Faz hoje um
ano que a Rússia invadiu militarmente a Ucrânia, deixando um rasto de
mortandade assustadora e destruição incalculáveis. Um ano de propagação de
falsas narrativas pró-Kremlin, de bombardeamentos indiscriminados e de
reiteradas execuções sumárias por parte do implacável regime russo. Um ano onde impera
desumanamente o ódio, o abuso, o terror e a carnificina. A Rússia escolheu o
pior caminho de todos – a guerra. A guerra que vai dizimando todos os dias vidas
de inúmeros inocentes, fazendo com que os filhos ficassem órfãos dos seus pais
e estes perdessem os seus filhos. Há milhares de famílias completamente desfeitas
e destruídas por perderam injustamente os seus entes queridos numa guerra sangrenta
e sem qualquer tipo de sentido.
A Rússia é
o responsável número um pela tragédia humana que se vive na Ucrânia, sobretudo
por todas as perdas registadas até à data presente. Foi a Rússia que
arbitrariamente invadiu um país soberano, contrariando todas as disposições internacionais,
especialmente a Carta das Nações Unidas e o Direito Internacional (LER). Foi a Rússia que despoticamente anexou territórios ucranianos, seguindo a
mesma bitola maquiavélica que outrora empregou com a anexação ilegal da Crimeia
em 2014. É a Rússia que diariamente bombardeia as cidades ucranianas à vista de
todo o mundo, matando indiscriminadamente crianças, idosos, mulheres, homens e
destruindo as infraestruturas importantes da Ucrânia. É ainda a Rússia no seu
revisionismo histórico que tenta, a todo o custo, pela via da força armada,
delimitar as novas fronteiras europeias (vede o caos que instalou na Geórgia e
na Moldávia). É a mesma Rússia que está a cometer os hediondos crimes contra a
Humanidade na Ucrânia perante os olhos impotentes de toda a Comunidade
Internacional.
Custa tanto
assim interiorizar estas manifestas verdades e reconhecê-las na prática? Custa
tanto assim admitir que há um país violado na sua soberania e que está a lutar unicamente
pela sua sobrevivência? Custa assim tanto aceitar que a culpa de toda esta
tragédia que se vive na Ucrânia deve-se exclusivamente ao regime de Putin? Custa
assim tanto reconhecer que não há geopolítica ou geoestratégia que possam
legitimar uma guerra armada? Custa assim tanto concluir que a guerra nunca deve
ser solução para a resolução dos problemas? Custa assim tanto saber dissociar a
invasão russa da Ucrânia de outras guerras injustas? Haja no mínimo bom senso e
razoabilidade. Haja senso de justiça e de verdade. Haja, acima de tudo, humanismo
e humanidade.
É verdade
que vivemos num mundo de trevas e com o aparente triunfo do mal sobre o bem. Um
mundo onde impera desgraçadamente toda a sorte de violação, violência, injustiças
e guerras. Aqueles que, a priori, triunfam nesta selva são os mais
poderosos (LER). É verdade também que a mentira sempre quer ofuscar a verdade, tal como a
realidade prática tem-nos indubitavelmente provado por inúmeras vezes. E a
invasão russa na Ucrânia não é excepção a esta grande regra do apuramento,
tendo em conta os falatórios tautológicos, descabidos e inúteis veiculados ao
longo deste período para desresponsabilizar a Rússia da sua flagrante culpabilidade
na guerra sangrenta que se trava na Ucrânia. No entanto, tenho a plena certeza
que a mentira nunca triunfará sobre a verdade. A verdade sempre prevalecerá acima
de qualquer tipo de mentira, falsidade, injustiça, guerra ou mortandade. Cedo
ou tarde a verdade prevalecerá.
Desde o
primeiro dia que a Rússia invadiu a Ucrânia que estou solidariamente com a
causa ucraniana. Estou a apoiar a Ucrânia contra o jugo opressor russo. Fi-lo
por uma questão meramente de bom senso, de justiça social e de verdade. Isto
porque acredito piamente nos valores da liberdade, da tolerância, da
democracia, da autodeterminação e da paz. Não pactuo com a mentira, o abuso, a
guerra e o derramamento de sangue (LER). Apoiar a causa ucraniana é distanciar-se completamente de tais malignidades e
abraçar os elevados princípios e valores humano-sociais contra o despeito da
autocracia, da ganância do poder, do terror e da guerra.
A dor da Ucrânia é também a nossa dor. É a
dor de todos aqueles que procuram viver em paz, tranquilidade e solidariedade.
É a dor, acima de tudo, da Humanidade.