O Salmo 23 é inquestionavelmente um dos Salmos
que mais inspirou os santos de DEUS ao longo dos séculos, tendo em conta a poderosíssima
mensagem teológica que encerra. Perfila-se também como um dos meus favoritos versículos
bíblicos. Memorizei-o desde tenra idade, nos bancos da Escola Bíblica Dominical
(EBD), e permanece perfeitamente gravado na minha mente até aos dias de hoje. É
um Salmo a que recorro reiteradamente nos meus devocionais, mormente nos
momentos mais cruciais, e vai continuar sempre assim durante toda a minha
peregrinação neste "vale de lágrimas". Ele é o prenúncio da Igreja Triunfante,
razão pela qual deve fazer parte do cardápio espiritual de todos os fiéis no
Senhor Jesus Cristo.
O Salmo 23 expressa o cuidado especial que o
Todo-poderoso DEUS tem para com o seu eleito povo, ilustrado na ternurenta e
amorosa figura do Bom Pastor que o Filho de DEUS vai reclamar na Sua humilde encarnação
(João 10:11-16). O Bom Pastor que está pronto a morrer pelas suas ovelhas,
tal como o Senhor Jesus fez connosco, diferentemente do "assalariado" que não
se importa minimamente com as ovelhas (João 10-12-13). O Sumo Pastor (1 Pedro 5:4) proporciona às
suas ovelhas provisão, direcção e protecção, saciando-lhes assim todas as suas
necessidades físico-espirituais. Apesar de todo este amparo e reconforto que o Bom Pastor
proporciona para as suas ovelhas na longa trajectória à "Terra Prometida",
acontece que surgirão pontualmente os "vales da sombra da morte" que teremos de
enfrentar. Mesmo assim, usando "o escudo da fé" (Efésios 6:16), não temos que
ter medo de nada, porque o Senhor estará sempre connosco. Os "vales" são inevitáveis
provações que o Omnisciente DEUS permite para moldar o nosso carácter e,
deste modo, preparar-nos para entrar no Céu (LER).
Esta soteriológica verdade remete-nos
indubitavelmente para o percurso peculiar do povo de DEUS no deserto e a sua
milagrosa passagem pelo mar vermelho (Êxodo 14:15-31), bem como dos grandes heróis
da fé (Hebreus 11:1-40). Tal
como Baraque venceu os cananeus no vale de Jezreel, Josafá os amonitas, os
moabitas e habitantes dos montes de Seir no vale de Beraca (2 Crónicas 20:26-27),
Gideão os midianitas no vale de Moré (Juízes 7: 1), David os edomitas no vale
do sal (2 Samuel 8:13; 1 Crónicas 18:12), etc., assim também venceremos todos os "vales" que aparecerão no nosso caminho. Isto
porque, tal como expressamente dizia a profecia messiânica, "todos os vales serão levantados, todos os
montes e colinas serão aplanados; os terrenos acidentados se tornarão planos;
as escarpas, serão niveladas" para a libertação definitiva do povo de DEUS (Isaías 40:4; Mateus 3:3; Marcos 1:3; João
1:23). E, assim, em todas estas coisas, escrevia peremptoriamente o
Apóstolo Paulo, "somos mais do que
vencedores, por aquele que nos amou” (Romanos 8:37). Venceremos todos os
nossos inimigos, sobretudo o Diabo, com a força e unção do Espírito Santo, evidenciado pelo salmista através de um banquete de vitória a frente dos nossos inimigos (Salmo 23:5),
concluindo, com a grande promessa, que a bondade e a misericórdia seguir-nos-ão
todos os dias da nossa vida e habitaremos na Casa do Senhor para toda a
eternidade (Salmo 23:6). Que assim seja.