«Cabem
neste rótulo, segundo essas concepções, mulheres que querem ser superiores aos
homens, mulheres amargas e obcecadas com todas as referências culturais de
género, lésbicas, mulheres que querem ser iguais aos homens, imitando os seus
comportamentos, mulheres que rejeitam todos os símbolos de feminilidade como,
por exemplo, os cuidados com o corpo. Ou seja, mulheres que não se depilam, não
se maquilham, não usam roupa justa, saias ou saltos altos. Esta feminista eu
não sou de certeza. (…) Sei que ao nível das desigualdades de género ainda há
algumas coisas a fazer, nomeadamente fomentar a representação das mulheres nos
cargos de poder e garantir o acesso pleno dos homens à paternidade. E sei
muitas outras coisas, não tivesse dedicado um doutoramento a estes assuntos.
Quanto às diferenças culturais entre homens e mulheres, só posso dizer que
também sou fruto delas. As diferenças não me apoquentam, apenas as
desigualdades me chateiam. Gosto de cozinhar, passar horas na cozinha a
bebericar vinho e preparar um jantar para amigos. Gosto de fazer panquecas e
bolos para o meu namorado. Sou um pouco obcecada com a limpeza da casa. Não
percebo nada de futebol e conduzir não é seguramente uma das minhas melhores
competências. Sou vaidosa, gosto de comprar sapatos e acompanhar as tendências
da moda. Isto faz de mim menos feminista?» (LER).