OS EQUÍVOCOS TEOLÓGICO-DOUTRINÁRIOS SOBRE A CEIA DO SENHOR: (3): Será Que Um Cristão Baptizado Poderá Privar-se da Ceia do SENHOR?



A outra questão pertinente é a de saber se, de facto, um Cristão baptizado poderá deliberadamente privar-se da Ceia do Senhor? Entendemos obviamente que não. Jamais um crente poderá abdicar de comungar da Ceia do Senhor, uma vez que é uma ordenança bíblica que transcende o seu livre-arbítrio. Uma ordenança é uma ordem, mandado, lei e, portanto, revestido de força obrigatória geral. Não está à disposição do particular, neste caso do Cristão, razão pela qual tem imperiosamente de ser reverenciada e escrupulosamente cumprida. Ademais, ela retrata a comunhão visível do crente com o Senhor Jesus e a sua Santa Igreja. E todo o redimido no Senhor Jesus não está autorizado a furtar-se a tão sagrada comunhão eclesiástica, mesmo que seja temporária. O vínculo com DEUS é permanente e eterno. 

No entanto, tendo em atenção tais importantes observações, importa ainda salientar que o crente também não pode tomar a Ceia de forma indigna, sob pena   de ser culpado do corpo e do sangue do Senhor Jesus (1 Coríntios 11:27). Por outras palavras, o crente não pode tomar a Ceia do Senhor em condições de pecado. Precisa esclarecidamente estar consciente da sua condição espiritual, no sentido de não ter qualquer tipo de diferendo com DEUS ou com o seu próximo, para assim poder comungar da Ceia[1]. Por isso, zelar diariamente pela nossa santidade é condição indispensável para a vitória espiritual.  Infelizmente, na generalidade das situações, não é isso que acontece. Mesmo assim, não é desculpa para não estar em devida comunhão com DEUS. Podemos sempre pedir-Lhe perdão dos nossos pecados, bem como reconciliar-se oportunamente com Ele e com o nosso próximo o mais rápido possível.  Se for possível, quanto depender de nós, exortava inspiradamente o Apóstolo Paulo, “tende paz com todos os homens” (Romanos 12:18). Assim sendo, nesta linha de orientação, de acordo ainda com a revelação da Palavra de DEUS, “se trouxeres a tua oferta ao altar e te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali mesmo diante do altar a tua oferta, e primeiro vai reconciliar-te com teu irmão, e depois volta e apresenta a tua oferta” (Mateus 5:23-24). O mesmo critério se aplica no tocante a Ceia do Senhor. Se tivermos algum pecado temos a total liberdade de confessá-lo a DEUS e consequentemente tomar a Ceia, contando que a confissão seja realmente genuína. Não há pecado que DEUS não perdoe, excepto a blasfémia contra o Espírito Santo que não será perdoada aos homens, nem neste século nem no futuro (Mateus 12:31-32). Cremos que um autêntico Cristão jamais cometeria este pecado, tendo em conta a sua natureza abominável. O crente jamais poderá abdicar de tomar a Ceia do Senhor, insistimos, da mesma forma não pode tomá-la em condição de pecado. Por isso, como advertia o Apóstolo Paulo, “examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice. Porque o que come e bebe indignamente, come e bebe para sua própria condenação, não discernindo o corpo do Senhor”. Por causa disto, prosseguia ainda, “há entre vós muitos fracos e doentes, e muitos que dormem” (1 Coríntios 11:28-30). Esta é uma das consequências inevitáveis de tomar a Ceia do Senhor indignamente, sem previamente examinar-se a verdadeira condição espiritual. Acreditamos, da mesma sorte, que todos aqueles crentes que deliberadamente privam-se da Ceia do Senhor incorre exactamente nas mesmas penalidades acabadas de se mencionar, isto é, fraqueza espiritual, doença e, por fim, morte física, não obstante continuarem a ser salvos e assegurados a promessa da vida eterna em Cristo Jesus. A finalidade última de serem infringidos estas “penalidades” por Omnisciente Jeová, segundo ainda o Apóstolo Paulo, é para não serem condenados com o mundo (1 Coríntios 11:32). A condenação do mundo é para a perdição eterna. Ao passo que esta condenação dos Cristãos do versículo trinta e dois do capítulo onze de primeira Coríntios visa meramente poupar os Cristãos infractores da Ceia do Senhor a serem condenados com o mundo incrédulo. 

É sempre conveniente pedir sistematicamente perdão a DEUS, especialmente nos momentos antecedentes à Ceia, e não se furtar dela, como alguns crentes fazem como “antídoto”. Isto porque, como diziam alguns conceituados teólogos, o Diabo tem usado de forma distorcida os versículos 28 até 30 do capítulo 11 de 1 Coríntios para afastar os crentes da comunhão da Ceia. O objectivo das referidas passagens bíblicas não é para os crentes ficarem assustados ou temorosos em não tomar a Ceia do Senhor. Apenas servem para despertar ainda mais a nossa consciência e permanente vigilância espiritual sobre o temor reverencial perante tão grandiosa ordenança – de modo que a postura correcta do crente não é fugir da Ceia, mas sim fugir do pecado e, deste modo, comungar da Ceia. O segredo é sempre pedir perdão a DEUS e procurar ter uma vida espiritual regrada, comprometida, santa e irrepreensível.  



[1] Mais uma vez, chamamos a atenção que este vídeo é bastante curto, tendo em conta a problemática doutrinária que encerra no juízo do Cristão tomar ou não a Ceia do Senhor, razão pela qual, para não induzir ninguém a cair no erro teológico, recomendamos também a leitura na íntegra do artigo incorporado ao nosso vídeo para ficar mais bem esclarecido.
Desde logo, sem quaisquer tipos de reservas, entendemos que nenhum Cristão Baptizado poderá abdicar de tomar a Ceia do Senhor, da mesma forma não pode tomá-la em condição de pecado, sob pena de cair nas penalidades dos versículos 28 até 30 do capítulo 11 de 1Coríntios. Entendemos ainda que o crente tanto caí nestas penalidades, tomando indevidamente a Ceia do Senhor, bem como recusando deliberadamente comungar dela. A Ceia do Senhor é uma ordenança com força obrigatória geral para todos os Cristãos “nascidos de novo”.