Era Uma Vez em Zurique

Confesso que está a ser bastante proveitosa e gratificante a minha experiência aqui em Zurique, Suíça. Estou a ter uma óptima companhia dos meus amigos Hugo e a mulher Christina. Aprecio imenso a peculiaridade e a dinâmica civilizacional da cidade – tem, a meu ver, similitudes com Amesterdão. As pessoas aparentemente parecem bem-educadas e simpáticas, fazendo fé nos relatos que tenho recebido e apercebido também in loco na minha movimentação pela cidade e interação com pessoas. 

Tenho passado parte significativa da minha estadia aqui a praticar desporto – tanto a jogar futebol como a caminhar e simultaneamente a andar de bicicleta – que é uma prática habitual e recorrente por estas paragens. Tanto que, por esta razão, as pessoas são muito elegantes na sua larga maioria, tendo em conta a salutar cultura de exercício físico que está bem patente e enraizado na mundividência dos suíços. Estivemos, há quatro dias, a jogar bola com os colegas de trabalho da Christina que são médicos psiquiatras aqui em Zurique. Uma partida de géneros, ou seja, de mistura entre homens e mulheres. Consegui, inclusive, neste heterogéneo e disputado jogo, marcar um golo, tal como os meus amigos Hugo e Christina. 

Hoje voltei novamente a jogar com um dos amigos do Hugo que trabalham no crédito bancário suíço. Esta partida, diferentemente da primeira, somente contou com os homens. O mais atípico de tudo foi o horário do jogo, isto é, logo bem cedinho – às 7h:00 da manhã –, obrigando-nos a acordar às seis para assim chegar pontualmente ao horário do jogo. Jogámos até ficarmos cansados e exaustos. Mesmo assim, parte significativa destes jogadores, depois de término da partida, foram ainda trabalhar, evidenciando assim o puritanismo calvinista (disciplina, bem entendido) que é tanto enfatizado neste país helvético de tradição Protestante.