O Todo-Poderoso DEUS é o Nosso Refúgio

 

No passado dia nove do corrente mês estive a pregar nos dois cultos matutinos da minha Igreja, a Evangélica Baptista de Amadora (IEBA), sob o tema “DEUS é o Nosso Refúgio”, baseado no conhecido texto bíblico do Salmo 46:1-9. O título objecto da minha explanação não é inocente, tendo em conta o contexto desfavorável em que estamos  submergidos por causa da pandemia do coronavírus, que tem dizimado infelizmente a vida de milhares de pessoas em todo o mundo, deixando concomitantemente um rasto de prejuízos e destruições assustadores, fazendo com que muitas pessoas se afundem no medo, na ansiedade, na depressão, no desemprego, na falência e na ruína. Augura-se ainda, num futuro breve, segundo as previsões dos analistas, um cenário de acentuada recessão económica praticamente em todos os países. A Organização Mundial de Saúde (OMS) está reiteradamente a advertir que o pior da pandemia do coronavírus está ainda por vir, ou seja, a tão propalada segunda vaga no outono. 

É nestes cenários inauspiciosos e de insegurança geral que a Igreja do Senhor Jesus Cristo é relembrada que “Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia” (Salmos 46:1). É o Todo-Poderoso DEUS, com o Seu Divino Poder, que nos orienta, nos ajuda, nos proteja, nos sustenta, nos livra de todo o perigo e mal, conferindo-nos máxime a capacidade suficiente para vencer todos os obstáculos da vida. O Eterno Jeová está e estará sempre connosco. 

Por isso, ancorados nesta verdade soteriológica, nada temeremos “mesmo que a terra se ponha a tremer, mesmo que as montanhas se afundem no mar; mesmo que as águas rujam furiosas e os montes tremam com o seu embate” (Salmo 46:3-4). Não temeremos as adversidades da madrasta vida e o sofrimento. Não temeremos ficar desempregados e ter que passar fome. Não temeremos nenhuma previsão dos polutos homens e cenários catastrofistas que eles vaticinam. Não temeremos as calamidades públicas e as implicações humano-sociais que tudo isto representará. Não temeremos da peste que anda na escuridão, nem da mortandade que assola ao meio-dia (Salmos 91:6). Não temeremos continuar intrepidamente a dar o testemunho da nossa Fé dentro e fora do tempo e, deste modo, fazer conhecida a mensagem do Evangelho para todos os cantos da Terra. Não temeremos as perseguições, as doenças e a morte. Não temeremos nenhuma contradição e contrariedades da madrasta vida. Não temeremos igualmente o Diabo e os seus demónios. Em suma, não temeremos nenhuma batalha espiritual e/ou terrena, porque “o Senhor dos Exércitos está connosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio” (Salmos 46:7)

E justamente por tudo isto que “um rio alegra com os seus canais a cidade de Deus, a mais santa entre as moradas do Altíssimo. Deus está no meio dela, não pode vacilar; Deus irá em seu auxílio ao romper do dia” (Salmo 46:5-6). Estes dois versículos encerram duas grandes verdades espirituais: a primeira grande verdade prende-se com o facto de a Igreja do Senhor Jesus Cristo ser a Cidade de DEUS e esta Cidade é possuída por um rio que, em última instância, remete-nos indubitavelmente para a acção constante do Espírito Santo nas nossas vidas. Da mesma forma que os rios servem para alimentarem as cidades e os seus habitantes, através de abastecimento das mercadorias que chegam de várias proveniências e os alimentos extraídos nas suas entranhas, assim também, ainda com maior e melhor alcance, que o Espírito Santo mora nas nossas vidas (João 14:23), alimentando-nos espiritualmente, preenchendo todas as nossas necessidades humano-espirituais. É uma água poderosíssima, uma vez experimentada pelas pessoas de boa vontade, nunca mais estas voltarão a ter sede, porque fará nelas uma fonte de água que salte para a vida eterna (João 4:14). A segunda grande verdade tem que ver com o sucesso da vida Cristã. O triunfo da Igreja sobre tudo e todos. É uma vitória sem precedentes. É uma vitória não retardada, antes pelo contrário é “já ao romper da manhã” (Salmos 46:5). Ela começa a partir do momento em que uma pessoa confessa o Senhor Jesus como o seu único suficiente Salvador, perpassando com a glorificação, razão pela qual “somos mais que vencedores, por aquele que nos amou” (Romanos 8:37)

Tal como o Senhor Jesus Cristo venceu logo nas primeiras horas da manhã e no primeiro dia da semana, da mesma forma os eleitos filhos de DEUS venceram no momento que abraçaram a Fé Bíblica (1 João 4:4). O Senhor Jesus é o modelo da Igreja Triunfante. O Eterno e Soberano DEUS ajudará a Sua amada Igreja logo ao romper da manhã a sair vitoriosa. Não de manhã, à tardinha ou à noite, mas sim logo no romper da manhã. A Igreja vai sempre sair vitoriosa em todas as ocasiões, contextos, circunstâncias e conjunturas, máxime da letargia, dos escândalos, dos pecados, das traições, das perseguições e das calamidades públicas. As portas do inferno, em circunstância alguma, prevalecerão contra ela (Mateus 16:18). A predeterminada visão gloriosa se cumprirá e a Igreja Vitoriosa em paz repousará sobre as Bem-aventuranças Eternas. 

Restam-nos, ao contrário dos gentios que se entregam à murmuração, à agitação e à rebelião (Salmo 46:7), “contemplar as obras do Senhor, as coisas surpreendentes que ele fez sobre a terra. Ele acaba com as guerras no mundo inteiro; quebra os arcos e despedaça as lanças; põe fogo aos escudos!” (Salmo 46:9-10).  Ou seja, por outras palavras, o Omnisciente DEUS continua a ter o controlo efectivo e absoluto sobre o mundo e obras das Suas mãos, regulamentando-as de acordo com a Sua perfeita vontade, mesmo que tal pareça o contrário aos olhos humanos. 

A vida Cristã não é sacrossanta. Ela comporta inúmeros desafios a todos os níveis. Teremos inclusive na nossa jornada de vida rumo ao céu várias dificuldades e aflições (João 16:33). O Apóstolo Paulo, na mesma esteira do pensamento, sustentava “que por muitas tribulações nos importa entrar no reino de Deus” (Actos 14:22). No entanto, somos advertidos pelo Senhor Jesus Cristo para termos o bom ânimo, porque Ele venceu o mundo e deixou-nos também a promessa de vencermos na força do Espírito Santo. Tudo isto para concluir que, felizmente, o poder de DEUS também se manifesta nas fraquezas (2 Coríntios 12:9). Por isso, “Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia” (Salmos 46:1)

Cabe-nos apenas aquietarmo-nos e saber humildemente reconhecer que DEUS é Bom e tem controle afectivo sobre todo o Universo; e que será sempre exaltado entre as nações sobre a face da Terra (Salmo 46:10-11). Que assim seja. Seja sempre assim. E assim sempre será.