A encarnação do Senhor Jesus Cristo foi a manifestação visível do Seu reinado celestial no seio dos pecadores. Um governo teocêntrico pautado, acima de tudo, pela imarcescível paz para com todos os homens e mulheres que humildemente aceitam albergá-Lo como único Senhor e Salvador em suas vidas. Paz essa que nos habilita a reconciliar primeiramente com DEUS, connosco, com os nossos semelhantes e com tudo à nossa volta (2 Co 5:17-18). Não é uma paz fétida, momentânea ou de fachada e, tão pouco, delimitada no curso do tempo. Ela é efectiva e eterna na vida de todos “os homens de boa vontade” (LC 2:14). Tem poder para sarar as feridas, transformar o carácter, libertar dos corrosivos vícios e salvar do pecado. É a Paz de DEUS que excede qualquer tipo de arbítrio ou entendimento humano (Fp 4:7).
Com a vinda do Senhor Jesus ao mundo, a palavra paz passou a ganhar o mais elevado significado teológico. A começar, desde logo, com o jubiloso anúncio da grande multidão de milícia celestial que entoava alegremente “glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem” (Lc 2:13-14). E, ainda, nos momentos precedentes a ascensão do Senhor Jesus aos céus, Ele encorajou os seus discípulos com as afectuosas palavras de determinação e perseverança: “deixo-vos a paz, a minha paz vos dou” (Jo 14:27). A paz que, em última instância, sem dúvida, traduz a presença constante do Espírito Santo na vida daqueles que verdadeiramente nasceram de novo.
Tanto a encarnação do Senhor Jesus como a Sua glorificação enceraram com a palavra paz. Por isso, Ele proclamou incessantemente a paz durante todo o Seu ministério terreno, sem fazer excepção de pessoas (Ef 2:17), confirmando assim pelo Seu impoluto testemunho de vida ser o “Príncipe da Paz” (Is 9:6). Ele não presenteou os pobres pastores com nada que não fosse a paz emanada pelos anjos e personificada na Sua humilde manjedoura. Da mesma sorte, o único legado que deixou aos seus discípulos, aquando da Sua assunção aos céus, foi a mesma paz de DEUS. É uma paz que consegue na perfeição preencher plenamente todo o vazio do ser humano e concomitantemente despertá-lo para os sublimes Princípios e Valores da vida consagrada. Cristo, sustentava o Apóstolo Paulo para reforçar esta inequívoca verdade salvífica, “é de facto a nossa paz” (Ef 2:14).
O nosso mundo está bastante descrente, corrupto, conflituoso e na deriva espiritual, porque teima em declinar a maravilhosa paz do Senhor Jesus (Isaías 55:1-13), preferindo refugiar-se nas efémeras ilusões que não proporcionam uma vida bem-sucedida, realizada e feliz. A paz de DEUS está visceralmente ligada à harmonia, ao amor, ao gozo, à bondade, ao perdão, à esperança e à herança da vida eterna. Ela é a manifestação visível do fruto do Espírito na vida dos eleitos filhos de DEUS (Gl 5:22) e infalíveis garantias das Bem-aventuranças eternas (Mt 5:1-12).
Não obstante a tamanha incredulidade e reiterada ingratidão dos pecadores para com a preciosa mensagem do Evangelho, a Boa Nova da Salvação, a oferta da paz do Senhor Jesus ao mundo perdido continua presente com toda a sua força e implicação salvífica, isto é, usando as Suas próprias palavras, “deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá”, convida vivamente o Filho de DEUS (Jo 14:27).
Cabe, pois, aos pobres de espírito, abraçar esta transformadora paz com carácter de urgência e assim integrar definitivamente o Reino eterno do Senhor Jesus Cristo. Que assim seja. E assim sempre será pela Fé.