queria fazê-lo também com o Evangelho. Ora, do ponto de vista teológico-espiritual, as duas realidades são incompatíveis e irreconciliáveis, uma vez que “ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar a um e amar o outro, ou há de dedicar-se a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas” (Mateus 6:24). O Senhor Jesus quer de nós disponibilidade total, dedicação e compromisso, caso contrário “ninguém que coloca a mão no arado, e fica contemplando as coisas que deixou para trás, é apto para o Reino de Deus” (Lucas 9:62). 

Nestas últimas duas histórias vimos como é que as pessoas arranjam facilmente desculpas para não se comprometerem com a mensagem do Evangelho. Foi uma táctica antiga e recorrente ao longo História do Cristianismo. Aplica-se aos crentes como aos não crentes. Aqueles desdobram-se em vários pretextos para não aderir à Boa Nova da Salvação, preferindo continuar na sua vida saturada e cheia de pecado. E estes, por sua vez, inventam várias justificações para não se vincularem na Seara do Mestre. E, nalguns casos, tal como nos relatos aqui invocados, as justificações transparecem, numa leitura descuidada, “atendíveis”, visto que procuram ardilosamente arranjar argumentos aparentemente “consistentes” e “inquestionáveis” para não se comprometerem com a obra de DEUS. Mas essas justificações acabam sempre por revelar no seu âmago a insuficiência, descomprometimento, superficialidade, indolência e miséria espiritual de tais pessoas que as invocam. A família, os amigos, o trabalho e os nossos afazeres jamais poderão ser obstáculo para aqueles que verdadeiramente querem seguir fielmente o Senhor Jesus, porque DEUS, a Sua Sagrada Palavra, a Igreja, o compromisso, a santidade da vida Cristã, a Evangelização e as Missões são prioridades máximas na vida de um devoto Cristão. Que DEUS nos ajude, de facto, a interiorizar tais inegociáveis e inadiáveis verdades soteriológicas nos nossos corações, procurando viver única e exclusivamente através da Sua Soberana Vontade. Só assim, estaremos a demonstrar com os nossos actos que somos genuinamente filhos de DEUS e estamos a caminhar determinadamente para Jerusalém Celestial. Que assim seja.