Já Não Temos Mais o Hugo Connosco


O meu grandíssimo amigo e irmão em Cristo Hugo Alexandre Pereira Mendes morreu no passado dia 28 de Dezembro (LER). Morreu de forma súbita contra qualquer tipo de previsão clínica ou sinal convergente nesse sentido. Morreu para grande tristeza nossa que gostávamos imenso dele. O Hugo não resistiu à surpreendente e maldita doença que lhe ceifou a vida. Ele estava praticamente bem, na medida do possível, aos nossos olhos, e de repente morreu. Morreu de forma inesperada e apressada, deixando-nos completamente consternados com a sua prematura morte. Foi tudo surpreendente, rápido, inacreditável e definitivo. Não há mais outra volta a dar: o grande Hugo Mendes realmente morreu. 

O Hugo foi primeiramente amigo do meu irmão mais velho, o Evaristo Vieira. Ouvia falar tanto do Hugo em Bissau, através do Evaristo, sem conhecê-lo pessoalmente. Depois, com a minha vinda para Lisboa, acabou por ser também meu amigo e amigo dos meus amigos mais próximos. Fazia parte do meu círculo restrito de amizade e dos mais destacados amigos que tinha. O Hugo era mais do que um amigo. Era, sim, um verdadeiro irmão em Cristo. O Hugo foi grande amigo do Evaristo. Também foi meu grandíssimo amigo. Mais, o Hugo não ficou somente nestas dimensões. O Hugo foi também amigo dos meus irmãos, da minha família e da parcela dos meus bons e restritos amigos. Foi o Hugo que acompanhou o Evaristo para me buscar ao aeroporto, aquando da minha vinda para Lisboa estudar, bem como posteriormente as minhas cunhadas e os meus sobrinhos. 

O Hugo foi bastante importante e determinante na minha integração na Igreja Evangélica Baptista da Amadora (não só a mim como também alguns estrangeiros que se filiaram na nossa igreja). Estava sempre comigo para tudo o que é lado: nos convívios, nos aniversários, na minha casa, nos almoços ou a jantar fora. Quando eu estava doente, nos casos que inspirava cuidados redobrados, em que não conseguia deslocar-me sozinho, era sempre o Hugo que me acompanhava para o hospital. Se precisasse de dinheiro emprestado era sempre ao Hugo que pedia emprestado e dava-me sempre sem reclamar ou cobrar. O Hugo era uma pessoa de confiança em quem eu inteiramente confiava. Falávamos sobre as várias coisas. Era um irmão presente – tanto nos maus como nos bons momentos. Estava sempre disponível para ajudar quem fosse. Não tinha qualquer tipo de tiques de preconceito, arrogância, polémica ou vaidade do mundo. Era uma pessoa bastante humilde, prestativa, agregadora, apaziguadora, altruísta, solidária e amorosa. Dava-se bem com tudo e todos à sua volta. Fazia ponte entre as pessoas, sobretudo de sensibilidades diferentes. O Hugo era simultaneamente amigo dos portugueses, dos africanos, dos brasileiros e de todos aqueles que cruzavam o seu caminho. Não fazia acepções de pessoas e, muito menos, contribuía para discriminar ou desqualificar quem fosse. Tratava todo o mundo por igual e com amor Cristão, que a Palavra de DEUS nos insta a fazer, independentemente da condição da pessoa em questão ou do seu merecimento. 

O Hugo Mendes, a par de todas estas qualidades e virtudes, era também uma pessoa de bastante fé e inteiramente comprometido com a Causa do Evangelho do Senhor Jesus Cristo. Tinha um conceito bem apurado de Missões e Evangelização. Tanto que, por esta razão, esteve algum tempo na cidade de Chaves a fazer Missões a tempo integral, encarnando assim na íntegra o pepel do "Missionário Itinerante". Depois continuou a servir como professor da Escola Bíblica Dominical (EBD), na nossa igreja, ao longo de mais de duas décadas. Foi, em tempos, um dos líderes da Juventude da nossa Igreja. Actualmente, era professor da Escola Bíblica Dominical (EBD) e membro da Comissão de Exame de Contas. Nunca recusou servir. Correspondia sempre com o pedido para fazer parte dos ministérios da Igreja, não obstante ter motivos suficientes para não assumir nenhumas responsabilidades na Igreja. O Hugo era realmente uma pessoa de fé incrível e devotada a DEUS, insisto. Viveu a fé no Senhor Jesus Cristo até ao fim da sua brevíssima vida. Estava sempre presente na Igreja e permanentemente ligado à Igreja. Não faltava à Escola Bíblica Dominical e aos cultos em geral. O seu testemunho foi crucial na conversão do seu irmão Bruno Mendes e, posteriormente, dos seus pais – irmão Florêncio Mendes e a irmã Joana Mendes. 

O Hugo sempre foi orgulhosamente da nossa Igreja, a Evangélica Baptista da Amadora. Quando comecei a congregar também na referida Igreja, o Hugo já servia diligentemente ao Senhor Jesus Cristo. Serviu sem pausas ou intervalos. Serviu sem questionamentos ou lamúrias. Serviu de forma intensa e abnegada. Serviu ininterruptamente até ao fim da sua vida. Esteve connosco no último culto dominical, e também no culto de Natal das 11 horas, antes de morrer. Nas conversas que mantivemos, no fim da Escola Bíblica Dominical (EBD) e do culto, tal como era sempre costume, convidou-me para ir passar o Natal com eles. Contou-me que ele e a família iriam passar a consoada em Campo de Ourique, em Lisboa, no entanto, no dia 25, estariam em casa e podia estar perfeitamente com eles na celebração. Disse-lhe que, por outras razões, não me seria conveniente, agradecendo-lhe na mesma pelo honroso convite. 

Já no culto do dia de Natal perguntei-lhe como é que tinha corrido a ceia do dia anterior, brincando com ele se “esteve ou não à altura do grande desafio” da noite, isto é, se comeu muito ou não. Disse-me que não comeu assim grande coisa. E achei estranho o facto de ele não comer tanto, ainda por cima no Natal, uma vez que o Hugo gostava de comer bem. No dia anterior tinha-me confessado que estava a ter agora algumas precauções nas coisas que comia – por causa de recomendação médica, etc. Concordei com ele e encorajei-o ainda a adoptar mesmo uma postura de austeridade com a alimentação, evitando alimentos que não são benéficos à saúde. E ele, por sua vez, como sempre, concordou plenamente comigo neste sentido. Perguntei-lhe ainda a que horas saíram de Campo de Ourique para casa. Respondeu-me que só chegaram a casa por voltas das 6 e tal da manhã. Às 11h00, ele e os pais, já estavam novamente na Igreja para assistirem ao culto natalício. Dei-lhe os parabéns pelo facto de praticamente fazerem “directa” para estarem presentes no culto do dia de Natal que, por vicissitudes várias e supervenientes, muitos Cristãos não dão a devida importância. Convergimos no mesmo parecer sobre a importância cimeira do culto no dia 25 de Dezembro e falámos ainda sobre as demais coisas e, desta forma, despedimo-nos um do outro com votos de um feliz Natal – na certeza de que nos encontraríamos nos próximos dias que se avizinhavam. Mal sabíamos que era o nosso último encontro. Trocámos ainda mensagem pelo whatsapp na quarta-feira e na quinta-feira de manhã recebi a inesperada mensagem de que o Hugo morreu. É isso mesmo: o Hugo realmente morreu contra todas as previsões e expectativas. Já não está mais connosco no mundo dos vivos. Não está e jamais estará connosco neste sofrido e pecaminoso mundo, mas estará sempre nos nossos corações e lembrá-lo-emos pela sua maravilhosa passagem nesta vida. Cedo ou tarde, encontrá-lo-emos no céu e juntos estaremos a adorar o nosso Altíssimo DEUS, o dono da vida, para toda a eternidade. Amém. 

O Hugo morreu a servir ao nosso Todo-poderoso DEUS. Morreu estando sempre na Casa do Senhor e, concomitantemente, a servir. Sentia-se bem em estar na Igreja. A Igreja era tudo para ele. É na Igreja que o Hugo mais se movimentava desde quando abraçou a fé Cristã. A morte prematura do Hugo vem nos lembrar, mais uma vez, que a vida é precária, limitada e passageira. Passa tão rápido que nos ultrapassa. Hoje estamos aqui e amanhã já não estamos. Por isso, devemos investir naquilo que realmente importa. Investir os nossos dons e talentos na Causa do Reino de DEUS. Investir nas pessoas através dos valores do humanismo e humanidade. Investir na vida do compromisso, entrega, serviço, santidade e santificação. Investir, acima de tudo, no nosso relacionamento com o Senhor Jesus Cristo, a Sua amada Igreja e com o próximo à nossa volta. O nosso estimado amigo e irmão Hugo Mendes correspondeu a estas expectativas espirituais durante a sua curta peregrinação aqui na Terra, dando o testemunho poderoso do Senhor Jesus Cristo na sua vida. Apesar de, cada vez mais, se acentuarem as suas limitações físicas e debilidades a nível de saúde, o Hugo nunca se resignou a prosseguir em frente com fé e alegria no coração. Não andava murmurado, carrancudo, mal-humorado, revoltado com a sua condição e, tão pouco, questionava DEUS pelas provações que estava a enfrentar. Sempre estava bem-disposto, humorado, satisfeito, alegre, feliz e grato a DEUS pela vida que vivia. Aceitava de bom grado a vontade de DEUS na sua vida e encarava tudo o que lhe acontecia como um desafio e processo de aperfeiçoamento espiritual. Nas longas conversas que tínhamos inúmeras vezes, vislumbrei nele sempre bastante fé e esperança em DEUS. O Hugo, tal como o Apóstolo Paulo, combateu o bom combate, acabou a carreira, guardou a fé. (2 Tm 4:7), razão pela qual voltou muito cedo para a Casa do Pai, o nosso DEUS, e de todos aqueles que abraça(r)am a fé no Senhor Jesus Cristo como único Salvador das suas vidas. O Hugo Mendes já ouviu as promovidas palavras de glória ditas pelo nosso Senhor Jesus Cristo: “muito bem, servo bom e fiel; sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor” (Mt 25:21). 

Em suma, temos somente de agradecer profundamente a DEUS pelo facto de dar-nos a grata oportunidade de cruzar o caminho do Hugo Mendes, convivendo com ele e sermos sobremaneira abençoados por ele. Fomos todos abençoados pelo seu belo e rico testemunho de vida. Por isso, temos de agradecer a soberania de DEUS sobre a vida do nosso estimado irmão Hugo Mendes e reafirmar com fé e esperança a salvífica verdade bíblica sobre o quão “preciosa é à vista do Senhor a morte dos seus santos” (Sl 116:15). E assim, desta forma, reconhecer humildemente que “o Senhor o deu, e o Senhor o tomou: bendito seja o nome do Senhor” (Jó 1:21). Amém. 

A Paz Perpétua do Reino do Messias Salvador


Partilho aqui convosco, para terminar um longo e grande dia de celebração natalícia, este curto vídeo que gravei no ano passado sobre “A Paz Perpétua do Reino do Messias Salvador” (LER). Tenham um bom proveito na sua visualização e auscultação. 

Um feliz e abençoado Natal na Paz do Senhor Jesus Cristo. DEUS vos abençoe e vos guarde na Sua Graça e Paz.  

Basta da Ditadura de Umaro Sissoko Embaló na Guiné-Bissau


É preciso que todos os guineenses patriotas se mobilizem com determinação para travar a ditadura de Umaro Sissoko Embaló, sob pena de triunfar definitivamente o leviatã no nosso país. Tudo tem um limite. Sissoko já ultrapassou todos os limites inultrapassáveis e inimagináveis nestes seus anos de presidência. Não respeita a Constituição da República. Pisa, de forma reiterada e flagrante, na nossa democracia participativa. Usurpou praticamente todos os poderes dos órgãos da soberania do país, autoproclamando-se como “único chefe da Guiné-Bissau”. 

Hoje, infelizmente, não há liberdade de expressão que outrora havia no país. Quem ousa criticar abertamente Sissoko é ameaçado, perseguido, espancado e preso de forma arbitrária. Assembleia Nacional Popular foi dissolvida por ele, violando todas as disposições legais e constitucionais do país, que não lhe permite tal aberração (LER). Está a usar todas as instituições e aparelho de Estado para perseguir o PAIGC e, particularmente, o seu líder e Presidente do Parlamento – Engenheiro Domingos Simões Pereira (DSP). 

Todas estas graves violações da Constituição e de Direitos Fundamentais têm a manifesta aprovação das chefias militares que temos no país, sobretudo do Chefe de Estado Maior das Forças Armadas, Biaguê Na Tam, e alguns políticos traidores da nossa pátria amada. Umaro Sissoko Embaló corrompeu-lhes com o dinheiro sujo para assim poder continuar a esmagar, sem dó nem piedade, o nosso povo. Chegou o momento para todos os guineenses patriotas se unirem para dizerem basta da ditadura de Umaro Sissoko Embaló na Guiné-Bissau! Fora, os golpistas que o povo não quer! 

Para isso, tal como oportunamente dizia o Engenheiro Amílcar Lopes Cabral neste brilhante discurso nos longínquos anos de setenta (VER), precisamos libertar o nosso povo da ignorância e do medo generalizado. Devemos deixar de ter medo do regime implacável e ditatorial de Sissoko e enfrentá-lo com a força da Democracia. E também não devemos ter medo dos militares vendidos e dos políticos corruptos da nossa praça pública. Em suma, precisamos urgentemente de salvar a Guiné-Bissau do absolutismo de Umaro Sissoko Embaló e de todos os malditos traidores da nossa pátria que estão a maltratar o nosso povo, condenando-o à pobreza, à ignorância, à arbitrariedade e à morte. 

Profissão de Fé


Faz hoje 17 anos que desci às águas para ser baptizado por imersão em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, selando assim a minha adopção como eleito filho de DEUS e membro pleno da Igreja do Senhor Jesus Cristo para a salvação (LER)

Renovo aqui, neste dia especial, através deste belíssimo hino evangélico, a minha profissão de fé de seguir resolutamente o Senhor Jesus Cristo até ao fim da minha vida. Segui-Lo-ei em todos os momentos, lugares, ocasiões, circunstâncias, situações e épocas. Aconteça o que acontecer. Haja o que houver. Custe o que custar. Estou determinado a seguir o meu Bom Mestre na tristeza e na alegria, na derrota e no sucesso, na dor e no conforto, na pobreza e na riqueza. Seguirei sempre o Senhor Jesus Cristo quando estiver fraco, abatido, desanimado, triste e no pecado. Da mesma forma, seguirei o meu Salvador quando estiver forte, animado, satisfeito, feliz, esperançoso e na plenitude espiritual. Nada me poderá separar do amor que DEUS nos deu a conhecer por nosso Senhor Jesus Cristo (Rm 8:39). 

Sei que sou um ser frágil, fraco, inconstante, incongruente, limitado e pecaminoso. Reconheço humildemente a minha vulnerabilidade e incapacidade humana para triunfar sozinho neste maldito mundo, não obstante beneficiar da graça salvífica do Senhor Jesus Cristo. Isto porque, tal como formulava o Apóstolo Paulo, “nem me compreendo, pois não faço aquilo que queria fazer e faço o mal que detesto (…). Encontro pois em mim esta regra: quando eu quero fazer o bem, faço mas é o mal. Cá no meu íntimo, eu quero seguir a lei de Deus, mas vejo que no meu corpo há uma outra lei que está contra a lei do meu entendimento” (Rm 7:7:15; 21-23). 

Por isso, conto inteiramente com o poder de DEUS para resistir positivamente a todos os obstáculos, tentações, descrenças, oposições e provações que vão surgindo no meu percurso de vida para a Terra Prometida. Assim, quando vierem os problemas e contradições à minha vida para saber que o Senhor Jesus é o meu único refúgio e salvação. Quando estiver em contramão para arrepiar caminho. Quando cair para poder rapidamente levantar-se. Quando estiver errado para não hesitar em arrepender. Quando pecar para não hesitar em pedir o perdão ao Altíssimo, sobretudo que nunca se aparte de mim a Palavra de DEUS, o desejo ardente de viver na Sua inteira vontade, dependência, obediência, graça e santidade. 

Obviamente que sozinho não consigo cumprir estes elevados desideratos espirituais, sem a permanente colaboração e ajuda Divina. Preciso, de forma encarecida, da coadjuvação do Espírito Santo para atingir estes ambiciosos desafios da Palavra de DEUS. O Senhor Jesus Cristo é tudo para mim. Não tenho ninguém mais precioso neste maligno mundo do que o meu Eterno Senhor e Salvador. A minha vida sem o Senhor Jesus não tem qualquer tipo de merecimento, sentido ou valor. 

Quero que Cristo esteja sempre comigo: esteja atrás de mim. Esteja diante de mim. Esteja à minha direita e à minha esquerda. Que tudo que eu faça seja para glória Dele. Quero, acima de tudo, seguir firmemente o Senhor Jesus Cristo até ao fim da minha vida, honrando-Lhe, servindo-Lhe, magnificando-Lhe, Louvando-Lhe e adorando-Lhe no meu corpo, alma e espírito. Que assim seja. Vai ser sempre assim. E assim sempre será. 

A Incompatibilidade da Teologia do Novo Testamento Com a Guerra


Nesta terceira parte do meu podcast refutei, com os argumentos bíblicos, todos aqueles Cristãos que manifestamente defende(ra)m o conceito da guerra justa. A Teologia do Novo Testamento é toda ela pacífica e contra qualquer tipo do uso de força para impor a verdade, a justiça, a paz e a vontade de DEUS no mundo. 

Tanto que, por esta razão, o Senhor Jesus Cisto rejeitou liminarmente a visão zelota sobre o Reino de DEUS, encarnando exclusivamente a mensagem da paz. Por outras, o Senhor Jesus deu a primazia a paz e esta passou a ganhar o mais elevado significado teológico. A começar, desde logo, com o Seu nascimento, ministério, morte, ressurreição e ascensão aos céus. A Paz do Senhor, que é o Espírito Santo de DEUS, foi o único legado que o Senhor Jesus Cristo nos deixou, a Sua Igreja, razão pela somos chamados para viver em paz, proclamar a mensagem da paz, defender afincadamente a paz para a glória e honra do nosso Eterno e Todo-Poderoso DEUS. Que assim seja. E assim sempre será. 

As Fundamentais Razões Para Não Apoiar Uma Guerra Armada


Nesta segunda abordagem do meu podcast, procurei analisar a posição doutrinária dos Cristãos sobre o conflito armado e, por fim, dei a minha humilde opinião.  Sou inteiramente contra a guerra e também contra a denominada “guerra justa”, independentemente da sua justificação legal, política, económica, moral e ética. 

Considero que qualquer tipo de guerra está sempre subjacente às forças do mal. A guerra, seja justa ou não, é do Diabo e dos seus agentes no mundo inteiro. A guerra é uma coisa bruta, sangrenta, horrorosa e macabra. Ela é inequivocamente maléfica, injusta, trágica e diabólica. Com a guerra morrem inúmeras pessoas, sobretudo pessoas inofensivas e inocentes. 

O Conflito Armado à Luz do Direito Internacional


O mundo em que vivemos está cheio de conflitos e de infindáveis guerras. Vemos guerras em todo o lado, circunscrições, dimensões e relacionamentos.  E estas guerras acabam sempre por criar ainda mais o abismo de separação entre pessoas, povos e países em geral, ceifando vidas de milhares e milhões de pessoas em todo o mundo, deixando um rasto de destruição incalculáveis. 

A pertinente questão que se coloca é: podemos considerar uma guerra como sendo justa? Eis a grande questão que nos interpela, que procurei humildemente responder neste podcast à luz do Direito Internacional. 

Adeus à Democracia e o Triunfo da Ditadura na Guiné-Bissau


Umaro Sissoko Embaló ultrapassou todos os limites do bom senso e da razoabilidade. Ultrapassou a inultrapassável linha vermelha numa democracia participal e liberal. Ao longo destes últimos anos, Umaro Sissoko nada fez senão violar constantemente a nossa Constituição da República. Desta vez, com esta sua inqualificável loucura de dissolver a Assembleia Nacional Popular antes do tempo, e sem qualquer tipo de base jurídico-constitucional, pisou e rascou a nossa Constituição da República à vista de todos. Umaro Sissoko quer controlar, a todo o custo, todos os poderes dos órgãos da soberania e instaurar um regime ditatorial no país por muito tempo. Tanto que, por está razão, sempre afirmou ser o “único chefe” na Guiné-Bissau. 

Umaro Sissoko Embaló chegou até aqui nas suas reiteradas violações constitucionais porque teve, desde o início que tomou o poder pela força, o apoio declarado das chefias militares que lhes dão o apoio nos seus desmandos e autoritarismo governativo. Por isso, Umaro Sissoko não é apenas o único responsável perante toda esta desgraça autoritária a que estamos a viver neste momento no país. A culpa é, acima de tudo, das nossas elites das forças armadas que aceitam ser corrompidas pelo dinheiro sujo para subverterem a ordem constitucional e a vontade soberana do nosso povo. 

Nós, o povo guineense, estamos todos com o medo em denunciar e confrontar abertamente esta grave e perigosa ditadura no nosso país.  Ditadura implacável que intimida, ameaça, tortura, espanca, viola e, por fim, mata. Estamos com o medo de Umaro Sissoko, das chefias militares, dos homens armados e com todo o ambiente da ditadura que tomou conta da Guiné-Bissau. Estamos com o medo de sermos arbitrariamente torturados, mortos e silenciados. E pergunto, tal como o Engenheiro Amílcar Lopes Cabral outrora fez: medo de quê? Para quê continuarmos a viver no medo e na ignorância? 

Chegou o momento para todos nós envidarmos os esforços conjuntos e libertarmos definitivamente o nosso povo do medo, da ignorância e da ditadura. Precisamos, com carácter de urgência, salvar os guineenses do absolutismo de Umaro Sissoko Embaló e de todos os malditos traidores da pátria que estão a maltratar o nosso sofrido povo, condenando-o à pobreza, à ignorância, à arbitrariedade e à morte.  

O Hedonismo Cristão (2), por Hernandes Dias Lopes


“A piedade sempre provoca o antagonismo do mundo (3.12). Paulo já havia deixado isso claro (At 14.22; lTs 3.4). Os impostores querem glórias, e não sofrimento; holofotes, e não abnegação; aplausos, e não dor (3.13). Hoje os líderes religiosos buscam os holofotes. Eles promovem a si mesmos. Buscam as glórias do mundo. São heróis, e não mártires. Concordo, porém, com a declaração de Barclay: “E melhor sofrer com Deus e com a verdade do que prosperar com os homens e com a mentira, pois a perseguição é transitória, mas a glória final dos fiéis é segura”. As cicatrizes são o preço que todo crente paga por sua lealdade a Cristo. A perseguição é um cálice que todo crente fiel a Cristo precisa beber”. 

(Hernandes Dias Lopes, in Comentários Expositivos do 2 Timóteo, Hagnos, SP, 2014, p. 95). 

O Hedonismo Cristão (1), por Hernandes Dias Lopes

“Os homens serão mais amigos dos prazeres que de Deus. Essas pessoas adoram a si mesmas em vez de adorar a Deus. São ególatras e narcisistas. Estão embriagadas de amor por si mesmas. Vivem para satisfazer os próprios desejos. Fazem da vida uma corrida desenfreada em busca do prazer imediato. São consumados hedonistas. O lazer, a diversão, o culto ao corpo e o culto ao estômago estão tomando o lugar de Deus na sociedade contemporânea. A televisão, o cinema, o futebol, os salões de jogos, os jogos de internet estão ocupando a mente e o tempo dos crentes. Em média, os cristãos passam horas/semana diante da televisão e apenas 1 hora/semana estudando a Bíblia na Escola Dominical. Muitas pessoas que frequentam a igreja ainda vão a boates, clubes noturnos e casas de shows. O mundo as está apanhando em sua rede. Hans Burki diz que a raiz do problema dessas pessoas é que elas colocam a si mesmas e seus deleites acima de Deus. Buscar ser igual a Deus significa colocar a si mesmo no lugar de Deus, transformando-se em Deus e destituindo o Senhor”. 

(Hernandes Dias Lopes, in Comentários Expositivos do 2 Timóteo, Hagnos, SP, 2014, p. 87). 

O Ódio Declarado Entre os Judeus e Palestinianos


O conflito israelo-palestiniano vai muito além do que um mero reconhecimento e a formação de dois estados na Terra Santa. É um problema de visceral ódio declarado entre ambos os povos, sobretudo dos palestinianos para com os israelitas, que vai germinando em sucessivos conflitos violentos e com perdas infindáveis de vidas humanas. Os judeus detestam completamente os palestinianos e os palestinianos, por sua vez, odeiam manifestamente os judeus – por causa das significativas conquistas territoriais que estes alcançaram com as sucessivas intifadas ao longo das décadas e, concomitantemente, a sua intransigente política de colonatos na Cisjordânia, tendo em conta o falhanço do acordo de paz que foi assinada em 1993 no famoso “Acordos de Oslo”. 

A meu ver a fundação do estado palestiniano é uma questão meramente secundária neste momento. Ela não é propriamente crucial e determinante na resolução cabal do conflito em questão, diferentemente da visão tautológica e equivocada propalada pelos vários analistas e comentadores políticos. Desde 1993, até à data presente, houve uma mutação significativa no diferendo em torno da disputa territorial entre os judeus e palestinianos na Terra Santa.  Admitamos até que o cerne do problema seja apenas a criação do estado palestiniano e a sua coexistência pacifica com Israel, tal como é defendido pela generalidade dos países e pelas Nações Unidas: com que critérios tal se efectivaria? Quem ficaria com os lugares sagrados que são essencialmente afectos aos dois povos? A cidade de Jerusalém seria de quem, afinal? Israel, em circunstância alguma, abdicará do controlo pleno de Jerusalém e de considerá-la o seu capital político. Da mesma sorte, a Palestina jamais aceitará ser um país sem, no mínimo, poder contar com Jerusalém como sendo o seu capital político. Aliás, por causa da partilha de Jerusalém firmada nos Acordos de Oslo fizeram com que Yitzhak Rabin, o então Primeiro-ministro de Israel, foi friamente assassinado no ano seguinte por um extremista judeus. 

O grande impasse para formação do estado palestiniano tem a ver mormente com a disputa territorial de Jerusalém por ambos os povos. A cidade Jerusalém representa tanto para os judeus como para os palestinianos. A resolução das Nações Unidas, que é acolhida por um leque de países, considera Jerusalém como neutra, ou seja, de ninguém, podendo simultaneamente ser partilhada pelos judeus e palestinianos, salvaguardando a liberdade de culto para a três religiões monoteístas, nomeadamente os judeus, cristãos e islâmicos. No entanto, há muito tempo que esta posição das Nações Unidas não é bem recebida pelas partes beligerantes, que reclamam exclusivamente o controlo efectivo da Cidade Santa. 

Por razões de força política, diplomática e armada, Israel tem conseguido manter em sua posse o domínio completo de Jerusalém. As coisas complicaram ainda mais por parte dos palestinianos quando administração americana decidiu em 2017 transferir a sua embaixada de Telavive para Jerusalém, reconhecendo assim unilateralmente Israel como sendo o dono peculiar da Cidade Santa. Uma decisão, igualmente, seguida por numerosos países aliados dos EUA, reduzindo cada vez mais a influência dos palestinianos na mítica cidade. 

Estive há dez anos no Médio Oriente, concretamente em Israel e nos territórios palestinianos, procurando inteirar-me da melhor forma possível do diferendo entre as disputas territoriais entre os judeus e palestinianos. A conclusão a que cheguei é que jamais haverá, aos olhos humanos, a tão almejada paz entre os israelitas e os palestinianos. Há muitos factores que concorrem para obstar ao entendimento entre os dois povos, nomeadamente a diferença ideológico-política, o fundamentalismo religioso que caracterizam ambos, o preconceito generalizado e a conotação negativa que cada um tem do outro, são factores desestabilizadores na consolidação do processo de paz naquele conturbado território do mundo.  

O Terrorismo Macabro do Hamas

O catástrofe humanitário que se vive neste momento em Israel e na Faixa de Gaza é da inteira responsabilidade dos terroristas do Hamas. Milhares de pessoas que perderam a vida são da inteira responsabilidade do Hamas. Esta monstruosa guerra foi provocada unilateralmente pelo Hamas. O Hamas que é o agressor neste sangrento conflito e Israel é a vítima. Foi o Hamas que atacou violentamente Israel, matando de forma macabra as crianças, os jovens, os idosos, as mulheres, os homens e os civis em particular. É o Hamas que carregará sangue de todas estas vidas perdidas – inutilmente – e das que ainda vão certamente morrer ao longo deste conflito armado de ambos os lados. 

O Hamas é um grupo fundamentalista, extremista e terrorista, que não valoriza o primado da vida humana. Não tem valores da civilização e da civilidade. Vive promovendo o ódio, a guerra, o terror e o derramamento do sangue. Tanto que, por esta razão, assim que teve a oportunidade pelo descuido dos serviços secretos de Israel, não hesitou em empregar os métodos mais hediondos para fazer valer a sua pretensão. Em consequência disso, disparou, decapitou e queimou friamente pessoas inofensivas, sobretudo as pobres criancinhas judias, deixando um horripilante rasto de destruição sem precedentes em Israel. Milhares de pessoas foram barbaramente mortas, sem dó nem piedade, apenas por serem sionistas. 

O despoletar desta guerra é da exclusiva responsabilidade do Hamas, independentemente da convicção a que cada um de nós possa ter sobre a já longa crise israelo-palestiniana. Se não fosse este cruento ataque premeditado do Hamas não estaríamos agora assistir as chocantes imagens de massacres dos civis, bombardeamentos indiscriminados, destruições de várias ordens e de mortandade em larga escala, que nos deixam completamente impotentes perante tais tamanhas devastações. O Hamas, sem qualquer tipo de dúvida ou justificação, para grande tristeza nossa, é o único culpado por toda esta tragédia humanitária. 

A Impiedade do Ser Humano


É com o coração dilacerado que tenho estado a acompanhar a barbárie que chega de Israel através dos media. A carnificina promovida pelo grupo terrorista Hamas, contra os inofensivos civis judeus, ultrapassa todos os limites do bom senso e da razoabilidade. Ultrapassa os valores do humanismo e da humanidade. Não há razão, por mais que seja manifesta, que possa legitimar matar indiscriminadamente civis, inclusive pessoas inocentes. Instaurar um clima de terror nunca é solução plausível para resolver os problemas de fundo, antes pelo contrário, contribui ainda mais para agravar o diferendo e radicalizar as posições. A guerra só traz o desgosto, o sofrimento e a matança. 

Lamento profundamente este derramamento de sangue deliberado promovido pelo Hamas contra a nação israelita e o seu território Israel. Lamento, igualmente, de forma profunda, pelas pessoas que perderam a vida de ambos os lados do conflito e, seguramente, vão continuar a morrer inocentes nas próximas horas, dias, semanas e meses. Oro para que o Todo-Poderoso DEUS possa derramar a paz nos corações dos homens e mulheres que têm um papel importante e determinante neste conflito, com vista a minimizar os efeitos devastadores que uma guerra sempre comporta. Estou completamente solidário com o povo judeu. 

Os Incendiários Discursos de Umaro Sissoko Embaló


Partilho aqui convosco a minha Rúbrica Semanal sobre a Situação Sociopolítica na Guiné-Bissau. Abordei os relevantes assuntos que marcaram agenda política do país nos últimos dias, nomeadamente o discurso incendiário de Umaro Sissoko Embaló sobre a celebração da nossa independência nacional, a putativa data das eleições presidências para 25 de Novembro de 2025 marcadas unilateralmente por ele, o diferendo entre o governo e os padeiros,  as movimentações nas forças armadas, exortações ao Presidente da Assembleia Nacional Popular Domingos Simões e o Primeiro-ministro Geraldo Martins, bem como um recado em crioulo para o General Biaguê Na N’Tan. 

Tenha um bom proveito na visualização e auscultação do vídeo. 

As Manobras Perigosas de Umaro Sissoko Embaló


Umaro Sissoko Embaló ainda não desarmou nos seus maléficos intentos contra o povo guineense. Sissoko Embaló ainda não caiu no real de que as coisas mudaram radicalmente em Bissau, sobretudo que o seu projecto político não tem mais pernas para andar nos próximos tempos que se avizinham no país. Sissoko Embaló está a fazer as manobras dilatórias perigosíssimas para lançar a Guiné-Bissau num pântano de incertezas e de convulsão social imprevisível. Sissoko Embaló é um factor da desagregação da nossa unidade e coesão nacional: um autêntico perturbador da ordem e paz social. Não sabe falar sem ameaçar ou agredir verbalmente terceiros. Não tem modos e cultura democrática para ocupar os relevantes cargos públicos. O seu discurso é sempre incendiário, pautado na desqualificação, intimidação e insultos gratuitos aos seus adversários políticos. 

Umaro Sissoko Embaló está a usar a capa do “presidente da república” para criar instabilidade no país e, consequentemente, tirar dividendos político-governativos. Sissoko está a lutar, inutilmente, a todo o custo, para assegurar o segundo mandato e, desta forma, continuar a pisar na nossa Constituição da República, tal como tem feito de forma reiterada. No entanto, o que Sissoko fingiu esquecer é de que o povo guineense já não o quer como “presidente da república”. Os guineenses estão exaustos e fartos dos desmandos de Sissoko. Não há mais um guineense com o bom senso que deixa ludibriar pelas ilusórias promessas políticas de Sissoko, excepto aqueles que estão a beneficiar com o estado de terror que ele tenta implementar na Guiné-Bissau. Sissoko Embaló pode pintar de santinho, ou fazer tudo que estiver ao seu alcance, nunca mais o povo guineense vai cair nas suas ardilosas e tautológicas mentiras. 

Ontem no seu descaracterizado e pobre discurso no aeroporto, contra todas as previsões, Umaro Sissoko Embaló anunciou unilateralmente a data das próximas eleições presidências para o dia 25 de Novembro de 2025, sem ouvir os partidos políticos, violando assim manifestamente as disposições da lei eleitoral do país. O mandato de Umaro Sissoko Embaló termina impreterivelmente em fevereiro de 2025, por que razão só vamos ter eleições no fim do ano? Sissoko Embaló pensa que vamos deixá-lo violar a Constituição da República para ficar na presidência aproximadamente seis anos? Sissoko deve estar a sonhar. Só pode ser mesmo. 

Esta marcação da data de eleições presidências de Sissoko Embaló não é, de todo, inocente. Umaro marcou extemporaneamente a referida data para poder ganhar o tempo suficiente de dissolver ainda o parlamento e, desta forma, criar um falso governo de unidade nacional, patrocinado exclusivamente por ele, para poder realizar e falsificar os resultados das eleições presidenciais. É isto a única interpretação plausível para ele marcar as eleições presidências passados nove meses depois do fim do seu mandato. Tanto que, por esta razão, afirmou ontem peremptoriamente que ganharia as eleições logo na primeira volta (na kuma gora?). Fez esta absurda afirmação porque sabe das futricas que está a planear… Estaremos aqui para enfrentá-lo, com determinação, todas as suas artimanhas para criar instabilidade no país. 

E mais, o parlamento da Guiné-Bissau já não pode ser dissolvida por actual “presidente da república” por imposição constitucional. A partir dos finais de Fevereiro de 2025, Umaro Sissoko Embaló deixará de ter plenos poderes como “presidente da república”, razão pela qual não terá mais prerrogativas para demitir o governo ou de dissolver o parlamento. Por isso, todas estas manobras dilatórias perigosíssimas que Sissoko está a fazer para perpetuar no poder não passarão. O povo guineense está atento a estas flagrantes violações e jamais terão sucesso. Mesmo assim, as tais manobras só servirão para mergulhar o país numa crise político-governativa e com implicações imprevisíveis para o nosso povo. Umaro Sissoko Embalo é, sem dúvida, infelizmente, um factor de instabilidade e representa um enormíssimo perigo para a Guiné-Bissau. 

Caminhar Com o Senhor Jesus Cristo num Mundo Maligno


Estive, no passado dia 17 do corrente mês, a convite da Juventude Guineense em Portugal, a pregar na Igreja Missão Evangélica Lusófona (MEL), no encerramento das actividades de jovens sobre as férias de verão, sob o tema “Caminhar Com o Senhor Jesus Cristo Num Mundo Maligno”, baseado no texto sagrado de 2 Timóteo 3:1-17. 
Partilho, por isso, a parcela desta minha pregação convosco. 

O Discurso Vazio de Umaro Sissoko Embaló

O discurso de Umaro Sissoko Embaló para assinalar o quinquagésimo aniversário da independência da Guiné-Bissau é um autêntico vazio. É vazio na forma. Vazio no conteúdo. Vazio no enquadramento histórico dos pressupostos que desencadearam a tão almejada proclamação unilateral da nossa sofrida independência.  Sissoko Embaló omitiu de propósito o nome do Engenheiro Amílcar Lopes Cabral como mentor decisivo da história da independência da Guiné-Bissau e Cabo-Verde. Um erro bastante crasso e um insulto deliberado à memoria colectiva do povo guineense. Omitiu o papel amiúde importante do PAIGC na luta de libertação nacional e na consolidação do Estado da Guiné-Bissau. Omitiu, por fim, os nomes dos heróis da luta de libertação, destacando apenas o do General Nino Vieira. 

O discurso de Sissoko Embalo é um cúmulo de imprecisões, inverdades, mediocridades, ressentimentos, pretensiosismos e de vazio aviltante. Não se pode falar da independência da Guiné-Bissau sem, no entanto, falar a fortiori do contributo determinante de Amílcar Lopes Cabral, do seu partido PAIGC e de todos os antigos combatentes da liberdade da pátria, que deram a sua vida para resgatar o nosso povo do jugo colonial português. Sissoko Embaló, por razões ainda desconhecidas, tem o ódio declarado ao PAIGC e do seu líder Amílcar Lopes Cabral. Tanto que, por esta razão, procura sempre branquear a verdade histórica para poder minimizar os feitos universalmente conhecidos e reconhecidos de Amílcar Cabral e do PAIGC. Desvaloriza a nossa data da independência nacional, optando mais por celebrar efusivamente a data da criação das Forças Armadas Guineenses no dia 16 de Novembro – como se esta fosse a mais importante. Retirou despoticamente 23 de Janeiro, a data do início da luta de libertação nacional, do feriado nacional. 

Tudo isto é o registo normal de Umaro Sissoko Embaló. Um registo que desmerece flagrantemente a nossa história, identidade, símbolos e heróis nacionais. Sissoko encarna sempre na sua actuação inverdade, mediocridade, prepotência, autoritarismo e de vazio que não deixa ninguém indiferente. Por isso, esperar que ele seja um estadista à altura é esperar de mais. Umaro Sissoko Embaló é, para desgraça do povo guineense, um autêntico vazio existencial. 

As Vantagens e Desvantagens da Emigração


Partilho aqui a minha explanação em crioulo sobre “As Vantagens e Desvantagens da Emigração”. Esta intervenção enquadra-se no primeiro encontro dos filhos de Nhacra em Lisboa, realizado no passado dia 23 de Setembro, sob o lema: “Unidos na Diáspora em Torno de Sector de Nhacra”. Tive o grato privilégio de ser convidado como orador principal no referido evento. 

O encontro serviu para trocarmos experiências e sedimentar os laços de guineendade que nos une, sobretudo dos nativos de Nhacra. Eu sou de Bissau, mesmo assim identifiquei-me completamente com o redobrado esforço cívico que estes patrícios estão a fazer em prol de Nhacra. Houve comes e bebes à moda guineense. Estavam na mesa alguns pratos típicos da Guiné-Bissau, especialmente os da etnia balanta. 

Rúbrica Semanal

Vamos ter hoje novamente a “Rúbrica Semanal sobre a Situação Sociopolítica na Guiné-Bissau. Tenciono, assim que voltar do culto dominical na minha igreja, gravar um vídeo para abordar os relevantes assuntos que marcaram agenda política nacional nas últimas duas semanas. Procurarei dar mais ênfase acentuada na nomeação do novo chefe de estado maior “particular” de Umaro Sissoko Embaló e as implicações jurídico-políticas que isto representará, num futuro breve, no equilíbrio das forças dentro das forças armadas guineenses. Também avaliarei o desempenho de um mês do governo do Dr. Geraldo Martins e as trafulhices do Procurador-Geral da República, assim como a actuação dos deputados na Assembleia Nacional Popular. 

Tenciono ainda, por fim, de forma humilde, avançar algumas pertinentes sugestões para ajudar o governo a encontrar o rumo certo para o desenvolvimento do país. Até logo. Bom dia. 

As Manobras Inconstitucionais de Sissoko Embaló


Partilho aqui a minha rúbrica semanal sobre a situação política na Guiné-Bissau. Abordei sobre a problemática da nomeação do novo chefe de estado maior “particular” de Umaro Sissoko Embaló, o desempenho de um mês do governo do Dr. Geraldo Martins e dos deputados da Assembleia Nacional Popular, bem como as manobras de perseguição do Procurador-Geral da República ao actual governo e algumas pertinentes sugestões ao Primeiro-ministro Geraldo Martins e ao Presidente da Assembleia Nacional Popular Engenheiro Domingos Simões Pereira. 

Tenha um bom proveito na auscultação do vídeo. 

Rúbrica Semanal Sobre a Situação Sócio-Política na Guiné-Bissau

 

Partilho aqui a minha “Rúbrica Semanal Sobre a Situação Política na Guiné-Bissau”. A partir de hoje em diante vou ficar a fazer vídeos semanais para dar a conhecer ao público aquilo que é a minha opinião sobre a actualidade política guineense. É a forma mais adequada que encontro, por enquanto, para dar a minha contribuição ao país. 

Tenha um bom proveito na visualização do vídeo. 

O Primeiro Conselho de Ministros Liderando Por Geraldo Martins

Registo com bastante satisfação o facto de a reunião do Conselho de Ministros de anteontem e de hoje voltar a realizar no palácio do governo, cortando assim com o açabarcamento e usurpação de poderes executivos por parte de Umaro Sissoko Embaló. Em circunstâncias nenhumas o Conselho de Ministros poderia ficar a realizar no palácio da república, tal como tem feito ininterruptamente Sissoko Embaló nos últimos anos. É um precedente grave, perigoso e inconstitucional, que atenta contra o nosso modelo semipresidencial. Por outras palavras, à vista de todos e pela impotência de todos os órgãos da soberania, Sissoko Embaló capturou todos os poderes da república e autoproclamou-se como “único chefe” do país, e com todas agravantes ditatórias que isto representa na vida dos guineenses. 

Por isso, fiquei bastante contente por ver o Conselho de Ministros voltar ao Palácio do Governo. Pelo menos, teremos novamente um verdeiro poder executivo a ser exercido pelo governo e não pelo presidente da república. Vou estar atento nas próximas semanas para certificar se, realmente, esta firme decisão do Primeiro-Ministro Geraldo Martins é mesmo para se manter. Espero que assim seja. Também fiquei bastante contente pelo governo ter decidido baixar consideravelmente o preço exorbitante do arroz no mercado, com vista a facilitar a vida dos nossos pobres e fustigados patrícios. Os meus parabéns para o governo do Dr. Geraldo Martins por estas duas sábias e cruciais decisões políticas. 

É preciso ainda fazer muitas coisas, sobretudo baixar para os preços aceitáveis os produtos da primeira necessidade e cortar drasticamente na obesidade do estado (as excessivas mordomias, exorbitantes salários e dispendiosas regalias dos titulares de cargos públicos), erradicando assim a fome no país e as desigualdades sociais. É preciso aumentar o salário dos funcionários públicos, encontrar uma solução rentável para a comercialização das castanhas de caju, estancar a crónica e sistemática situação de greve, bem como garantir a segurança no país, o normal funcionamento das escolas públicas e minimizar significativamente o estado calamitoso em que se encontra os nossos centros de saúde e hospitais em geral. É preciso, com carácter de urgência, encontrar soluções exequíveis para começar a implementar estas importantes medidas político-governativas para o bem-estar do nosso sofrido povo, aliás, como o próprio Primeiro-Ministro Geraldo Martins tem reconhecido nas suas entrevistas. 

Qualquer das maneiras, tenho de reconhecer que há uma mobilização e empenho demonstrado por parte do governo no sentido de dar um novo rumo positivo para o país. Estão-se a construir, cada vez mais, as peças chaves e determinantes para realmente materializar o tão ambicioso projecto “Terra Ranka”. É isto que os guineenses de boa-fé ambicionam e esperam deste coligado governo.         

O Futuro da Coligação PAI - Terra Ranka


O relacionamento do PAIGC com os restantes partidos da coligação, sobretudo o seu futuro político, é a pertinente questão que o Jurista Gervasio Silva Lopes me colocou. Não hesitei, na minha humilde resposta, em denunciar a falta de compromisso que caracterizam os actores políticos guineenses. Temos uma classe política incompetente, gananciosa, materialista, corrupta e permeável à corrupção. Todos estes vícios corrosivos têm feito a Guiné-Bissau retroceder consideravelmente a nível do desenvolvimento. 

Mesmo assim, congratulei-me com o facto do PAIGC ter tido uma postura aberta em integrar os outros partidos com assento parlamentar, nomeadamente o PRS e PTG, não obstante não precisarem deles para governar, uma vez que o PAIGC venceu as eleições com a maioria absoluta. 

Centralizei ainda a minha abordagem sobre os constantes ziguezagues políticos que tem caracterizado o PRS nas duas últimas décadas. O PRS é, cada vez mais, para tristeza nossa, um partido descaracterizado, faminto e vendido. Um partido que está sempre metido em trafulhas, conspirações, golpes de estado e ilegalidades, perdendo consideravelmente o capital político que outrora granjeou perante o eleitorado guineense. A maioria dos guineenses há muito tempo que não se revê no PRS por causa da sua avidez pelo poder, estando disposto a tudo para fazer sempre parte do governo. Tanto que, por esta razão, foi relegado duas vezes para a terceira força política do país e com pouca expressão política. 

Não obstante toda esta situação, julgo que esta nova direcção do PRS, encabeçado por Fernando Dias, tem todas as condições para inverter a má fama do partido perante o eleitorado guineense. E uma das formas mais rápidas para chegar este desiderato político é levar avante, até ao fim, este acordo de incidência parlamentar com a coligação PAI – Terra Ranka. 

Por isso, tal como conclui de forma peremptoria, é extremamente importante que o próprio PAIGC ajudasse o jovem Fernando Dias a ganhar o próximo congresso do PRS para, desta forma, poder continuar na liderança e consolidar o seu poder no seio dos renovadores. 

A Polémica em Torno do Novo Governo do Dr. Geraldo Martins


Partilho aqui a minha apreciação sobre o novo governo guineense, procurando cingir-me sobretudo a polémica do momento que tem a ver com os nomes de ministros e secretários de estados que, na leitura de alguns guineenses, não estão habilitados para fazerem parte do executivo liderado por Geraldo Martins – por estarem manchados pela corrupção e/ou incompetentes para o cargo, bem como aqueles que têm um entendimento diferente neste sentido, considerando que é um governo possível. 

O Relacionamento Institucional de Geraldo Martins com Umaro Sissoko Embaló


Como deve ser o relacionamento institucional deste novo governo com o presidente da república? É a pertinente questão que o Jurista Gervasio Silva Lopes me colocou ontem no nosso directo. Na minha resposta, formulei que o relacionamento do Primeiro-Ministro Geraldo Martins com Sissoko deve ser pautado, acima de tudo, pela legalidade constitucional. Instei ainda ao Primeiro-ministro a nunca realizar o Conselho de Ministros na presidência da república, mas sim no palácio do governo como manda a lei, tendo em conta a separação de poderes consagrado no nosso regime jurídico, assim como não reduzir a servilismo subserviente e culto de personalidade a Sissoko. Não precisa de nada disso, uma vez que está revestido da legitimidade popular para exercer o cargo de Primeiro-ministro, independentemente do julgamento positivo ou não de Sissoko. 

Apreciação Política Sobre o Novo Governo de Geraldo Martins


Como deve ser o relacionamento institucional deste novo governo com o presidente da república? É a pertinente questão que o Jurista Gervasio Silva Lopes me colocou ontem no nosso directo. Na minha humilde resposta, formulei que o relacionamento do Primeiro-Ministro Geraldo Martins com Sissoko deve ser pautado, acima de tudo, pela legalidade constitucional. Instei ainda ao Primeiro-ministro a nunca realizar o Conselho de Ministros na presidência da república, mas sim no palácio do governo como manda a lei, tendo em conta a separação de poderes consagrado no nosso regime jurídico, assim como não reduzir a servilismo subserviente e culto de personalidade a Sissoko. Não precisa de nada disso, uma vez que está revestido da legitimidade popular para exercer o cargo de Primeiro-ministro, independentemente do julgamento positivo ou não de Sissoko. 

O Regresso


Dentro de algumas horas, mais precisamente às 20h30 de Portugal, estarei a ser entrevistado pelo Jurista Gervasio Silva Lopes para falar sobre a realidade político-governativa do nosso país, a Guiné-Bissau. Esta entrevista marcará o meu regresso ao debate público guineense – depois de ter estado ininterruptamente quatro anos num silêncio absoluto, sem formular nenhuma opinião pública sobre o curso funesto que a Guiné-Bissau tem enveredado. 

Há tempo de calar e o tempo de falar, dizia sabiamente o rei Salomão (Eclesiastes 3:7). Chegou o momento oportuno para erguer a minha voz para falar aquilo que entendo ser mais conveniente e correcto para dinamizar o meu país.  Vou abordar sobre o novo governo do país e como é que este interagirá com o presidente da república e demais órgãos da soberania nos próximos tempos. Falarei ainda sobre o nosso modelo constitucional e os desafios legislativos que se colocam os deputados agora eleitos, sobretudo a matéria da revisão constitucional, a problemática em torno do contrato dos nossos recursos naturais, a estacionada força da CEDEAO que se encontra no país, as flagrantes e reiteradas violações dos direitos humanos dos cidadãos, a responsabilidade e responsabilização dos titulares dos cargos públicos, etc. 

Assim que for às 20h30 vou partilhar o directo na minha página no facebook. Está, por isso, convidado/a para assistir. Até logo. Obrigado.

A PALAVRA DO SENHOR (39): Quem Tem Ouvidos Para Ouvir, Que Ouça


 “Durante três meses, Paulo ia à sinagoga e lá falava com toda a convicção, procurando convencê-los acerca do reino de Deus. Mas alguns mostravam-se renitentes, não acreditavam e diziam mal do Caminho do Senhor diante da multidão. Então Paulo separou-se deles e passou a reunir-se com os discípulos na escola de um homem chamado Tirano, onde pregava e ensinava todos os dias. Fez isto durante dois anos, de modo que todo o povo que morava na região da Ásia, tanto judeus como não-judeus, ouviram a palavra do Senhor. 

Deus fazia milagres extraordinários por meio de Paulo. Até levavam os lenços e as roupas que Paulo tinha usado, para com eles tocarem nos doentes, e eles ficavam curados das doenças que tinham e os espíritos maus saíam deles.  Alguns judeus que andavam de terra em terra a expulsar espíritos maus quiseram usar o nome do Senhor Jesus para expulsar os espíritos maus dos doentes e diziam aos espíritos: «Em nome de Jesus, aquele que Paulo anuncia, ordeno-vos que saiam!» Entre os que andavam a fazer isto havia sete filhos de um judeu chamado Escevas, que era chefe dos sacerdotes. Mas um espírito mau respondeu-lhes: «Conheço Jesus e sei quem é Paulo. Mas vocês, quem são?» Então o homem possuído do espírito mau atirou-se a eles, bateu-lhes tanto que eles tiveram de fugir daquela casa muito feridos e quase nus. Todos os que moravam em Éfeso, judeus e não-judeus, souberam disto e ficaram cheios de medo. O nome do Senhor Jesus tornou-se mais respeitado ainda. Então muitos dos que passaram a crer no Senhor proclamavam a sua fé e confessavam o mal que tinham feito. Muitos daqueles que praticavam bruxarias juntaram-se e levaram os seus livros para os queimarem à vista de todos. Calculou-se o valor dos livros queimados em cinquenta mil moedas de prata. Era assim que com o poder do Senhor a sua palavra se espalhava e fortalecia cada vez mais[1]”. 



[1] (Apóstolo Paulo, in A Bíblia Sagrada, Actos dos Apóstolos 19:8-20, Versão, A Boa Nova Em Português Corrente, Lisboa, Sociedade Bíblica de Portugal, 2004). 

Um Dia, Um Aniversariante

O meu irmão mais velho Evaristo Vieira faz anos hoje. Está a celebrar mais uma primavera na vida, graças a DEUS. Casado com a Marta Gomes Vieira e pai de três precisíssimos filhos. O Evaristo é um exemplo manifesto de disciplina, determinação, diligência, entrega e persistência. Desenvolve uma ética de trabalho irrepreensível. Desdobra-se em vários ofícios para alimentar este incomensurável gosto salutar. É Pastor Evangélico, diplomata de carreira e docente universitário. 

O meu irmão é ainda um homem de família, conseguindo encarnar holisticamente a máxima romana do “bonus pater famílias” (que o diga, por todos, a minha cunhada Marta Gomes Vieira e os meus sobrinhos). É uma pessoa bastante simples, íntegro, de bom trato e desprovido de vícios corrosivos. Está inteiramente comprometido com a obra de DEUS. Tem-Na acima de todas as coisas na sua vida. Procura diariamente ajustar o seu testemunho com os sagrados preceitos bíblicos e imperativos da vida Cristã. Desde muito cedo evidenciou tais elevadas qualidades humano-espirituais, sobretudo engajamento no serviço do Reino de DEUS. Acompanhou o meu processo de vida e sempre me despertou para o Caminho do Evangelho, bem como aos outros elementos da nossa família. O Evaristo Vieira é um orgulho para todos nós, especialmente pelo excelente e fervoroso ministério que tem vindo a desenvolver em prol da difusão e crescimento do Cristianismo na nossa Terra. 

Por tudo o que foi dito, e que mais poderia ser acrescentado neste breve artigo, principalmente por ter um irmão bastante especial que sempre se preocupou comigo e me apoiou de forma incondicional, que desejo-lhe as maiores bênçãos terreno-celestiais e realizações a todos os níveis da vida. 

Estimado irmão Evaristo Vieira, faço votos que esta data especial possa repetir-se por muitas vezes na tua vida ao lado de toda a nossa família e entes queridos. E que o nosso Todo-poderoso DEUS possa continuar a proteger-te do maligno, guiar-te pelo Caminho da Verdade e usar-te para a Sua Eterna Glória; que sejas sempre bem-sucedido, realizado e feliz na tua jornada de vida. Acima de tudo, que a graça, o amor, a paz, o perdão, a bondade e a misericórdia de DEUS possam permanentemente seguir-te para todo o sempre. 

Muitos parabéns e feliz aniversário, querido irmão.  Todas as felicidades do tempo e da eternidade. 

A Mulher Adúltera e a Sua Absolvição pelo Senhor Jesus Cristo


Partilho aqui esta lição da Escola Bíblica Dominical (EBD), que ministrei na minha Igreja, sobre a mulher que traiu deliberadamente o seu marido na Festa dos Tabernáculos dos judeus que, contra todas as evidencias humano-sociais, achou graça, amor e perdão por parte do Senhor Jesus Cristo (João 8:1-11). Esta mulher acumulava simultaneamente várias infracções no seu acto pecaminoso, fazendo com que merecesse a pena de morte, tal como preceituava a Lei de Moisés (OUVIR AQUI EM PODCAST)

Em primeiro lugar, esta mulher era adúltera e foi apanhada em flagrante acto de adultério numa festa religiosa (v. 4). Deixou-se levar descontroladamente pela luxúria, sem medir as consequências práticas do seu envolvimento sexual ilícito. Também ela era traidora. Traiu deliberadamente o marido e traiu a sua própria família, violando assim o dever da fidelidade que vincula todos os cônjuges no âmbito matrimonial. Ela ofendeu de forma livre e consciente o sétimo mandamento da Lei de DEUS que proíbe, em todas as circunstâncias, o adultério (Ex 20:14). Destruiu a sua vida, a do seu marido e da sua família. Esta mulher era uma autêntica vergonha para a sua família, a sua comunidade e o seu povo, razão pela qual humilharam-na publicamente e puseram-na à chacota perante tudo e todos. A única sentença para o cúmulo de todos estes abomináveis pecados era a pena de morte por apedrejamento. Tinha que ser apedrejada até à morte. Era isso que a Lei mandava fazer em tais situações (Lv 20:10; Dt 22:22-24). Não havia outra solução viável para remediar o censurado pecado desta desgraçada mulher. Ela estava condenada a morrer. Morrer de forma bárbara pelo apedrejamento público. Ela não tinha como fugir ou negar o seu envolvimento sexual com outro homem, porque foi apanhada no próprio acto de adultério. Há muitas pessoas que mentem, roubam, traem, enganam, matam e, mesmo assim, escapam ilesas. Não era o caso dessa mulher. Havia provas irrefutáveis do seu manifesto pecado que ela não podia desculpar. Foi apanhada em pleno acto de adultério, insisto. 

Os escribas e fariseus aproveitaram este mediático caso de adultério para poderem apanhar em falso o Senhor Jesus Cristo, que se encontrava empenhadamente a ensinar no templo e, desta forma, poderem aleivosamente acusá-Lo. Fizeram-Lhe uma pergunta sorrateira, que encerra uma rasteira, com vista a apanhá-Lo em contradição e, deste modo, arruiná-Lo completamente. Estes doutores da Lei eram também autênticos doutores em tramoia, conspiração e da maldade! Qualquer resposta que o Filho de DEUS desse seria facilmente apanhada em armadilha e, consequentemente, “esmagado” – podia ser por judeus ou pelas autoridades romanas. Os escribas e doutores da Lei, escreve Hernandes Dias no seu Comentário Expositivo sobre o Evangelho João em concordância com Charles Erdman, “queriam encontrar um motivo para acusá-lo e matá-lo. E assim intentaram três coisas contra ele. Em primeiro lugar, tentaram jogar Jesus contra a lei de Moisés; segundo, tentaram jogar Jesus contra a lei romana; terceiro; tentaram jogar Jesus contra o povo. O alvo dos fariseus era colocar Jesus diante de um dilema: se ele perdoasse e absolvesse a mulher, estaria em oposição à lei de Moisés e contra ele se poderia argumentar que estava fomentando as pessoas a cometer adultério (Lv 20.10; Dt 22.22-24); se ele a condenasse à morte, estaria usurpando atribuições do governo romano (18.28-31), porque os romanos haviam retirado dos judeus o poder de infligir penas capitais”. 

Colocaram assim o Senhor Jesus perante um grande dilema e como juiz num caso que Ele não tinha nada a ver. Não era testemunha ou parte visada no vergonhoso pecado da mulher adúltera. Também não era juiz e, tão pouco, fazia parte da cúria das autoridades judaicas. Eles puseram-Lhe esta questão, relata-nos o evangelista João, “porque queriam apanhá-lo em falso para depois o acusarem” (v.6). Eles tinham a inveja e o ódio declarado contra o Senhor Jesus, desde o começo do Seu ministério, tendo em conta a autoridade com que Ele ensinava e o amplo acolhimento favorável que a Sua mensagem salvífica despertava no seio do povo. William Hendriksen, citado ainda por Hernandes Dias Lopes, na mesma esteira do pensamento, sustenta “que o interesse principal dos acusadores não era a mulher. Eles apenas a estavam usando como um laço para pegar Jesus. Este, sim, era a verdadeira vítima! E, para realizarem esse propósito diabólico contra Jesus, jogaram para o alto qualquer gentileza ou vergonha que tivessem. A vergonha e os temores da mulher, ao ser exposta publicamente, não lhes significava nada, conquanto alcançassem o objetivo que tinham proposto. Assim eram os líderes religiosos de Jerusalém”. 

O Senhor Jesus Cristo, conhecedor da mente dos pecadores e a sua verdadeira intenção, não se precipitou em responder a esta astuta e rasteira pergunta dos escribas e fariseus. Limitou-Se apenas a escrever no chão com o dedo. Mesmo assim, eles não se desarmaram e continuaram a interroga-Lo de forma insistente, querendo a todo o custo ter uma resposta por parte Dele. O Senhor Jesus, diz-nos o Evangelista João, “levantou-se e disse-lhes: Aquele de entre vós que nunca pecou, atire-lhe a primeira pedra” (v.7). Quem não tiver pecado que seja o primeiro a atirar a pedra. Por outras palavras, se houver algum entre vós que esteja sem pecado, sem pecado desta natureza, que não tenha nunca, em nenhuma ocasião, sido culpado de fornicação, adultério ou maculado, que atire a primeira pedra sobre ela. Que seja o primeiro, tal como manda a Lei de Moisés, a atirar a primeira pedra (Dt 17.7). 

O Senhor Jesus confrontou-os abertamente com a sua miséria espiritual, através da autoanálise que faziam da Sua interpelação, deitando por terra a hipocrisia, a soberba, a vingança, a maldade, a injustiça e o pecado em que se encontravam mergulhados. Estes acusadores eram injustos, parciais e autênticos pecadores. Cometeram, desde logo, uma tamanha injustiça objectiva no caso em apreço, ilibando o homem que estava a praticar relações sexuais ilícitas com a mulher adúltera, contrariando assim as disposições da Lei que expressamente diz: “se um homem for apanhado em adultério com uma mulher casada devem morrer tanto ele como ela. Assim acabarás com este escândalo em Israel” (Dt 22:22; Lv 20:10). Eles limitaram apenas a sua fúria para com a pobre mulher por ser a parte mais fraca nesta história, desculpando-se o homem. Não estavam minimamente preocupados com a espiritualidade sacrossanta, a moralidade pública exemplar e o zelo pelos nobres princípios e valores da família. A preocupação deles, antes pelo contrário, era vingar-se da mulher, condenando-a à morte e posteriormente apanhar o Senhor Jesus em falso para O acusar. 

Perante esta situação, isto é, ao ouvirem as desafiantes palavras do Senhor Jesus, “foram saindo dali um a um, a começar pelos mais velhos, e só lá ficou Jesus e a mulher ao pé dele” (v.9). Fugiram todos. Os falsos moralistas e religiosos de conveniência, foram frustrados nas suas maléficas intenções e fugiram de forma apressada. Não ficou ninguém. Desde o mais velho até ao mais novo, fugiram todos. O Senhor Jesus, diferentemente da reprovável conduta destes escribas e doutores da Lei, “não expõe os próprios acusadores ao opróbrio (8.79). Ele age de maneira diferente daqueles que expuseram a mulher ao ridículo. Jesus conhecia os seus pensamentos. Sabia do plano abominável deles. Ele poderia ter exposto esses acusadores à execração. Podia denunciar o segredo do coração deles. A derrota dos acusadores foi patentíssima. Acusados pela consciência, retiraram-se, começando a debandada pelos mais velhos, que evidentemente idearam o plano, seguindo-se os mais moços, até o último”, escrevia Charles Erdman citado por Hernandes Dias Lopes. E o Senhor Jesus, por Sua vez, levantou-Se e perguntou a humilhada mulher: “Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou? Ninguém, Senhor!, respondeu ela. Também eu te não condeno, disse Jesus. Vai-te embora e daqui em diante não tornes a pecar.” (v.10-11). Vai em paz, os teus pecados são perdoados, bem entendido. 

O Senhor Jesus contra tudo e todos absolveu esta pobre mulher da morte certa a que ela estava destinada perante a turba ululante e os hipócritas escribas e doutores da Lei, perdoando de forma amorosa os seus pecados, mandando-lhe depois ir embora e não voltar a pecar. Jesus, de acordo com Hernandes Dias Lopes, “age com misericórdia com a mulher (8.10,11). Ele veio não para condenar, mas para salvar. A mulher merecia morrer, mas ele usa seu poder para restaurar. Ele veio buscar e salvar o que se havia perdido. Ele veio para os doentes. O perdão não é barato. Jesus deu sua vida. Ele valoriza aquela mulher, chamando-a por um título honroso, o mesmo que usou para sua mãe: Mulher”, concluindo depois que “Jesus a encorajou. (…). Vai. Volta à vida. Não fique carregando seus traumas, recalques e culpa. Ela vai livre, perdoada, restaurada e com dignidade”. 

Em suma, o amor venceu o legalismo hipócrita, a misericórdia a religiosidade, a verdade a mentira, a vida a morte. O Senhor Jesus conferiu um novo estatuto a esta pobre mulher, restaurando-lhe a dignidade plena, tal como faz com todos aqueles que beneficiam da Sua graça redentora. Ele veio ao mundo para salvar e justificar os miseráveis pecadores. Que assim seja. E assim sempre será. Aleluia! 

Os Abusos Sexuais na Igreja Católica Romana


Não fiquei nada surpreendido com a estimativa avassaladora avançada pela Comissão Independente criada para averiguar os abusos sexuais cometidos na Igreja Católica Portuguesa (LER). Estes números de abusos sexuais eram de esperar. Eles retratam parcialmente aquilo que tem sido a obstrução deliberada a que a Igreja Católica Romana tem sido negligentemente votada ao longo dos séculos. A Igreja Católica Romana, para tristeza nossa, é um antro de aglomeração de pedófilos, homossexuais, tarados sexuais e abusadores. E tudo isto acaba por ter influências extremamente nefastas na dinâmica ministerial da igreja e na forma como lida com os seus membros, sobretudo com as crianças. 

Os abusos são completamente condenados na Bíblia Sagrada. Toda a Doutrina Bíblica é manifestamente contra os abusos. Nenhum tipo de abuso tem amparo na Palavra de DEUS. A coação, o abuso, a violação, a violência, o suicídio e homicídio são do Diabo e dos seus agentes espalhados pelo mundo fora. O nosso Todo-Poderoso não coage ninguém a fazer nada contra a sua livre vontade. Por isso, nenhum Cristão pode ser abusador ou compactuar com o abuso seja de criança ou adulto. Todo o abuso é profundamente contrário aos postulados Cristãos: há uma incompatibilidade axiológica e teológica entre Cristianismo e abuso – nenhum Cristão mesmo pode ser abusador e nenhum abusador se pode dizer Cristão. O abuso sexual desconfigura, atrofia a personalidade, deixa marcas indeléveis na alma, retira a felicidade e, em última instância, mata a vítima. É um dos cancros da pós-modernidade, abarcando todas as esferas da nossa moribunda sociedade (LER).  

Dia Internacional da Mulher

Hoje é o Dia Mundial da Mulher. Ser mulher no nosso hostilizado, cruento, machista e injusto mundo não é uma tarefa nada fácil. Comporta enormíssimos riscos e obstáculos que, nalgumas circunstâncias, são bastantes penosas e inultrapassáveis. O pior ainda é ser mulher africana. A mulher africana carrega dolorosamente sobre si todas as desgraças deste maldito mundo – e com todas as implicações humano-sociais que isto acarreta no seu quotidiano e na sua autodeterminação. Continua ainda arbitrariamente a ser reduzida cegamente à ignorância, à objectificação, ao abuso, à miséria, à prostituição, à violação e à violência, etc. 

Por isso num dia como o de hoje, em que celebra “O Dia Internacional da Mulher”, impõe-se uma genuína reflexão a todos os Homens de “boa vontade” no sentido de contribuir resolutamente para uma cabal melhoria da condição humilhante e deplorável em que se encontram a generalidade daquelas que constituem as nossas esposas, mães, avós, filhas, irmãs, tias, primas, companheiras e exclusivamente mulheres. 

Quero, por ocasião do nobre espírito deste dia, através das mulheres africanas, estender amigavelmente os meus profundos votos de reconhecimento e de um futuro ditoso para todas as nossas valentes mulheres em geral, esperando com fé que possam num futuro breve libertarem-se definitivamente do jugo opressor masculino em que são votadas ao longo dos séculos. Que assim seja.