Um Dia, Uma Fotografia: Bissau, Há 31 anos


Esta criancinha atinada de quatro anos retratada na imagem carrega com ela uma tremenda e infindável história de vida. Aprendeu muito cedo a desenrascar-se e a fazer pela vida. Provém de uma família bastante humilde e pobre (LER). Considera-se, por isso, pobre, uma vez que os seus progenitores  eram pobres (fidju di coitadi i coitadi!). Demonstrou, desde sempre, uma postura sisuda e responsável (LER). Nunca conscientemente desdenhou o próximo. Nunca subordinou ou deixou-se subordinar por outrem. Nunca, naquilo que estiver ao seu alcance e poder, deixou de prestar auxílio a quem dele precisasse. Nunca relegou um dos seus substratos identitários de “coração de pomba”. Nunca prejudicou ninguém. Nunca entrou em conflitos desnecessários. Nunca, da mesma sorte, criou expectativas irrealistas e, tão pouco, deixou-se ludibriar pelas ilusões efémeras do “presente século mau”. Contentou-se sempre com aquilo que honestamente dispõe. É bastante grato pelo dom da vida, saúde, família, amigos e oportunidades que vai tendo diariamente, especialmente grato ao seu Omnipresente DEUS que lhe outorga graciosamente todas estas comodidades e bênçãos terreno-celestiais (LER)

Esta humilde criança foi sempre desprendida e aversiva ao materialismo e aos valores mundanais. Nunca ambicionou honrarias dos Homens, mas procurou sempre acomodar-se às coisas simples. Abomina tudo aquilo que entra em contradição com os seus impolutos Princípios e Valores Cristãos. Teve, por assim dizer, de forma subsumida, sempre os pés bem assentes na terra. Teve sempre o “coração nas mãos”.  Teve, desde o começo do seu percurso de vida, e vai ter sempre com ele, o Eterno e Todo-Poderoso DEUS no seu coração para toda a eternidade. Ama-O acima de todas as coisas, e não vê a sua vida fora dos seus Santos desígnios, não obstante as contradições e contrariedades que vai enfrentando da madrasta vida. Julga-se uma pessoa manifestamente feliz (LER). Julga, sobretudo, que inala a felicidade e vive-a intensamente no seu dia-a-dia, bem como procura sistematicamente transmiti-la aos terceiros que fazem parte do seu círculo de amizade e relacionamentos. Esta criança hoje é já um adulto. Um jovem adulto (LER). Um autêntico homenzarrão em todos os aspectos que, mesmo assim, continuou a encarnar holisticamente tudo aquilo que outrora era. Esta criancinha, felizmente, sou eu[1] – que sou o que sou pela graça de DEUS. Aleluia! 



[1] A foto foi tirada em Bissau, em 1988, tendo eu na altura quatro anos de idade.