O preconceito é um vírus malévolo a todos os níveis. Ele baseia-se meramente num juízo temerário, precipitado, infundado e equivocado. Tem o poder de repelir qualquer tipo de interacção, bloquear oportunidades de relacionamentos, odiar sem fundamentos tangíveis e, em casos extremos, destruir vidas, tal como a experiência milenar nos tem indubitavelmente demonstrado. O preconceito é um cancro social que, em última instância, evidencia o carácter patológico da própria pessoa preconceituosa. É julgar arbitrariamente as pessoas por critérios errados. Por isso, é uma das melhores vias para consumar o pecado, pois baseia-se meramente na soberba, na desconsideração e na inferiorização do outro – por razões socialmente estereotipadas, desdobrando-se nas discriminações raciais, religiosas, políticas, condições financeiras e estrato social. É um mundo interminável de malignidade, razão pela qual é manifestamente incongruente com os impolutos pressupostos valorativos da Fé Cristã.
O Senhor Jesus Cristo foi, por todos os seres humanos, a maior vítima do preconceito – tanto racial, religiosa e social – por causa do seu aspecto físico que não tinha qualquer tipo de atractivo aos olhos humanos (Isaías 53:2-3). Um “verme”, nas palavras do salmista, “desprezado por todos e escarnecido” (Salmo 26:7). Em consequência disso, foi exposto ao opróbrio dos homens e duramente contrariado pelos pecadores (Hebreus 12:2-3), teimando este preconceito até aos nossos dias pós-modernos, isto é, a rejeição liminar da Sua soteriológica mensagem perante os filhos da perdição, que “ao mal chamam bem, e ao bem mal; que fazem das trevas luz, e da luz trevas; e fazem do amargo doce, e do doce amargo!” (Isaías 5:20).
Ora, nenhum destes preconceitos e abominações devem fazer parte do cardápio de um devoto Cristão. Somos todos convocados a amar o nosso próximo como a nós mesmos, independentemente da sua raça, condição social e proveniência (Levítico 19:18; Mateus 29:39). Tratar todos por igual e sem fazer discriminação negativa de pessoas (Tiago 2: 1-13). Por outras palavras, é viver autenticamente o amor Cristão na sua plenitude e várias dimensões humano-espirituais, tal como instam as Escrituras Sagradas.
Tal nobre propósito, no entanto, só se torna exequível incorporando diariamente os imaculados Princípios e Valores do Evangelho. O Evangelho, tal como escrevia peremptoriamente o Apóstolo Paulo, “é o poder de Deus para salvar todos os que creem” (Romanos 1:16-17), bem como “é proveitosa para ministrar a verdade, para repreender o mal, para corrigir os erros e para ensinar a maneira certa de viver; a fim de que todo homem de Deus tenha capacidade e pleno preparo para realizar todas as boas acções” (2 Timóteo 3:16-17). Somente o Evangelho do Senhor Jesus Cristo é o único antídoto eficaz para erradicarmos definitivamente o cancro do preconceito no nosso modo de viver.
E nós, que somos os eleitos filhos de DEUS, temos de pautar a nossa conduta com os frutos dignos de arrependimento, sobretudo com as virtudes do “amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, modéstia, autodomínio” (Gálatas 5:22-23), uma vez que contra estas coisas não há lei (condenação, bem entendido). Que assim seja.