A Verdadeira Riqueza em DEUS: Da Reconstrução da Visão Ímpia do Mundo sobre a Sobrevalorização do Dinheiro e a Sua Centralização nos Reais Propósitos Divinos


Estivemos, no dia 28 de Abril, a ministrar a Palavra de DEUS na nossa Igreja. O tema objecto da nossa pregação foi “A Verdadeira Riqueza em DEUS”, baseado no texto bíblico de 1Timóteo 6:3-12. Procurámos, de forma humilde, com a ajuda do Espírito Santo, destacar a problemática teológico-doutrinária que o texto bíblico em apreço encerra, nomeadamente a heresia destruidora de vidas humanas dos falsos mestres, o materialismo antropológico e a cobiça desenfreada pelo dinheiro que estava profundamente a minar a Igreja do Senhor Jesus Cristo, fazendo com que o Apóstolo Paulo erguesse ousadamente a sua voz em defesa intransigente do Evangelho[1] (OUVIR).

I – As Riquezas Materiais não São Sinónimas de Felicidade  

A verdadeira riqueza, diferentemente do entendimento preconizado pelo ímpio mundo, não está no status social, no poder, no dinheiro e nas riquezas materiais, mas sim unicamente em DEUS. É somente no nosso Todo-Poderoso DEUS que o homem se sente realmente preenchido e completamente habilitado para viver uma vida sacrossanta, plena, bem-sucedida, realizada e feliz em todas as suas várias dimensões.

As riquezas existem para serem partilhadas, proporcionando assim a equidade, igualdade e justiça social na sua correcta distribuição. Os bens, de acordo com a Doutrina Social da Igreja, “ainda que legitimamente possuídos, mantêm sempre um destino universal: é imoral toda a forma de acumulação indébita, porque se encontra em aberto contraste com o destino universal consignado por Deus Criador a todos os bens. A salvação cristã é, efectivamente, uma libertação integral do homem, libertação da necessidade, mas também em relação às próprias posses”[2].

As riquezas só terão impactos positivos quando são altruisticamente disponibilizados e usados para o bem comum da Humanidade, sobretudo amparar os mais desfavorecidos, necessitados, pobres e excluídos da sociedade. Todas as legítimas riquezas são de DEUS e provém exclusivamente DELE para abençoar o homem pecador. O livro de Crónicas expressa que é de DEUS “que vêm as riquezas e o poder. És tu que tudo governas e tendo a força e o poder podes dar aos outros força e grandeza” (1 Cr.  29:12). E quanto ao homem, escreve o autor sagrado de Eclesiastes, “a quem Deus deu riquezas e fazenda e lhe deu poder para delas comer, e tomar a sua porção, e gozar do seu trabalho, isso é dom de Deus” (Ec 5:19).

As riquezas vêm directamente de DEUS para o homem e cabe a este colocá-las ao serviço do bem comum, nomeadamente para combater as injustiças, as desigualdades, a miséria e a pobreza no mundo, porque “mais digno de ser escolhido é o bom nome do que as muitas riquezas; e a graça é melhor do que a riqueza e o ouro” (Pr 22:1). Por outras palavras, é mais vantajoso diante de DEUS ser desprendido, generoso, solidário, honorável e justo do que acumular egoisticamente as riquezas, pois “não aproveitam as riquezas no dia da ira, mas a justiça livra da morte” (Pv 11:4).

As riquezas visam os fins nobres e Divinos. Elas realizam a sua função de serviço ao homem quando destinadas a produzir benefícios para os outros e a sociedade. Como poderíamos fazer o bem ao próximo, interroga-se Clemente de Alexandria, “se todos não possuíssem nada? Na visão de São João Crisóstimo, as riquezas pertencem a alguns, para que estes possam adquirir mérito partilhando com os outros. Elas são um bem que vem de Deus: quem o possuir, deve usá-lo e fazê-lo circular, de sorte que também os necessitados possam fruir; o mal está no apego desmedido às riquezas, no desejo de açambarcá-las. São Basílio Magno convida os ricos a abrirem as portas dos seus armazéns e exclama: Um grande rio se derrama, em mil canais, sobre o terreno fértil: de igual modo, por mil vias, tu faz chegar a riqueza à habitação dos pobres. A riqueza, explica São Basílio, é como a água que flui mais pura da fonte na medida em que dela se haure com mais frequência, mas que apodrece se a fonte permanece inutilizada. O rico, dirá mais tarde São Gregório Magno, não é mais que um administrador daquilo que possui; dar o necessário a quem necessita é obra a ser cumprida com humildade, porque os bens não pertencem a quem os distribui. Quem tem as riquezas somente para si não é inocente; dar a quem tem necessidade significa pagar uma dívida”[3].

Mesmo assim, nenhuma riqueza material poderá satisfazer todos os anseios, vontades, caprichos e vazios existenciais do ser humano. As riquezas materiais podem proporcionar prazeres, mas nunca felicidade[4] (LER); podem proporcionar conforto, mas nunca tranquilidade; podem proporcionar abundância, mas nunca satisfação; podem proporcionar êxtase, mas nunca plenitude, paz e harmonia[5] (ALI) e (AQUI). As riquezas materiais, sem DEUS, são portas abertas para a perdição eterna. Somente confiando inteiramente em DEUS, fonte de todas as riquezas que há tanto no céu como na terra, que o homem é verdadeiramente rico, livre e salvo.  

II – A Heresia Destruidora de Vidas Humanas dos Falsos Mestres

Ninguém pode conceber nenhuma outra doutrina bíblica que não seja apenas aquilo que os profetas de DEUS, o Senhor Jesus Cristo e os santos Apóstolos ensinaram e que nos remete indubitavelmente para o Evangelho da salvação do nosso Senhor Jesus Cristo. Ninguém tem a prerrogativa teológica de formular qualquer outro ensino bíblico que não seja o que está divinamente contemplado nas Escrituras Sagradas. Nenhum Pastor, Evangelista, Missionário/a, Teólogo/a, Obreiro/a, Diácono/a, Líder da Igreja e Cristão/ã em geral tem a permissão de inventar um outro tipo de ensino bíblico incompatível com aquilo que está manifestamente estabelecido na Palavra de DEUS. Ninguém, por fim, tem a autorização para acrescentar algo “novo” ou retirar alguma coisa nas Escrituras Sagradas, sob pena de ser penalizado (Ap 20:18-19). Todo o ensinamento, a exortação, a repreensão, a correcção, a admoestação, a consolação deve estar devidamente coadunada com os nobres Princípios e Valores do Evangelho do nosso Senhor Jesus Cristo.

A Palavra de DEUS é a nossa única regra de fé e prática em todos os sentidos, circunstâncias e dimensões da vida. Aliás, este primado bíblico-teológico é também completamente acolhido e defendido pela Declaração de Fé Baptista Portuguesa, salientando que “a Bíblia Sagrada, nossa única e toda suficiente regra de fé e prática, foi escrita por homens divinamente inspirados e é o registo da revelação pessoal de Deus. É um tesouro perfeito de instrução divina. Tem Deus como autor, a salvação do homem como fim e a verdade, sem mescla de erro, como conteúdo. Revela o plano de Deus para a nossa salvação e os princípios pelos quais Deus nos há-de julgar. É a autoridade absoluta e o padrão supremo pelo qual toda a conduta humana, as opiniões religiosas e os próprios credos devem ser testados. É também, como revelação de Jesus Cristo, o centro da verdadeira unidade cristã”[6] (LER).

Portanto, todo o ensinamento bíblico e vivência Cristã têm de convergir completamente com a Palavra de DEUS. Nada contra as Escrituras Sagradas e tudo em torno delas, “porque nada podemos contra a verdade, senão em favor da própria verdade” (2 Co 13:8). E conhecereis a verdade, afirma de forma peremptória o Senhor Jesus Cristo, “e a verdade vos libertará” (Jo 8:32). Somente a Verdade do Evangelho libertar-nos-á da condenação vindoura. Por isso, tal como inspiradamente formulava Martinho Lutero, “qualquer ensinamento que não se enquadre com as Escrituras Sagradas deve ser rejeitado, mesmo que faça chover milagres todos os dias”. Toda a pregação e tese teológica tem de ter um acolhimento bíblico para sustentá-la. Se não tiver base bíblica tem de ser liminarmente rejeitada.  

Não há nenhuma “novidade” em termos bíblicos que já não foi revelada. Aquilo que é da vontade de DEUS para sabermos deu-nos a conhecer, mediante a Sua Santa Palavra, de modo que “o que está escondido pertence ao Senhor, nosso Deus, mas o que foi revelado é para nós e para os nossos descendentes, a fim de cumprirmos sempre todos os mandamentos desta lei (Dt 29:29).

Por esta razão, como sustenta o Apóstolo Paulo, “ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo” (1Co 3:11). Somos, pela soberana vontade de DEUS, “edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina; no qual todo o edifício, bem-ajustado, cresce para templo santo no Senhor” (Ef 2:20-221). Sobre esse alicerce, vinca ainda o Apóstolo Paulo, “cada um é livre para construir com materiais de ouro, prata ou pedras preciosas, ou ainda madeira, feno ou palha. Mas a obra de cada um há de ver-se. No dia do juízo, vai ficar à vista de todos, pois esse dia será como o fogo que vai pôr à prova o trabalho de cada um conforme o valor que tiver” (1Co 3:12-13). Logo, de seguida, admoesta: “se o edifício construído por alguém resistir, essa pessoa receberá um prémio. Se o edifício arder, essa pessoa fica sem prémio. Todavia será salva, mas como que pelo fogo” (1Co 3:14-15). O fundamento do Cristianismo já está posto e estabelecido, mediante o Evangelho do nosso Salvador Jesus Cristo.

No entanto, por razões de desobediência e usurpação, aquele que ensinar coisas diferentes e não seguir a doutrina certa, que é a de nosso Senhor Jesus Cristo, escreve o autor sagrado, “é soberbo e nada sabe, mas delira acerca de questões e contendas de palavras, das quais nascem invejas, porfias, blasfémias, ruins suspeitas, contendas de homens corruptos de entendimento e privados da verdade, cuidando que a piedade seja causa de ganho” (1 Tm 6:4-5).

Todo o Homem herege é um incrédulo, prepotente, contencioso, mentiroso, desonesto e corrupto. Tem espírito faccioso e anda longe da verdade. O Apóstolo Pedro definia os falsos mestres de serem “atrevidos e arrogantes. Não têm respeito para com os poderes do Céu e até os ofendem” (2 Pd 2:10), mostrando que “os seus olhares são imorais e os seus apetites sensuais, insaciáveis. Seduzem as pessoas menos firmes e estão cheios de cobiça. É uma gente amaldiçoada. Afastaram-se do bom caminho e perderam-se” (2 Pd 2:14-15). O servo Judas, por sua vez, considera que os falsos mestres “são enganadas pelas suas fantasias, ofendem a dignidade do seu corpo, desprezam as autoridades celestes e insultam os anjos” (Jd 1:8), concluindo, com o tom reprovador, “aí deles! Vão pelo caminho de Caim. Venderam-se por dinheiro para dizerem a mentira, como Balaão, e caíram na revolta, como Coré” (Jd 1:11).

Tal como os fariseus e doutores da lei se apoderavam da chave do conhecimento religioso, não tomando posse da vida eterna, impedindo deliberadamente os que gostariam de o fazer (Lc 11:52), assim também estes falsos mestres lidam com as pessoas que desconhecem a Palavra de DEUS. Em consequência disso, “fecham-lhes na cara a porta do reino dos céus” (Mt 23:13). São pessoas sem escrúpulos e autênticos malfeitores. Aproveitam-se das suas posições privilegiadas dentro das congregações para sedimentar e propagar heresias destruidoras de vidas humanas. Com as suas acções vergonhosas descredibilizam a imaculada imagem do Evangelho aos olhos do mundo. Estão inteiramente desprovidos da piedade Cristã. Somente se movem por motivos interesseiros, gerando danos imprevisíveis do ponto de vista espiritual. Usam a religião apenas para satisfazer as suas concupiscências e pactos secretos com o diabo, profanando assim o Santuário do SENHOR.

Esta trapaça, felizmente, não vai demorar por muito tempo. Logo, a seguir, virá o dono da Igreja, o Senhor Jesus Cristo, que ajustará contas com estes detestáveis hereges. Tal como ELE foi manifestamente intransigente contra os abusos cometidos no Templo, expulsando os que lá vendiam e compravam, purificando-o totalmente do sacrilégio (Jo 2:13-17; Mt 21:12-17; Lc 19:45-48), da mesma sorte expulsará os actuais e futuros vendilhões do templo para o castigo eterno que lhes é reservado (Mt 7:21-23). Foram demasiadamente injustos com DEUS e, por isso, terão a justa paga das suas abomináveis injustiças (2 Pd 2:12-13)[7] (LER).

Os falsos mestres prometem os seus ouvintes a liberdade, quando eles próprios são escravos de vícios que os levam à perdição (2 Pd 2:19). São soberbos aos seus próprios olhos, contrariando todas as disposições bíblicas (Pv 3:7-8; Rm12:16), delirando “acerca de questões e contendas de palavras, das quais nascem invejas, porfias, blasfêmias, ruins suspeitas, contendas de homens corruptos de entendimento e privados da verdade, cuidando que a piedade seja causa de ganho” (1 Tm 6:4-5). Subscrevemos na íntegra o entendimento esclarecedor de Matthew Henry sobre estes versículos onde afirma que “normalmente as pessoas mais soberbas são as que menos conhecem; porque com todo o seu conhecimento elas não conhecem a si mesmas. Mas delira acerca de questões.  Aqueles que se afastam das doutrinas claras e práticas do cristianismo acabam caindo em controvérsias, que destroem a vida e o poder da religião”[8]. Ele vai ainda ao ponto de observar que “quando as pessoas não estão contentes com as palavras do Senhor Jesus Cristo e a doutrina que é segundo a piedade, mas inventam palavras próprias, que a sabedoria humana ensina, e que não estão de acordo com as palavras que o Espírito Santo ensina (1 Co 2:13), acabam semeando as sementes muito danosas na igreja. Daí surgem contendas de homens corruptos de entendimento (v5), contendas que são subtilezas e onde não há solidez alguma”[9]. As pessoas sem escrúpulos e carácter é que, normalmente, falsificam a Palavra de DEUS para preencherem os seus egos e vazios existenciais. Pessoas desta estirpe revelam o seu carácter, porque a doutrina revela o verdeiro carácter de um homem, dizia Martinho Lutero.

É, justamente, por isso, que o Senhor Jesus nos chamou a atenção, exortando-nos previamente a ter “cuidado com os falsos profetas! Vêm ter convosco como se fossem ovelhas, mas por dentro são lobos ferozes” (Mt 7:15), concluindo depois que “é pelos seus frutos que os hão de reconhecer. Porventura podem colher-se uvas das silvas ou figos dos cardos? Portanto, a árvore boa dá bons frutos e a árvore má dá maus frutos. Assim, pois, uma árvore boa não pode dar maus frutos e uma árvore má não pode dar bons frutos. Toda a árvore que não dá bons frutos corta-se e deita-se ao fogo. Portanto, é pelas suas ações que poderão reconhecer os falsos profetas.»” (Mt 7:16-20). O Apóstolo Pedro, na mesma linha de pensamento do Senhor Jesus Cristo, denuncia que “houve antigamente falsos profetas no meio do povo judeu, tal como haverá falsos mestres no vosso meio. Estes ensinarão falsas doutrinas e renegarão o Senhor que os resgatou, mas serão levados rapidamente à perdição. Muitos hão de seguir as suas devassidões e por causa deles há de falar-se mal do caminho da Verdade. Esses tais, levados pela ganância, hão de explorar-vos com ensinamentos falsos, mas desde há muito que o julgamento deles está feito e a sua perdição não tarda” (2 Pd 2:1-3). Recomendo-vos, meus irmãos, escreve o Apóstolo Paulo no mesmo tom também de advertência, “que tenham cautela com aqueles que provocam divisões e levantam dúvidas contra os ensinamentos que receberam. Afastem-se deles, pois essas pessoas não estão ao serviço de Cristo nosso Senhor, mas ao serviço do seu próprio estômago. Com as suas palavras belas e manhosas, enganam a gente simples” (Rm 16:17-18).

Infelizmente, tem surgido falsos pastores, falsos profetas, falsos mestres, falsos Cristãos ao longo da História milenar do Cristianismo, tal como foi prontamente denunciado pelos autores sagrados. Pastores, mestres, teólogos e líderes que extravasam as suas competências ministeriais, disseminando de forma deliberada e consciente as heresias dentro das Igrejas, com o intuito de destruir a Obra de DEUS. Tais pastores e ministros não estão minimamente comprometidos com a Igreja do Senhor Jesus Cristo. Estão mais comprometidos com os seus caprichos insaciáveis, razão pela qual proliferam o falso ensinamento dentro das congregações. São pessoas ávidas pela fama, poder, riquezas e, acima de tudo, pelo dinheiro. São manifestamente materialistas, promiscuas e corruptas. Falam mais daquilo que sabem que as pessoas gostariam de ouvir, isto é, não denunciam o pecado nas suas fraudulentas pregações e ensinos, usando, de forma distorcida, o amor de DEUS para legitimar o pecado e, desta forma, extorquir o dinheiro às pessoas limitadas do ponto de vista da compreensão bíblica. São propagandistas do evangelho da prosperidade, tendo em conta a sua ganância desenfreada pelas riquezas e vida fausta (1 Tm 6:5; 2Pd 2:1-3; 2:14).

Estes autênticos assalariados e hereges não aceitam a verdade bíblica, nem aceitam ser corrigidos do seu mau caminho. São teimosos e irredutíveis nas suas equivocadas convicções doutrinarias, não obstante saberem do seu erro. São pastores e ministros extremamente ignorantes, orgulhosos, atrevidos, promíscuos e usurpadores, mesmo assim estão predispostos para confrontos directos com todos aqueles que lhes advertem do perigo espiritual dos seus erros. A versão bíblica da Boa Nova do Português Corrente traduz o versículo quatro e cinco do capítulo em apreço, que são pessoas doentias que só levantam problemas e discussões (v4), cuidando que a religião é um negócio (v5). Eles encaram a religião meramente como sendo fonte de lucro e de locupletação. Não se importam minimamente em ter um relacionamento saudável com DEUS, bem como não se importam também com a sã Doutrina, com a vida santificada e nem com as ovelhas do Senhor Jesus Cristo, porque são assalariados.

O assalariado, esclarece o Senhor Jesus Cristo, “que não é o pastor e a quem as ovelhas não pertencem, logo que vê chegar o lobo, abandona-as e foge. O lobo apodera-se delas e põe-nas em fuga. O assalariado não se preocupa com as ovelhas, porque o assalariado só se interessa pelo salário e não pelas ovelhas porque não lhe pertencem” (Jo 10:12-13). Os falsos mestres apenas pensam em tirar o maior proveito do Evangelho, enriquecendo-se à custa da heresia doutrinária. Vivem de forma luxuosa e fausta, por causa da mentira que pregam e propagam. São autênticos inimigos da cruz de Cristo. O fim deles, sentencia o Apostolo Paulo, “é a perdição, pois o seu deus é o estômago. Sentem honra naquilo que os devia envergonhar e só pensam nas coisas deste mundo” (Fl 3:18-19). 

Tanto naquele tempo como nos dias de hoje assistimos incomensuravelmente a falsos pastores, falsos obreiros, falsos ministros, falsos teólogos, falsos Cristãos que deturpam deliberadamente a Palavra de DEUS, ensinando um outro tipo de evangelho para atraírem mais pessoas, com vista a preencher os seus vazios existenciais. Este falso ensino, que vem sempre com outras roupagens que tão bem conhecemos, consubstancia-se astutamente no relativismo dos grandes Princípios e Valores da Palavra de DEUS, no sincretismo religioso, no ateísmo, no secularismo, no materialismo, no liberalismo teológico e numa interpretação actualista das Escrituras Sagradas para, desta forma, deturpar completamente o Evangelho do Senhor Jesus Cristo.

Os falsos mestres são governados pela hipocrisia e mentira. Qualquer dito Cristão que falsifica a Palava de DEUS ele é mentiroso e não está nada comprometido com a verdade do Evangelho. São também governados pelo orgulho, arrogância e soberba. Os falsos mestres são tomados por estes vícios perniciosos que corroem a alma e levam-na para a perdição eterna. E, por fim, estes falsos mestres são governados pela ganância desenfreada pelo dinheiro: são ávidos pelos bens materiais, ávidos pelas riquezas e ávidos pelo dinheiro. São movidos, acima de tudo, pelos motivos interesseiros em detrimento do Evangelho do Senhor Jesus Cristo.

III – A Religião Cristã como Fonte de Grande Enriquecimento Espiritual

Se é verdade que a religião é pedra de tropeço para todos aqueles que lhe defraudam e usam-na para fins mundanos; se é verdade que a piedade é completamente prejudicial para os gananciosos e malfeitores que se locupletam deliberadamente com ela de forma desonesta; se é verdade ainda que a Fé Cristã não traduz qualquer tipo de benefícios espirituais para os falsos crentes que fazem negócio com ela; também é manifestamente verdade que praticar genuinamente a piedade traduz grande lucro (1 Tm 6:6); também é ainda grande verdade que a piedade com contentamento nos leva a não ficarmos envergonhados do Evangelho do nosso Senhor Jesus Cristo, “porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego” (Rm 1:16).

Nas situações censuráveis supramencionadas, a religião não comporta qualquer tipo de ganho para os seus infractores, antes pelo contrário, apenas desgraça e condenação. No entanto, para os autênticos filhos de DEUS, “é grande ganho a piedade com contentamento” (v.6). Não é um ganho qualquer ou circunscrito no curso do tempo, mas sim um grande ganho de proporções inimagináveis e inigualáveis.  A vivência genuína da verdadeira religião, tal como contemplada nas Escrituras Sagradas, consubstancia grande ganho para o seu praticante. É ganho inconcebível, a todos os níveis, a religião Cristã quando for encarada e praticada sem motivos interesseiros. É fonte inesgotável de inauditas bênçãos humano-espirituais – tanto nesta vida como no porvir.  A Fé Bíblica, quando é vivida com sinceridade da alma pelo Cristão, só comporta insuperáveis riquezas, que se vão materializando na reconciliação, na realização, na quietude, na paz, na plenitude, na harmonia, no amor transbordante, na esperança em DEUS e na promessa da vida eterna em Cristo Jesus. É grande ganho a piedade com contentamento, isto é, a religião quando é praticada sem motivos interesseiros (v6).

Tanto que, por esta razão, o filho de DEUS acaba por estar completamente habilitado a viver em todas as realidades e contextos, mormente a contentar-se com o que honestamente tem, mesmo com o pouco. O Cristão sabe viver na pobreza e também na abundância. Aprende ainda a viver em toda e qualquer situação: a ter fartura e a ter fome, a ter em abundância e a não ter o suficiente. O filho de DEUS está capacitado a enfrentar todas as dificuldades naquele que lhe fortalece, o Senhor Jesus Cristo (Fp 4:11-13).

O autêntico filho de DEUS não é ganancioso, avarento, materialista, egocêntrico, corrupto, herege ou malfeitor, tal como são os falsos pastores, os falsos mestres e falsos Cristãos em geral. O filho de DEUS é uma pessoa devotada, profundamente comprometida com o Evangelho do nosso Senhor Jesus Cristo e com a vida santificada. Ele pensa mais no Reino de DEUS e não nos corruptos valores deste maligno mundo. Não vive em torno do dinheiro e, muito menos, quer acumular as riquezas de forma indevida ou desonesta. O Cristão regenerado no Senhor Jesus Cristo não está obcecado com as momentâneas riquezas materiais ou com os prazeres mundanais.

Esta proeza espiritual somente se alcança com a abundante riqueza que a verdadeira religião proporciona e encerra. O compromisso sério com o Evangelho da salvação do Senhor Jesus Cristo somente acarreta ganhos espirituais incomensuráveis. É, justamente, por este motivo, que é grande ganho a piedade com contentamento (v6). É riqueza que transcende toda a compreensão humana, fazendo com que o filho de DEUS esteja adornado com abundantes riquezas espirituais que, infelizmente, o mundo jamais conseguirá vislumbrar ou compreender. O mundo não compreende a dinâmica e as incontáveis vantagens da vida Cristã e jamais compreendê-las-á, razão pela qual somos injustamente vítimas de hostilização, calúnia, perseguição e homicídio pelo mundo perdido.

Mesmo assim, apesar de todo este clima de ódio, intimidação e de perseguição atroz, a que somos reiteradamente vítimas por parte do mundo, a religião Cristã, a nossa religião, continua a trazer-nos apenas vantagens e não desvantagens. Vantagens que, em última instância, remetem-nos indubitavelmente para a salvação em Cristo Jesus, nosso Senhor e Salvador. Não há, portanto, nenhum bem mundanal que possa igualar ou comparar com esta graciosa dádiva da salvação que obtemos em DEUS, através da morte expiatória do Senhor Jesus Cristo na Cruz do Calvário (Is 53:5-7; Mt 27:33-38; Mc 15:21-28; Lc 23:33; Jo 19:17; Rm 4:25; 5:8; Cl 1:4; 1 Pd 2:24; 1Jo 2:2). Estamos ricos espiritualmente, e continuamos sempre a enriquecermo-nos diariamente pelo Espírito Santo, não obstante o mundo achar-nos pobres e miseráveis. O mundo de forma preconceituosa, e de má-fé, “consideram-nos tristes, mas andamos sempre alegres. Somos tidos como pobres, embora enriqueçamos muitos; e como quem nada possui quando temos tudo” (2 Co 6:8-10). Temos tudo, até a transbordar, e podemos tudo no Senhor Jesus Cristo que nos fortalece (Fl 4:13).

Partindo da verdade exposta, somos autossuficientes no Senhor Jesus Cristo, que é o autor e consumador da nossa fé (Hb 12:2). E mais, estamos ainda bem cientes de que “nada trouxemos para este mundo, e manifesto é que nada podemos levar dele” (v7). De facto, nada trouxemos para este mundo e nada podemos levar dele. Ninguém veio com nada aquando do seu nascimento, assim como ninguém levará com ele nada desta madrasta vida depois da morte. O servo Job, plenamente consciente desta grande verdade antropológica, afirmou claramente: “nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá” (Jb 1:21). Ainda na mesma linha do pensamento Agur, no seu famoso dito, apenas suplicou a DEUS que “não me faças rico nem pobre. Dá-me apenas o necessário para viver” (Pv 30:8).

O verdadeiro filho de DEUS preocupa-se apenas com o necessário para sobreviver. Não cai no pecado da ganância desenfreada pelas riquezas e pelos prazeres carnais, que não proporcionam uma vida regrada, satisfatória, plena e feliz. O Cristão procura viver de acordo com as diligências requeridas nas Escrituras Sagradas, e depois descansar tranquilamente em DEUS Todo-Poderoso. Não usa artifícios para prejudicar os outros, traindo tudo e todos à sua volta, para sair beneficiado nos seus objectivos de vida.  O genuíno filho de DEUS está satisfeito com a vida que tem, sem prejuízo, naturalmente, de dar o seu máximo e ser diligente no seu quotidiano. Isto porque sabe de antemão que tudo o que temos e conquistamos nesta vida, mesmo que seja pouco à luz do mundo, é já por si um bónus, visto que não trazemos nada para este mundo.

Tudo o que conseguimos, que certamente teremos sempre connosco alguma coisa, é já motivo suficiente para darmos imensas graças a DEUS. Devemos ser sempre gratos e agradecidos ao Eterno DEUS pelas infindáveis bênçãos que ELE tem derramado nas nossas vidas, mesmo que aparentem ser coisas pequenas. Somos manifestamente exortados “em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco” (1 Ts 5:18). Tendo, porém, tal como escreve o Apóstolo Paulo, “sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes (v8)”. Ter comida, vestimenta e habitação são motivos mais que suficientes para estarmos inteiramente gratos, contentes e felizes, máxime de agradecermos constantemente a DEUS por tais importantes bênçãos. Caso contrário, a postura de ingratidão, leva com que nos lancemos nos vícios perniciosos que, logo a seguir, veremos com mais detalhe nos versículos seguintes do mesmo capítulo em apreço.

Realmente, que DEUS nos abençoe, nos oriente e nos ajude a nunca usarmos a religião de forma indevida para enriquecermos ilicitamente com ela, bem como para sabermos reconhecer a bondade de DEUS em tudo nas nossas vidas, mesmo naquelas coisas que aparentam ser pequeninas. “Tendo, porém, sustento e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes” (V8). Estejamos, com isso, contentes e inteiramente gratos a DEUS.

 IV – Os Perigos da Ganância Pelo Dinheiro

O Apóstolo Paulo, continuando nas suas construções teológicas sobre a ética Cristã e na intransigente defesa da Sã Doutrina, depois de censurar abertamente a conduta reprovável dos falsos mestres que adultera(va)m o Evangelho para alimentarem os seus insaciáveis vícios existenciais, vai agora chamar atenção para a  importante problemática do dinheiro e da postura desonesta em querê-lo, a todo o custo, violando todas as disposições legais e convenções humano-sociais, bem como o seu uso indevido, naquilo que o autor sagrado qualifica como uma  postura de vida do “amor ao dinheiro” (ganância pelo dinheiro, bem entendido).

O dinheiro, tal como certamente muitos saberão, é um dos bens mais valiosos e cobiçados no nosso mundo. O dinheiro desperta sentimentos, atrai relacionamentos e fortifica os vínculos de afectividade entre pessoas, instituições e países. O dinheiro abre portas de oportunidades, fomenta amizade e consolida o humanismo entre os seres humanos. O dinheiro ainda ajuda a resolver problemas complicados, proporciona momentos de lazer e, concomitantemente, de prazer. O dinheiro promove a integração, confere estatuto e é um dos maiores activos do elevador social. O dinheiro é um mundo interminável de oportunidades salutares para o bem do seu titular e de todos aqueles que beneficiarão das suas benfeitorias. O dinheiro tem a vantagem de realizar as maiores proezas e é um elemento crucial para o progresso dos indivíduos e dos povos em geral.

O dinheiro contribui decisivamente para a educação, a formação, a qualificação, a inovação e para o progresso. Podemos, através do dinheiro, em determinadas situações, obter a saúde, ganhar a autonomia e sermos livres. Livres para realmente sermos aquilo que gostaríamos de ser e decidirmos aquilo que achamos mais conveniente para a nossa vida. O dinheiro desprende obstáculos, liberta do jugo opressor e confere honra e dignidade ao seu possuidor. O dinheiro é sinónimo de ter poder: poder de influência, poder para decidir boas opções, poder para praticar boas acções, poder para viver bem e sempre o bem fazer. Ter dinheiro é, em última instância, uma bênção a todos os níveis. É uma bênção efectiva na vida do seu titular que se pode desdobrar também na bênção na vida dos outros e terceiros, particularmente na vida daqueles que são mais incapacitados, carenciados, desfavorecidos, marginalizados, excluídos e pobres.

No entanto, se é verdade que o dinheiro pode ser um instrumento de grande bênção na vida do seu dono, tal como ficou manifestamente descrito, é verdade também que o dinheiro pode ser uma autêntica maldição, isto é, se for conseguido através de meios fraudulentos e usado de forma incorrecta. Aliás, a experiência da vida prática tem-nos mostrado indubitavelmente que, na maioria dos casos, as pessoas que têm bastante dinheiro têm-no conseguido de forma ilícita e usam-no também de forma censurável. Por detrás de uma grande fortuna há um crime, dizia Honoré de Balzac para confirmar esta manifesta verdade. O caro leitor estaria agora a perguntar-nos: em que situação o dinheiro pode ser uma maldição? Acontece quando a pessoa tem amor ao dinheiro. O amor ao dinheiro desperta na pessoa um sentimento de ganância desenfreada pelo materialismo, fazendo com que fique completamente possuída pelo desiderato de ser rico. Este desejo é manifestamente condenável, pecaminoso e maléfico à luz da revelação bíblica. Ter amor ao dinheiro é um pernicioso cancro que conduz à perdição eterna.

Tanto que, por esta razão, para saciar este desejo pecaminoso, muitas pessoas lançam-se de forma consciente em malfeitorias, prejudicando tudo e todos à sua volta, para concretizar o objectivo de ser rico e possuir inutilmente riquezas. Por outras palavras, são capazes de fingir, mentir, trair, prostituir, corromper e serem corrompidos, roubar, matar, etc., com a finalidade última de concretizar o ardente desejo de serem ricos. Ou seja, para tais pessoas a máxima maquiavélica de “os fins justifica(re)m os meios” fazem parte do seu cardápio vivencial, que se vai traduzindo no modus operandi e modus vivendi. Vivem maquinando a forma de ganhar dinheiro rapidamente, mesmo que seja necessário violar leis, regras e convenções sociais pré-estabelecidas. Não se preocupam com a moral, ética e bons costumes nas suas buscas incessantes pelas riquezas materiais. O objectivo delas é unicamente ganhar dinheiro e serem ricos a todo o custo, independentemente de pisarem quem quer que seja. São pessoas ávidas pelo dinheiro e predispostas a transigir os grandes Princípios e Valores humano-sociais, inclusive vender a alma ao diabo, para serem ricos. Ter amor ao dinheiro no coração é um pernicioso cancro que leva à morte e, consequentemente, à perdição eterna.

Sabemos que, apesar do dinheiro ser uma bênção, ele não é tudo. O dinheiro não é tudo e nem pode ser tudo. O dinheiro não é tudo e, muito menos, proporciona uma vida pacífica, sacrossanta, plena e feliz. O dinheiro não é tudo o que o miserável ser humano precisa neste mundo. O dinheiro é simplesmente um instrumento de bênçãos nas mãos do seu possuidor, isto é, quando sabe ganhá-lo de forma justa e aplicá-lo também de forma justa. O dinheiro sem DEUS é desprovido do seu verdeiro significado humano-antropológico, porque levará inevitavelmente o seu titular a gastá-lo nas superficialidades, carnalidades, corrupções e vaidades do mundo.

O dinheiro não é tudo e não consegue ajudar o Homem a sair do seu obscurantismo moral e espiritual. O dinheiro não é tudo e não é capaz de salvar o Homem da sua decadência antropológica. Sim, o dinheiro não é tudo e não consegue proporcionar tudo ao seu titular. O dinheiro atrai pessoas, mas não atrai amigos. O dinheiro atrai interesses, mas não atrai a lealdade. O dinheiro atrai os sentimentos, mas não atrai o genuíno amor. O dinheiro atrai a sensação de estabilidade, mas não atrai a verdadeira estabilidade. O dinheiro mobiliza as pessoas para uma causa, mas não atrai a fidelidade e consistência. O dinheiro atrai a simpatia, mas não atrai a convicção. O dinheiro procura a paz, mas nunca a encontra.

Concordamos com o Dramaturgo norueguês Henrik Ibsen quando afirma que “com o dinheiro podemos comprar muitas coisas, mas não o essencial para nós. Proporciona-nos comida, mas não apetite; remédios, mas não saúde; dias alegres, mas não a felicidade”. Esta afirmação é deveras verdade. O dinheiro não consegue comprar estes nobres e elevados valores humano-sociais. Estes valores transcendem qualquer tipo de soma financeira, razão pela qual o dinheiro não é mesmo tudo e não consegue fazer tudo para o Homem. Benjamin Franklin escrevia que “aquele que acreditar que o dinheiro fará tudo pode bem ser suspeito de fazer tudo por dinheiro”. Ter bastante dinheiro no banco ou ser multimilionário não é sinónimo de ter saúde, paz, alegria, integridade, carácter, bom senso, equilíbrio, felicidade e salvação. O dinheiro não é tudo e não consegue salvar o Homem da sua miséria mental e espiritual.

Por causa do amor desenfreado pelo dinheiro que há desumanização no mundo e o detestável ateísmo que deliberadamente nega a existência do Soberano DEUS, afastando-O de todas as equações do Homem; que há casamentos de fachada, baseados apenas no interesse do dinheiro, onde não reina o autêntico amor; que há famílias desavindas e completamente desestruturadas e colapsadas; que há cinismo e hipocrisia nos relacionamentos de várias ordens; que há manipulação, mentira e abuso entre sujeitos que estão vinculados ; que há chantagem e exploração para com as vítimas; que há ofensa, violação e violência entre as pessoas; que há falta de compromisso e o descartar uns dos outros como objectos de prazer; que há falsidade e traição entre pessoas que outrora se vinculavam com laços de amor; que há ansiedade, depressão e infelicidade perante os ofendidos; que há, em casos mais extremos, guerras, homicídios, suicídios, limpezas étnicas e genocídios, por causa da ganância pelo dinheiro e pelo poder. As pessoas fazem de tudo, tudo mesmo, mesmo cometendo as piores torpezas e barbaridades para concretizar este desejo diabólico de serem ricas. O amor desenfreado pelo dinheiro é um caminho aberto para o fracasso e perdição eterna. Por causa do enorme perigo que as riquezas comportam, segundo o ensinamento do Senhor Jesus Cristo no diálogo com o jovem rico, “que é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no Reino de Deus” (Mt 19:24). Assim sendo, “quem poderá, pois, salvar-se?” (Mt 19:25), interrogavam os seus discípulos. “E Jesus, olhando para eles, disse-lhes: Aos homens é isso impossível, mas a Deus tudo é possível” (Mt 19:26). 

É, justamente, por todas estas nefastas realidades humano-espirituais, que o Apóstolo Paulo foi bastante categórico na sua exortação, considerando que “os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína” (v9). A ideia obcecada de ser rico é uma isca eficaz para conduzir aos vícios que levam à perdição. Engoda a pessoa para os caminhos de promiscuidade, de corrupção, de escândalos, de desregramentos e do pecado contra DEUS, contra o próximo e contra o seu próprio corpo. É um trampolim para o fracasso e a degradação. A ganância pelo dinheiro e pelas riquezas materiais é, em todos os aspectos, bastante prejudicial para a pessoa. Não tem qualquer tipo de vantagens objectivas, antes pelo contrário, comporta somente desvantagens e prejuízos.  

É importante realçar que, em abono da verdade, o Apóstolo Paulo não estava a lançar anátema contra o dinheiro ou colocar em causa a ideia de ser rico. Ter dinheiro e ser rico só por si não comporta qualquer tipo de problema, contando que não seja conquistado por meios suspeitos e/ou dolosos. O erro está em querer ser rico a todo o custo e viver exclusivamente em torno das riquezas materiais, ignorando DEUS, o próximo, os bons costumes e a razoabilidade no uso do mesmo dinheiro. Não há nenhuma maldição em ser rico, da mesma sorte não há qualquer tipo de mérito em ser pobre. Pode ser uma maldição em ser rico, tal como pode ser uma virtude ser pobre. Igualmente, pode ser uma grande bênção ser rico ou também ser uma grande maldição ser pobre. A pobreza pode ser benéfica, tal como a riqueza pode ser prejudicial e vice-versa. As duas realidades podem ser uma grande bênção, bem como uma grande maldição na vida das pessoas. 

Ser rico ou pobre, em termos materiais, não é um factor crucial ou determinante para termos algum favorecimento aos olhos de DEUS. O nosso Todo-Poderoso DEUS não nos avalia pelas riquezas materiais que ostentamos, diferentemente dos preconceituosos seres humanos que olham para a exterioridade e os valores materiais que uma pessoa dispõe, fazendo com isso exceção de pessoas (Tg 2:113). DEUS olha somente para o nosso coração e integridade, sobretudo da forma como nos relacionamos com ELE e com o próximo à nossa volta. A discriminação negativa pelos bens materiais é apenas praticada pelos homens depravados que vivem longe da presença de DEUS. O ser pobre ou rico, materialmente, é completamente irrelevante para DEUS e somos, como Cristãos, exortados a seguir o mesmo padrão de conduta na avaliação imparcial das pessoas (At 10:34).

O Apóstolo Paulo tinha bem presente esta importante verdade teológica e soteriológica. Ele não estava de modo algum a censurar o dinheiro ou a ideia de ser rico. O dinheiro, tal como destacamos supra, pode ser uma bênção quando for ganho no temor de DEUS e aplicado devidamente para as boas causas. Por isso, o autor sagrado no fim deste capítulo “manda aos ricos deste mundo que não sejam altivos, nem ponham a esperança na incerteza das riquezas, mas no Deus vivo, que abundantemente nos dá todas as coisas para delas gozarmos; Que façam bem, enriqueçam em boas obras, repartam de boa mente, e sejam comunicáveis” (1 Tm 6:17-18). Há muitas pessoas nas Escrituras Sagradas que eram ricas e usaram as suas riquezas para as boas causas, mormente no investimento da propagação do Reino de DEUS aqui na Terra (Lc 8:1-3). O dinheiro e as riquezas só serão benéficos ou bênçãos quando assentam nos pressupostos Divinos, caso contrário, só trazem enormíssimos problemas, desgostos e incomportáveis prejuízos. E estes pressupostos Divinos têm a ver especialmente com a riqueza produzida pelos frutos do Espírito Santo (Gt 5:22-26) que, em última instância, consubstanciam “a piedade com contentamento” (1 Tm 6:6). 

O Pastor Hernandes Dias Lopes, incorporando estas verdades salvíficas no seu comentário expositivo, leitura que também subscrevemos na íntegra, formula que “a bênção do Senhor enriquece e com ela não traz desgosto. Há muitas pessoas ricas e piedosas. O problema não é termos dinheiro, mas o dinheiro nos ter. O problema não é ter dinheiro no bolso, mas tê-lo no coração. O dinheiro é um bom servo, mas um péssimo patrão. O desejo por riqueza pode destruir você. Aqueles que querem ficar ricos são dominados por um imoderado desejo de ajuntar coisas materiais. Esses que fazem da riqueza o sentido da vida, o vetor da sua existência, enfrentam sérios grandes problemas”[10]. 

É importante fazer um claro balizamento daquilo que é a legítima expectativa humana em querer ser rico. Outra coisa, e bem diferente, é a obcecada e perversa expectativa em querer ser rico a todo o custo, violando as convencionais regras, o Direito e os princípios ético-morais que norteiam as sociedades. O primeiro caso é tolerável. Ao passo que, por razões manifestamente cognoscíveis, o segundo é completamente censurável à luz da Palavra de DEUS. Mas os que querem ser ricos, não os que são honestamente ricos, adverte o Apóstolo Paulo, “caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína” (v9). Tais pessoas inevitavelmente caem em tentação e na armadilha sabiamente montada pelo diabo. É uma rampa deslizante para todo e qualquer tipo de aberrações e pecados. Matthew Henry destaca que “os que querem ser ricos, isto é, os que colocam sua felicidade na riqueza mundana, que a cobiçam desordenadamente, e são ansiosos e impetuosos na sua busca. Esses caem em tentação, e em laço, inevitavelmente; porque quando o Diabo vê aonde seus desejos os levam, ele logo coloca sua isca no devido lugar. Ele sabia quão aficionado Acã estava por uma cunha de ouro, e, portanto, colocou isso diante dele”[11].

E mais, o pecado da ganância pelo dinheiro não vem sozinho. Ele também vem acompanhado simultaneamente com inúmeros vícios e pecados nocivos que afundam drasticamente os homens na escuridão e na miséria espiritual. Guillermo Hendriksen, citado por Hernandes Dias Lopes, diz que “a pessoa que cobiça riquezas geralmente também anela honra, popularidade, poder, comodidade, satisfação dos desejos da carne”. Tal como se costuma dizer popularmente que “o dinheiro abre portas”, da mesma sorte o dinheiro abre imensas portas para o inferno. O amor ao dinheiro anda com o pecado da incredulidade, da ganância, da avareza, da soberba, da jactância, da vaidade, da mentira, da injustiça, da corrupção, da luxúria, do hedonismo, da violação, da violência e de toda a sorte de carnalidade. Tendo o amor do dinheiro, por quais pecados o homem não será atraído? interrogava Matthew Henry, concluindo depois que o amor ao dinheiro “estava na base da apostasia de muitos da fé cristã; enquanto cobiçavam dinheiro, eles se desviavam da fé, abandonavam o cristianismo e transpassavam a si mesmos com muitas dores”[12]. O amor ao dinheiro no coração leva a pessoa a ser possuída por muitos desejos insensatos e prejudiciais. E estes múltiplos desejos fazem com “que se afundem na ruína e na perdição” (v9).

1). Logo, a primeira consequência deste maldito pecado, é levarem os gananciosos, avarentos e materialistas a caírem em tentação e na armadilha. Eles não conseguem resistir à mundanidade e aos corruptos prazeres desta vida. São esfomeados para terem riqueza para, desta forma, viverem desafogadamente. Tais gananciosos, avarentos e materialistas são guiados pelo insaciável espírito de “ter” em detrimento do “ser”. O grande objectivo da vida deles é ser rico contra tudo e todos, fazendo com que não consigam vislumbrar a tentação e a armadilha bem delineada pelo diabo para fazê-los completamente tropeçar nela e, consequentemente, arruiná-los. Eles são tentados e não conseguem absolutamente resistir, por estarem possuídos do pecado da ganância pelo dinheiro, pela avareza, pelo materialismo e pela imoralidade.

2). A segunda consequência é adoptarem hábitos e comportamentos que ultrapassam o bom senso e a razoabilidade. Os gananciosos, avarentos e materialistas são governados por vícios extremamente degradantes da dignidade humana. Vícios que, a partir do momento que caem neles, não se conseguem libertar sozinhos. São vícios que se podem traduzir na dependência e consumo agravado pelo jogo de azar, o tabaco, o álcool, as comezainas, a droga, o sexo e a prostituição, etc. Eles lançam-se “em muitas concupiscências loucas e nocivas” (v6), ou seja, em desejos insensatos e prejudiciais. Desejos que não conseguem controlar ou, porventura, dominar. São dominados pelos prazeres da carne e da vaidade que negam deliberadamente a existência do Eterno DEUS nas suas vidas. Essas concupiscências são realmente excêntricas e bastante loucas, porque apenas evidenciam a completa degradação moral e espiritual dos gananciosos, avarentos e materialistas.

3). A terceira consequência submerge os gananciosos, avarentos e materialistas “na perdição e ruína” (v9). Eles são afundados na ruína e perdição. Saem do caminho da verdade e afundam-se inteiramente no caminho do vício, do pecado e da perdição. Estão nas maiores profundezas do obscurantismo ético, moral e espiritual. São submersos no meio do mar, tal como interpretam alguns reputados biblistas, para onde não têm socorro para o problema que eles próprios criaram com o seu amor desenfreado pelo dinheiro. São controlados, reféns, presos e depois submergidos definitivamente na ruína e perdição. Que miserável vida!

Os gananciosos, avarentos e materialistas passam por fases sequenciais no seu desejo ardente e mundano de quererem, a todo o custo, ser ricos: são tentados e não conseguem resistir à tentação. Depois são tomados pelas muitas concupiscências loucas e nocivas que eles não conseguem controlar, curar ou libertar-se. E, por fim, são submersos na ruína e perdição eterna, ficando completamente inundados espiritualmente por todo o tipo de pecados que, em última instância, conduzi-los-ão para a morte eterna.

É por tudo isso que “o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males (v10)”. O amor ao dinheiro é a raiz de todos os males existentes no mundo. O pecado do amor ao dinheiro leva as pessoas a mentirem, a corromperem e serem corrompidos, a traírem, a matarem e a praticarem ofensas contra DEUS, contra o próximo e contra o seu próprio corpo. Graham Greene escrevia que “a política, a guerra, o casamento, o crime, o adultério. Tudo o que existe no mundo tem algo a ver com dinheiro”. O amor desenfreado pelo dinheiro é a raiz de todos os males, por causa de incontáveis pecados que vem acompanhados dele. Ele não vem sozinho, tal como explicámos oportunamente supra. Mas, atenção: o dinheiro não é a raiz de todos os males, mas sim o amor ao dinheiro. O dinheiro em si é uma bênção na vida de todos nós. Mas o amor ao dinheiro é uma maldição na vida dos gananciosos, avarentos e materialistas, porque vivem exclusivamente em torno do dinheiro, pondo todas as suas motivações, dependências, expectativas, certezas e esperanças unicamente no dinheiro.

O dinheiro é uma bênção, insistimos, visto que precisamos dele para pagar as nossas despesas diárias e recorrentes, para colmatarmos as nossas necessidades básicas e da nossa família, para investirmos nos nossos projectos de vida, na educação dos nossos filhos e paraninfos. Precisamos ainda de dinheiro para contribuir na Obra de DEUS, abençoar as pessoas que precisam da nossa ajuda e praticar as benfeitorias e caridade. O dinheiro é apenas um instrumento de bênção que DEUS colocou nas nossas mãos para fazermos bom uso dele para a Glória e Honra do SEU Grande Nome.

É preciso destacar que, segundo ainda Hernandes Dias Lopes, “o dinheiro não é raiz de todos os males. O dinheiro em si é uma bênção. Com ele suprimos nossas necessidades e servimos ao próximo. Com ele ajudamos os necessitados e cooperamos com a expansão do Reino de Deus. O problema não é o dinheiro, mas o amor ao dinheiro. O problema não é a riqueza, mas o desejo da riqueza. O problema não é ter dinheiro no bolso, mas ter o dinheiro no coração. O problema não é possuirmos riquezas, mas as riquezas nos possuírem”[13]. O dinheiro é apenas uma maldição para pessoas gananciosas, avarentas e materialistas, trazendo para as suas vidas todos os tipos de males e pecados existenciais, tal como ficou bem sublinhado.

E nessa cobiça desmedida, infelizmente, “alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores (v10)”. Algumas pessoas, traduz a Bíblia Para Todos, “por cobiçar o dinheiro, se desviaram da fé e se afligiram com muitos sofrimentos”. Tais pessoas de forma deliberada e consciente desviaram-se do caminho da salvação, optando por enveredar pelos caminhos tenebrosos da perdição. Elas apostaram da fé, “dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios; pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência” (1 Tm 4:1-2). Renunciaram a fé que outrora abraçaram, virando as costas ao santo mandamento que lhes havia sido concedido (2 Pd 2:21; Hb 6:5-6). Deixaram a piedade com contentamento que, por si só, “é grande fonte de lucro” (v 6) para se abraçarem os caminhos da ganância, da avareza, do materialismo, da corrupção, da promiscuidade, da imoralidade e da vaidade do mundo. E, desta forma, acabaram por receber devidamente a paga do seu próprio erro, pois “se traspassaram a si mesmos com muitas dores” (v10). Os gananciosos, avarentos e materialistas abandonaram a fé, por esta estar a ser “entrave” para o seu enriquecimento ilícito, recebendo apenas como moeda de troca aflição e muitas dores.

Esta passagem bíblica remete-nos indubitavelmente para algumas importantes verdades e considerações: (1). A ganância pelo dinheiro, pela avareza e pelo materialismo leva à apostasia (1 Tm 4:1-2; 2Pd 2:21; Hb 6:5-6). Os apóstatas tornam-se completamente insensíveis, rebeldes e incrédulos contra os nobres Princípios e Valores Divinos que outrora confessaram abraçar. Não querem saber de DEUS, da Sua Santa Palavra e da Igreja do Senhor Jesus Cristo. São capazes de levantar várias suspeitas infundadas contra o Evangelho do Senhor Jesus Cristo, a Igreja e a sua liderança para legitimarem o seu perverso comportamento. O pecado da ganância, da avareza e do materialismo leva para uma profunda cegueira espiritual que definitivamente mata. Os apóstatas desviam-se de forma consciente da fé para seguirem abertamente o caminho das trevas. Vivem no lamaçal do pecado e estão condenados pelos seus próprios actos para a perdição eterna.

É verdade que ninguém pode amar a DEUS e ao dinheiro ao mesmo tempo. Ninguém pode estar com DEUS e, simultaneamente, com o mundo. Não podemos servir a DEUS e, concomitantemente, ao dinheiro. Há uma clara incompatibilidade axiológica e teológica entre as duas realidades. O Senhor Jesus Cristo avisa que “nenhum empregado pode servir dois patrões, porque ou não gosta dum deles e estima o outro, ou há de ser leal para um e desprezar o outro. Não podem servir a Deus e ao dinheiro” (Lc 16:13).  Onde está o seu tesouro, sentencia inspiradamente ainda o Senhor Jesus Cristo, “aí também estará o seu coração” (Mt 6:21).

Ter o amor ao dinheiro no coração é uma espécie de idolatria. É cultivar a idolatria em todas as opções, aspectos e sentidos da vida, nomeadamente promover a idolatria, viver na idolatria e ser idólatra. Timothey Keller, na sua obra Falsos Deuses, onde incluía também o dinheiro, escrevia que “Jesus usa todas as metáforas bíblicas básicas, referentes à idolatria, aplicando-as à ganância e ao dinheiro. Segundo a Bíblia, os idólatras fazem três coisas com os seus ídolos. Amam-nos, confiam neles e obedecem-lhes. «Amantes do dinheiro» são aqueles que dão consigo a sonhar e a fantasiar acordados, acerca de novas formas de fazer dinheiro, de novo bens a comprar, e a olhar com inveja para aqueles que têm mais do que eles. Os que «confiam no dinheiro» sentem que têm a sua vida sob controle e que estão firmes e seguros devido à sua riqueza”[14]. 

A ganância desenfreada pelo dinheiro é um pecado tão sedutor que, na generalidade de situações, vem com roupagens camufladas de algo inofensivo e/ou benéfico, com intuito mortificador de prender, escravizar e, em última instância, liquidar. Tanto que, por esta razão, muitas pessoas caem facilmente nela, acabando por arruinar completamente as suas vidas. O pecado da ganância é uma isca eficaz e poderosíssima para as pessoas gananciosas, avarentas e materialistas que vem no dinheiro e as riquezas como meios para satisfazerem os seus egos e vazios existenciais. São capazes de fazerem tudo ou sacrificarem tudo para terem o dinheiro, mesmo que fosse necessário desobedecer a DEUS, infringir as leis, mentir, trair, violar e matar o seu próximo estão dispostos a tais barbaridades em nome do dinheiro. 

O amor ao dinheiro é caminho aberto para a prática de inúmeros pecados. E os gananciosos, avarentos e materialistas estão inteiramente predispostos a fazerem tudo para ficarem ricos. Por esta razão, escreve Hernandes Dias Lopes que “há pessoas que vendem a consciência e a apostatam da fé por causa da cobiça. Amam o prémio da iniquidade como Balaão. Cobiçam bens meterias como Acã. Traem o Senhor como Judas Iscariotes. O Amor ao dinheiro leva o homem à apostasia. Uma pessoa que ama o dinheiro transforma uma bênção num ídolo. Substitui o doador pela dádiva. Adora a criatura em lugar do Criador”[15]. O Senhor Jesus Cristo vai ao ponto de advertir os seus amados discípulos sobre os perigos da ganância, da avareza e do materialismo, chamando-lhes a atenção no sentido de “acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui” (Lc 12:15). Um primado, igualmente, contido na parábola do homem rico ensinado por Senhor Jesus Cristo, concluindo a mesma com a lapidar verdade teológica: “assim é aquele que para si ajunta tesouros, e não é rico para com Deus” (Lc 12:21).

(2). Os gananciosos, avarentos e materialistas traspassaram a si mesmos com muitas dores. Se, inicialmente, julgavam que o amor ao dinheiro é a real solução para os seus problemas existenciais, depois de tanto lutarem para conseguirem o dinheiro de forma fraudulenta e corrupta, viram agora goradas as suas mundanas expectativas. Além de não conseguirem preencher os seus vazios existenciais, como certamente pensavam, também atraíram para si vários prejuízos e desgostos. Por outras palavras, autoinfligiram-se severamente com muitos sofrimentos. Não poucos sofrimentos, mas sim com muitas dores e sofrimentos. Autoinfligiram-se com bastantes sofrimentos físicos e sofrimentos espirituais, por causa do seus perversos caminhos e opções de vida degradantes que deliberadamente escolheram. Sofrimentos que nenhum médico ou terapeuta podem curar. Os gananciosos, avarentos e materialistas carregam uma vida enfadonha, saturada, lamentável, miserável, deplorável, triste, trágico e de constante sofrimento.

As pessoas gananciosas, avarentas e materialistas depositam todas as suas certezas e esperanças no dinheiro, ignorando a grande verdade bíblica de que o dinheiro não é tudo e nem sequer apenas consegue proporcionar uma vida de felicidade. O dinheiro sem DEUS é a raiz de todos os males. A raiz de todos os males que levam as pessoas a pisarem umas nas outras, com todas as implicações humano-sociais e espirituais que tão bem conhecemos. Os gananciosos, avarentos e materialistas não olham a meios para chegaram aos seus egocêntricos objectivos de vida, pois vivem com base no interesse, falsidade, hipocrisia, mentira, corrupção e no mundo da marginalidade.

O comportamento típico dos gananciosos, avarentos e materialistas é sedimentado na ilegalidade e na criminalidade, razão pela qual usam-se e abusam-se das pessoas inocentes. John Stott, citado por Hernandes Dias Lopes, diz com razão “que a cobiça se acha por trás dos casamentos por conveniência, das perversões da justiça, do trafico de drogas, do comércio de pornografia, das chantagens, da exploração dos fracos, da negligencia às boas causas e da traição aos amigos. Vivemos numa sociedade que se esquece de Deus, ama as coisas e usa as pessoas, quando deveríamos adorar a Deus, amar as pessoas e usar as coisas”[16]. Os gananciosos, avarentos e materialistas actuam com base na ilicitude e na obstrução do sistema, prejudicando tudo e todos à sua volta, para ficarem ricos e cada vez mais ricos.

Nós, que somos filhos de DEUS, não devemos nunca adoptar tais censuráveis e degradantes comportamentos no nosso percurso de vida. A Bíblia Sagrada ensina-nos de forma manifesta a não vivermos da ganância, da avareza e do materialismo. Não devemos, em circunstância alguma, depositar as nossas expectativas no dinheiro e nas coisas temporárias deste maldito mundo. O nosso foco deve ser unicamente em DEUS e no Evangelho do Senhor Jesus Cristo. E para isso precisamos ouvir atentamente a voz do Espírito Santo para sermos devidamente bem conduzidos para os caminhos do amor, reconciliação, perdão, humildade, bondade, paz, temperança e domínio próprio. É o Espírito Santo de DEUS que nos habilita a praticar toda a boa obra.

A riqueza só por si não traz quaisquer tipos de vantagens aos olhos do nosso Todo-Poderoso DEUS. A riqueza só é uma bênção quando o Senhor Jesus Cristo está presente na vida do seu possuidor. E mais, as riquezas e todas as glórias momentâneas deste mundo não iliba nenhum homem do julgamento Divino. Todos nós, sem excepção, vamos passar pelo tribunal do Senhor Jesus Cristo “para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal” (2 Co 5:10). E perante este julgamento vindouro, que todos nós seremos submetidos no Tribunal do Senhor Jesus Cristo (Mt 25:31-46; At 10:42; 17:31; Rm 14:10-12; 1Pe 4:5), impõe-se a seguinte e pertinente questão: “que aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou que dará o homem em troca da sua alma?” (Mt 16:26; Mc 8:36). Eis a grande questão que nos interpela e nos desperta, da melhor forma possível, a direccionar melhor o nosso caminho e propósitos de vida sob a inteira dependência do Senhor Jesus Cristo e do Seu Santo Evangelho da salvação.

Os que têm amor ao dinheiro são pessoas vazias e insaciáveis. Jamais conseguem preencher os seus vazios existenciais e são tomados por “desejos insensatos e nocivos, que levam os homens a mergulhar na ruína e na destruição” (v9). Os gananciosos, avarentos e materialistas que amam o dinheiro, diz o autor sagrado, “nunca se fartarão de dinheiro; e quem amar a abundância nunca se fartará da renda; também isso é vaidade”. (Ec 5:10). É vaidade de vaidades. Tudo, em última instância, é vaidade de vaidades (Ec 1:2). A conduta de vida dos gananciosos, avarentos e materialistas são tomadas por autênticas vaidades.

Não obstante todas essas chamadas de atenção em termos da Palavra de DEUS sobre os cuidados redobrados que os filhos de DEUS devem ter para evitarem cair no pecado da ganância, avareza e do materialismo, acontece que, infelizmente, muitos Cristãos se deixam enamorar facilmente com tais vaidades do mundo, optando por sacrificar o seu relacionamento com DEUS, com a Igreja e com a família. Quantos crentes que não esfriaram na sua fé por causa do dinheiro? Quantos crentes que deixaram de assumir compromissos na Igreja, porque precisam trabalhar mais horas, inclusive aos domingos, para ganharem mais dinheiro? Quantos crentes que sacrificaram as suas famílias, especialmente a vida dos filhos, por causa do dinheiro? Quantos crentes, por causa do dinheiro, destruíram as suas vidas e das suas famílias? Quantos crentes que, por grande tristeza nossa, abandonaram a fé para ganharem o dinheiro no mundo? Quantos crentes que deixaram-se corromper ou serem corrompidos por causa do dinheiro? Quantos crentes que acabaram por praticar os mais horripilantes pecados por causa do dinheiro? O amor ao dinheiro é um veneno mortal que leva à condenação eterna, insistimos neste ponto.

A história bíblica está repleta de pessoas que deixaram-se levar pelo amor ao dinheiro, fazendo com que se afundem na ruína e autodestruindo-se. A título exemplificativo, por todas as histórias, a paradigmática e trágica história de Judas Iscariotes. Judas traiu conscientemente o Senhor Jesus Cristo por trinta moedas de prata (Mt 26:14-15). Judas era ganancioso, avarento e materialista. Vivia unicamente em torno do dinheiro. Tanto que, por esta razão, como tesoureiro do grupo que era, roubava sistematicamente o dinheiro do Senhor Jesus Cristo, “porque era ladrão, e tinha a bolsa, e tirava o que ali se lançava” (Jo 12:6). Judas de forma desonesta julgava que o dinheiro da traição lhe serviria para resolver todos os seus problemas de vida, contudo não foi realmente o que aconteceu. Judas Iscariotes, depois da aleivosa traição que fez ao Senhor Jesus Cristo, só lhe restou angústia, remorso, dor, sofrimento e morte (Mt 27:5; At 1:18-19).  

O Evangelista Mateus relata que quando Judas tomou a consciência do seu grande pecado, para com o inofensivo e Justo Filho de DEUS, devolveu as trinta moedas de prata da traição que tinha recebido dos líderes religiosos e resolveu-se enforcar. Por outras palavras, “quando Judas, o traidor, viu que Jesus tinha sido condenado, encheu-se de remorsos e foi entregar as trinta moedas de prata aos chefes dos sacerdotes e aos anciãos. E confessou: «pequei ao entregar um inocente à morte.» Eles replicaram: «Que temos nós com isso? O problema é teu!» Então Judas atirou as moedas de prata para dentro do templo, depois afastou-se dali e foi-se enforcar” (Mt 27:3-5). Na mesma esteira do pensamento, o Evangelista Lucas descreveu pormenorizadamente o suicídio violento do traidor Judas, relatando “que ele caiu morto, tendo rebentado os intestinos que se espalharam pelo chão. Toda a gente em Jerusalém ouviu falar disso” (At 1:18-19).

O Diabo usou Judas Iscariotes para trair o inocente Filho de DEUS e depois de consumar este maléfico acto de traição descartou-lhe completamente, atormentando-lhe com todo o tipo de remorso, tal como faz com todos os filhos da perdição que resistem manifestamente à graça salvífica do Senhor Jesus Cristo. Já não valia a Judas a ganância desenfreada pelo dinheiro fácil. Já não lhe valia mais as trinta moedas de prata da traição. Já não lhe valia a traição que julgava que fosse a sua boia de salvação. E, por fim, já não lhe valia inclusive a sua vida, razão pela qual sufocou-se e autodestruiu-se na sua própria traição e miséria espiritual (Mt 27:5). Judas queria tudo e acabou por perder literalmente tudo[17].

Este, em suma, é o destino final de todos os gananciosos, avarentos e materialistas: a morte certa e longe da presença de DEUS.

V – O Cristão Deve Fugir Impreterivelmente de Todo o Tipo de Mal 

Mas tu, ó homem de Deus, exorta peremptoriamente o Apóstolo Paulo, “foge destas coisas e segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a paciência, a mansidão” (v11). Uma exortação que já havia feito no capítulo dois deste mesmo livro, aconselhando ao jovem Timóteo a fugir das paixões da juventude, com vista a procurar “a justiça, a fé, o amor e a paz com todos os que invocam o nome do Senhor, de coração sincero” (2 Tm 2:22).  No final do versículo cinco deste mesmo capítulo instou a Timóteo a afastar-se dos falsos mestres e hereges, com a lapidar expressão: “aparta-te dos tais” (1 Tm 6:5).  Aqui, no versículo onze, voltou a usar o mesmo imperativo em tom exortativo, isto é, “foge destas coisas e segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a paciência, a mansidão” (1Tm 6:11).

O homem de DEUS deve, com carácter de urgência, afastar-se completamente dos hereges, bem como de todas as tentações, atentados, ateísmo, promiscuidades, luxúrias, ganâncias, corrupções, apostasias, violações, transgressões, vícios e pecados que são manifestamente incompatíveis com o testemunho Cristão. O homem de DEUS deve distanciar-se completamente com tais censuráveis comportamentos prejudiciais e degradantes. O homem de DEUS não deve, em circunstância alguma, coadunar a sua conduta de vida com estes repugnantes vícios e imoralidades mortais. Sim, por último, o homem de DEUS deve ter a capacidade suficiente de fugir deles, repudiando-os com veemência em todos os aspectos da sua vivência diária.

Um verdadeiro Cristão é chamado não só para fugir do mal, como também de toda a aparência do mal (1 Tm 6:11; 1 Ts 5:22). O salmista, já anteriormente, exorta-nos da seguinte forma: “aparta-te do mal e faze o bem; procura a paz e segue” (Sl 34:14). É preciso aborrecer o mal e apegar-se ao bem (Rm 12:9), máxime de não se deixar vencer pelo mal, mas vencer o mal com o bem (Rm 12:21). E tal só se concretiza e efectiva nas nossas vidas com a imprescindível ajuda do Espírito Santo, habitando-nos a abster de toda aparência do mal (1 Ts 5:22).

É um imperativo bíblico fugir do mal e de toda a aparência do mal. No entanto, não nos é apenas requerido fugir do mal ou não o praticar, espera-se de nós mais do que isso. Espera-se de nós praticar permanentemente o bem e sempre o bem fazer. O não pactuar com o mal ou promovê-lo, só por si, não é suficiente à luz das Escrituras Sagradas para estar no centro da vontade de DEUS. A neutralidade não tem qualquer tipo de benefícios espirituais, antes pelo contrário incorpora ambiguidade e falta de zelo espiritual, o que o nosso Todo-Poderoso DEUS liminarmente detesta. A neutralidade traduz diante de DEUS o ser apático e “morno”.  Assim sendo, “porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca”, diz claramente o Omnipotente JEOVÁ (Ap 3:16). O crente no Senhor Jesus Cristo é chamado a fugir do mal e, simultaneamente, praticar o bem (Gl 6:9). Abandonar o mal e dedicar-se exclusivamente à prática do bem é a marca distinta e distintiva da real conversão. A verdadeira conversão consubstancia-se inevitavelmente nos frutos dignos de arrependimento (Mt 3:8). E isto requer deixar de fazer o mal para unicamente praticar o bem.

Por isso, sem qualquer tipo de subterfúgio e hesitação, “ó homem de Deus, foge destas coisas e segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a paciência, a mansidão” (v11). É uma ordem Divina que deve ser obedientemente acatada por todos aqueles que genuinamente “nasceram de novo” (2 Co 5:17). O homem de DEUS deve fugir do pecado para abraçar a justiça, a piedade, a fé, o amor, a paciência, a mansidão. Em 2 Timóteo 2:22, além da justiça, fé e o amor, ele também acrescenta a paz como um imperativo bíblico a seguir[18]. Quatro delas, nas seis grandes virtudes que foram aqui enumeradas pelo Apóstolo Paulo para seguir, integram os frutos do Espírito Santo (Gl 5:22), nomeadamente a fé, o amor, a mansidão e a paz, respectivamente. O filho de DEUS deve encarnar na sua vivencia quotidiana todas estas virtudes Cristãs, especialmente os frutos do Espírito Santo. O homem de DEUS deve fugir do pecado e seguir “a justiça, a piedade, a fé, o amor, a paciência, a mansidão” (v11), bem como a verdade, a santidade, o perdão, a humildade, a bondade, a paz, a gratidão e alegria da salvação.  

A Justiça, que vem em primeiro lugar na lista das virtudes que o crente deve abraçar, deve fazer parte integrante do cardápio do homem de DEUS. Ser justo no seu compromisso com DEUS e reflectir esta mesma justiça no seu relacionamento com o próximo, visto que “o Senhor é justo, e ama a justiça; o seu rosto olha para os retos” (Sl 11:7). A justiça é dar a cada um aquilo que merece e não fazer excepção das pessoas de acordo com o seu estatuto ou posição social (Dt 1:17; 10:19; Ac 10:34; Tg 2:1; 2:9). O homem de DEUS não deve promover ou praticar a injustiça, tal como reiteradamente o mundo faz. A justiça é um dos atributos do nosso Eterno JEOVÁ, pois “a retidão e a justiça são os alicerces do teu trono; o amor e a fidelidade vão à tua frente” (Sl 89:14). O homem de DEUS tem de amar a justiça e ser inteiramente justo na sua postura de vida, porque o SENHOR “ama o que segue a justiça” (Pv 15:9). O Profeta Miqueias, para reforçar este mesmo atributo da justiça que se espera de todos os filhos de DEUS, questiona da seguinte forma: “ó homem, o que é bom; e que é o que o Senhor pede de ti, senão que pratiques a justiça, e ames a beneficência, e andes humildemente com o teu Deus?”. Nada mais do que isso.  O Senhor Jesus Cristo foi ainda mais longe advertindo de forma decisiva os seus discípulos no sentido “se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos céus” (Mt 5:19-20). Encarnar a justiça Divina e vivê-la no quotidiano é um dos pressupostos imprescindíveis e irrenunciáveis para herdar a promessa da vida eterna (Sl 15:2).

A Piedade. O homem de DEUS também é convocado a abraçar a piedade. Viver a piedade de forma genuína, santificada, comprometida, altruísta e abnegada. Adoptar mesmo a piedade com contentamento, que é grande fonte de lucro (v6), na sua vivência e sem qualquer tipo de calculismo, sofisma e hipocrisia. Sabemos que, à luz da revelação bíblica, “o exercício físico, por si mesmo, tem pouco valor. Mas a vida piedosa vale tudo, pois leva consigo uma promessa de vida, tanto para agora como para o futuro” (1 Tm 4:8). Portanto, “executai juízo verdadeiro, mostrai piedade e misericórdia cada um a seu irmão; e não oprimais a viúva, nem o órfão, nem o estrangeiro, nem o pobre, nem intente o mal cada um contra o seu irmão, no seu coração” (Zc 7:9-10). Esta vida piedosa, que vale tudo, que nos leva a praticar a verdadeira religião que agrada o coração de DEUS, uma vez que “a pura e verdadeira religião diante de Deus, nosso Pai, é esta: cuidar dos órfãos e das viúvas nas suas dificuldades e afastar-se da corrupção do mundo” (Tg 1:27).

A Fé. Da mesma sorte, o homem de DEUS deve ancorar-se na inabalável fé em DEUS e na segurança da vida eterna. É uma fé enraizada e centralizada exclusivamente no Senhor Jesus Cristo e no Seu impoluto Evangelho da Salvação. A fé ancorada em DEUS e no Senhor Jesus Cristo “ilumina os princípios morais que são o fundamento único e insubstituível da estabilidade e tranquilidade, da ordem interior e exterior, particular e pública[19], únicos valores capazes de habilitar o homem a viver no progresso e, em última instância, libertá-lo da sua condição pecaminosa. A fé que demonstra a fidelidade, em todas as circunstâncias da vida, tendo sempre a certeza nas infalíveis promessas de DEUS. É uma fé que, acima de tudo, tem “a certeza das coisas que se esperam e a garantia das coisas que se não veem” (Hb 11:1). Isto porque, de acordo com os autores sagrados, “o justo viverá pela fé (Hc 2:4; Rm 1:17; Hb 10:38). Realmente, o justo viverá somente pela fé em DEUS e no Senhor Jesus Cristo. A fé que enfrenta com determinação as provações, supera as tentações, vence as batalhas e aguarda, com bastante esperança em DEUS, as bem-aventuranças eternas (Mt 5:1-12).

O Amor. O homem de DEUS é também convocado a seguir o amor. O amor que traduz o primeiro e segundo mandamento nas Escrituras Sagradas. Aquele consiste em amar o SENHOR, o nosso DEUS, de todo o nosso coração, e de toda a nossa alma, e de todo o nosso pensamento. E este, semelhante ao primeiro, é: amarmos o nosso próximo como a nós mesmos (Mt 22:37-39; Dt 6:5; Lc 10:27-28). É um amor holístico, pleno, desprendido e sacrificial em todas as suas dimensões e actuações. O amor de DEUS “é paciente e prestável. Não é invejoso. Não se envaidece nem é orgulhoso. O amor não tem maus modos nem é egoísta. Não se irrita nem pensa mal. O amor não se alegra com uma injustiça causada a alguém, mas alegra-se com a verdade. O amor suporta tudo, acredita sempre, espera sempre e sofre com paciência. O amor é eterno” (1 Co 13:4-8). De sorte que, tal como vinca ainda o Apóstolo Paulo, “o que ama o seu próximo não lhe faz nenhum mal. Pois o amor é o cumprimento total da lei (Rm 13:10)[20] (ALI) e (AQUI).

O homem de DEUS deve construir a civilização do amor que é inerente e evidencia o “sinal distintivo dos discípulos de Cristo (cf. Jo 13, 35). Jesus ensina-nos […] que a lei fundamental da perfeição humana e, portanto, da transformação do mundo, é o novo mandamento do amor. (cf. Mt 22,40; Jo 15,12; Cl 3,14; Tg 2,8). O comportamento da pessoa é plenamente humano quando nasce do amor, manifesta o amor e é ordenado para o amor. Esta verdade vale também no âmbito social: é necessário que os cristãos sejam testemunhas profundamente convictas e saibam mostrar, com a sua vida, como o amor é a única força (cf. 1Cor 12,31-14, 1) que pode guiar à perfeição pessoal e social e mover a história rumo ao bem”[21].

O crente no Senhor Jesus Cristo deve sedimentar a sua vida com base na virtude do amor e, desta forma, dar um forte testemunho da fé perante o país em que está inserido. Quem anda no amor não cansa e nem se cansa.  A virtude do amor é uma arma poderosa para influenciar positivamente qualquer tipo de sociedade.  Segundo ainda Doutrina Social da Igreja, “para tornar a sociedade mais humana, mais digna da pessoa, é necessário revalorizar o amor na sua vida social – nos planos político, económico, cultural –, fazendo dele a norma constante e suprema do agir. Se a justiça é, em si mesma, apta para servir de árbitro entre os homens na recíproca repartição justa dos bens materiais, o amor, pelo contrário, e somente o amor (e portanto também o amor benevolente que chamamos misericórdia) é capaz de restituir o homem a si próprio”[22].

O amor Divino que o homem de DEUS tem impreterivelmente de abraçar transcende, em larga medida, o mero altruísmo pessoal. Não envolve contrapartidas. Colide com as injustiças, as inverdades, o egoísmo, a jactância, o moralismo hipócrita, o falso saber e a espiritualidade de fachada. Não é passível de arbitrariedades ou mudanças circunstanciais. Ele é constante, incondicional e sempiterno. É mais precioso do que todos os bens mundanais, os dons espirituais e a própria vida. É um amor que, sendo encarnado pelos homens com índole de “boa vontade”, procura compreender mais do que ser compreendido, consolar do que ser consolado, amar do que ser amado. É um amor omnipotente que nos remete indubitavelmente para o Todo-poderoso DEUS – a razão primária e última de todo e qualquer tipo de Amor.

Por isso, tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. É um amor que derruba os preconceitos humanos, supera os impossíveis, constrói pontes e projecta-se para a eternidade. Este Amor merece ser fervorosamente abraçado, enaltecido, cantado, proclamado, partilhado e sobretudo vivido (LER).

A Paciência. O homem de DEUS, igualmente, deve seguir a paciência e, desta forma, tê-la na sua vida. A virtude da paciência é extremamente importante na vida de um Cristão, principalmente nos dias pós-modernos que vivemos em que tudo é instantâneo e de imediato. Precisamos da paciência para podermos resistir, com bastante fé em DEUS, a todas as tentações, provações, desânimos, saturações, frustrações e problemas que vão surgindo inevitavelmente no nosso percurso de vida – para nos tentar desviar do caminho certo. A paciência leva-nos a esperar unicamente no SENHOR. Tal como diz o salmista, “espera no Senhor, anima-te, e ele fortalecerá o teu coração; espera, pois, no Senhor” (Sl 27:14). A paciência fortalece as nossas convicções nas infalíveis promessas de DEUS, mesmo que estejamos a passar por situações embaraçosas, complicadas e difíceis, inclusive passando pelo “vale da sombra da morte” não temeremos mal algum, porque DEUS estará connosco para nos conferir a vitória em tempo oportuno (Sl 23:4). Sabemos sempre, como escreve o Apóstolo Paulo, que “a tribulação produz a paciência, e a paciência a experiência, e a experiência a esperança. E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5:3-5).

A Mansidão. O homem de DEUS, por fim, deve seguir também a mansidão. A mansidão é ser manso e humilde de coração. É uma virtude que distingue e distancia claramente o filho de DEUS dos filhos das trevas. Os primeiros encarnam a mansidão e humildade no seu relacionamento com DEUS e com o próximo em geral. Ao passo que os segundos são soberbos aos seus olhos, arrogantes e prepotentes com tudo e todos à sua volta, especialmente com DEUS. O homem de DEUS deve aperfeiçoar o seu carácter com mansidão e humildade, seguindo o nobre exemplo do nosso Grande Mestre e Senhor Jesus Cristo que é manso e humilde de coração. Só assim encontraremos o descanso para as nossas almas (Mt 11:29). Esta postura de mansidão habilitar-nos-á, sem dúvida, a suportar uns aos outros em amor, “com toda a humildade e mansidão, com longanimidade” (Ef 4:2). Quem dentre vós é sábio e inteligente? questiona o servo Tiago, “mostre, pelo seu bom trato, as suas obras em mansidão de sabedoria” (Tg 3:13). É imperativo bíblico o homem de DEUS revestir “como eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade” (Cl 3:12). O homem de DEUS deve rejeitar liminarmente toda imundícia e acúmulo de malícia, no entanto, sem hesitações e reservas, receber “com mansidão a palavra em vós enxertada, a qual pode salvar a vossa alma” (Tg 1:21).

Depois do homem de DEUS fugir dos vícios enumerados nos versículos anteriores, e de todo o tipo de pecado que degrada e leva à morte, por sua vez, ele é compelido no bom sentido do termo a seguir “a justiça, a piedade, a fé, o amor, a paciência, a mansidão” (v11). Assim está completamente habilitado para entrar na batalha espiritual “contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais” (Ef 6:12). O Apóstolo Paulo, exorta ao jovem Timóteo a militar “a boa milícia da fé” (v 12). Militar a boa milícia da fé é combater o bom combate da fé, tal como todos os heróis da fé fizeram ao longo da história bíblica e do Cristianismo em especial (Hb 11:4-40), inclusive o Senhor Jesus Cristo e Apóstolo Paulo (Jo 17:4; 2 Tm 4:7). É uma batalha que, a priori, já ganhamos pelos méritos do Senhor Jesus Cristo, porque “em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou” (Rm 8:37).

No entanto, para militar a boa milícia da fé é também requerido do filho de DEUS estar revestido “de toda a armadura de Deus, para que possamos estar firmes contra as astutas ciladas do diabo (Ef 6:11). E esta armadura de DEUS consiste em cingirmos os nossos “lombos com a verdade, e vestida a couraça da justiça, e calçados os pés na preparação do evangelho da paz; tomando sobretudo o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno. Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus, orando em todo tempo, com a toda oração e súplica no Espírito e vigiando nisso com toda perseverança e súplica por todos os santos” (Ef 6:14-18). E esta poderosíssima armadura de DEUS, com a imprescindível ajuda do Espírito Santo, leva-nos a infligir a duríssima, completa e inimaginável derrota ao diabo, o nosso arqui-inimigo, e todos os seus demónios e filhos da perdição que corrompem o mundo.

Por isso, tendo revestido esta armadura de DEUS, “e, em todas as ocasiões, servimo-nos somente das armas da justiça, tanto na defesa como no ataque” (2 Co 6:7). Defendemos com armas da justiça e também atacamos com as armas da justiça. O Apóstolo Paulo escreve ainda que “andando na carne, não militamos segundo a carne. Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas, sim, poderosas em Deus, para destruição das fortalezas; destruindo os conselhos e toda altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo entendimento à obediência de Cristo, e estando prontos para vingar toda desobediência, quando for cumprida a vossa obediência” (2 Co 10:2-6). Com efeito, importa salientar, não lutamos de modo nenhum “contra carne e sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais” (Ef 6:12).

Militar a boa milícia da fé é também tomar posse da vida eterna, para a qual também fomos chamados (2Timóteo 4:7-8). É, justamente, por isso, que o Apóstolo Paulo insta a Timóteo a militar “a boa milícia da fé, toma posse da vida eterna, para a qual também foste chamado, tendo já feito boa confissão diante de muitas testemunhas” (v.12). A boa confissão diante de muitas testemunhas é prova irrefutável de militar a boa milícia da fé. Por conseguinte, tomamos pela fé no Senhor Jesus Cristo a posse da vida eterna. Matthew Henry sustenta que “a vida eterna é a coroa proposta para nós, para o nosso encorajamento na guerra, e para militar a boa milícia da fé, a boa batalha espiritual. Devemos tomar posse dela, como aqueles que estão com medo de não a alcançar e perdê-la”[23].

O autor sagrado do livro de Apocalipse recomenda a guardar “com firmeza aquilo que adquiriste para que ninguém te possa tirar a coroa da vitória” (Ap 3:11). E a posse da vida eterna, segundo as Escrituras Sagradas, consiste em conhecerem DEUS verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem enviou (Jo 17:3).  É o Senhor e Salvador Jesus Cristo que nos dá graciosamente a vida eterna e segura-a até ao dia em que vamos morar eternamente com Ele no céu, tal como o próprio vai afirmar sobre as suas ovelhas: “dou-lhes a vida eterna e elas nunca mais hão de morrer, nem ninguém as poderá arrancar da minha mão. Aquilo que o meu Pai me deu é o mais importante. Por isso ninguém as pode arrancar das mãos de meu Pai” (Jo 10:28-29).

A nossa tão maravilhosa salvação foi projectada pelo Eterno DEUS antes da fundação do mundo, ou seja, ELE “nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor, e nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade” (Ef 1:4-5). Somos salvos pela graça, por meio da fé; e isso não vem de nós; é dom de DEUS. Não vem das obras, para que ninguém se glorie (Ef 2:8-9). A nossa salvação é um acto unilateral de DEUS, razão pela qual está bem assegurada e protegida nas mãos do Senhor Jesus Cristo, até ao fim, e nenhum autêntico filho de DEUS pode perder a salvação, contrariamente os que alguns andam por aí a defender de forma completamente equivocada.

Nada mesmo nos poderá separar de DEUS. O Apóstolo Paulo, inspirado pelo Espírito Santo, reafirma esta grande e inequívoca verdade soteriológica, registando “porque estou certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor!” (Rm 8:38-39). De facto, nada mesmo nos poderá separar do amor de DEUS, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.

Cabe-nos, com fé, como filhos amados de DEUS, tomar posse da vida eterna e usufruir de todos os seus benefícios humano-espirituais.

A verdadeira riqueza só se encontra em DEUS – fonte inesgotável de toda a bênção e riqueza que há tanto nesta vida como no porvir. A verdadeira riqueza não está no mundo, no Homem e nas suas polutas aspirações e irrealistas expectativas. Também não está na família, no estatuto social, nos bens materiais e nos prazeres desta transitória vida. A verdadeira riqueza apenas está no nosso Eterno Senhor e Salvador Jesus Cristo. Ele é o autor e originador de tudo o que há e existe nos céus e na terra.  Nele, afirma o autor sagrado para confirmar esta óbvia verdade, “foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades; tudo foi criado por ele e para ele. E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele. E ele é a cabeça do corpo da igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência” (Cl 1:16-18).

Relata-nos o Evangelista João, para confirmar a Divindade do Senhor Jesus Cristo como sendo o autor de toda a criação, que Ele “no princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens. E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam” (Jo 1:1-5). É o mesmo Senhor Jesus Cristo, a todos quantos O receberam, “deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus” (Jo 1:12-13).

E nós, como amados e eleitos filhos de DEUS (Cl 3:12), devemos interiorizar estas verdades salvíficas nos nossos corações e aplicá-las diariamente no nosso testemunho de vida para glória e honra do nosso Bom DEUS. Amém.

O Apóstolo Paulo termina este capítulo com grande doxologia, e assim também terminaremos a nossa prolixa reflexão com a mesma acção de graça, rendição, louvor, adoração e exaltação a DEUS, afirmando de forma clara e pública que o Senhor Jesus Cristo é o “único poderoso Senhor, Rei dos reis e Senhor dos senhores; aquele que tem, ele só, a imortalidade e habita na luz inacessível; a quem nenhum dos homens viu nem pode ver; ao qual seja honra e poder sempiterno. Amém!” (1Tm 6:15-16). Aleluia, aleluia e aleluia! Que assim seja. Seja sempre assim. E assim sempre será eternamente. Amém!  


[1] Reduzimos por podcast este nosso sermão que pode ser ouvido na íntegra aqui no Spotify: https://open.spotify.com/episode/0NJ6hJAXp58vbSCv54vGKZ. Ou, também, se preferir, auscultar através do youtube: https://www.youtube.com/watch?v=-N8wTghfUac&t=9s.

[2] Cfr. CONSELHO PONTIFÍCIO JUSTIÇA E PAZ, in Compêndio da Doutrina Social da Igreja, Principia, Cascais, 2005, p. 214 e ss.

[3] Cfr. CONSELHO PONTIFÍCIO JUSTIÇA E PAZ, in Compêndio da Doutrina Social da Igreja, p. 214 e ss.

[4] Para uma visão mais abrangente sobre a felicidade e as suas várias implicações filosóficas, políticas, religiosas e sociais, recomendamos a leitura deste nosso artigo de opinião sobre “O Que é a Felicidade?” –  https://as-verdades.blogspot.com/2019/01/o-que-e-felicidade_95.html.

[5] A paz momentânea que o mundo oferece acaba sempre em guerra – tanto numa perspetiva pessoal, relacional, familiar, societário e entre os próprios países. O mundo não pode oferecer uma paz consistente, plena e duradoura no curso do tempo, porque carece dela. A paz que o mundo oferece é precária, interesseira, limitada, efémera e finita. É uma paz que assenta sobretudo nos pressupostos manifestamente egocêntricos e equivocados, despida dos sublimes Princípios e Valores Divinos. Há uma sistemática violação da paz no mundo em que estamos submersos. A depressão, o ódio, a traição, a violação, a violência, o homicídio, o suicídio e a guerra são o resultado intrínseco e a confirmação inequívoca da falta de paz no nosso decaído mundo.

Sobre as tensões no mundo, sobretudo de fazer a guerra com o intuito de restaurar a paz à luz de Direito Internacional, recomendamos a leitura deste nosso artigo de opinião sobre se “Uma Guerra Pode Ser Considerada Justa?”. Ler qui: https://as-verdades.blogspot.com/2024/11/uma-guerra-pode-ser-considerada-justa.html. Ainda sobre as permanentes tensões actualmente existentes no mundo pode ler, igualmente, esta nossa crónica no jornal português Observador, intitulada “A Caminho da Desordem Mundial”:  https://observador.pt/opiniao/a-caminho-da-desordem-mundial/.     

[6] Cfr. Veja aqui, para mais informações, a Declaração de Fé Baptista Portuguesa: https://seminariobaptista.com.pt/wp-content/uploads/2011/12/final_Doc-3.1-Declara%C3%A7%C3%A3o-de-F%C3%A9_Conven%C3%A7%C3%A3o.pdf.

[7] O Cristianismo contemporâneo vive uma das suas piores crises existenciais – tanto a nível interno como externo. A Igreja do Senhor Jesus Cristo não é um sítio de estimular expectativas mundanas ou de locupletação, tal como tem sido sistematicamente usada ao longo dos séculos. Ela é a Casa de Adoração para anunciar todo o Plano de DEUS (At 20:27). Sobre os falsos pastores, falsos mestres, falsos obreiros, falsos líderes e falsos Cristãos que usam de forma distorcida o Evangelho para os fins mundanos, sugerimos a leitura deste nosso artigo “Os Vendilhões do Templo”: https://as-verdades.blogspot.com/2015/02/os-vendilhoes-do-templo.html.

[12] Cfr. MATTHEW HENRY, Comentário Bíblico do Novo Testamento (Atos a Apocalipse), p. 702.

[13] Cfr. HERNANDES DIAS LOPES, 1 Timóteo (O Pastor, Sua Vida e Sua Obra), págs. 145 e 146.  

[14] Cfr. TIMOTHY KELLER, Falsos Deuses (As Promessas Vazias de Dinheiro, Sexo e Poder, e a Única Esperança que Importa), Paulinas Editora, 2009, p. 70.

[15] Cfr. HERNANDES DIAS LOPES, 1 Timóteo (O Pastor, Sua Vida e Sua Obra), p. 146. 

[16] Cfr. HERNANDES DIAS LOPES, 1 Timóteo (O Pastor, Sua Vida e Sua Obra), p. 146. 

[17] Todos aqueles que vivem deliberadamente a trair, especialmente traindo o Senhor Jesus Cristo, a Sua Amada Igreja e Obra em geral, o fim deles é a perdição eterna, se previamente não se arrependerem dos seus maus caminhos. Ver aqui o ensaio teológico que escrevemos sobre “O Alto Preço da Traição”, baseado na funesta história de Judas Iscariotes: https://as-verdades.blogspot.com/2022/04/judas-e-o-preco-da-traicao_15.html.

[18] A verdadeira paz, isto é, a paz do Senhor Jesus Cristo, envolve inevitavelmente a reconciliação com o nosso Todo-Poderoso DEUS, connosco e com o nosso próximo (2 Co 5:18-19). E esta paz somente o Senhor Jesus Cristo pode proporcionar, através do Espírito Santo. É uma paz que preenche na íntegra todos os anseios da alma, vazios existenciais e carências do ser humano, aplacando qualquer tipo de deriva belicosa e ímpetos malévolos. Habilita a pessoa a reconciliar-se consigo, com tudo o que está à sua volta, e simultaneamente conferindo-lhe uma vida plena, bem-sucedida, realizada e feliz. Esta paz transcende, em larga escala, todos os arbítrios do ser humano e projecta-lhe para o Eterno Jeová (Fl 4:7). É uma paz que o Senhor Jesus Cristo outorga gratuitamente para todos aqueles que depositam inteiramente a sua fé Nele. É uma paz totalmente diferente da paz precária que o mundo oferece. A paz de DEUS é o único antidoto exequível e ideal para extrair todos os cancros do ser humano, proporcionando-lhe a plenitude, a harmonia e a felicidade eterna. Ver “A Paz do Senhor Jesus Cristo Num Mundo de Permanentes Guerras”: https://as-verdades.blogspot.com/2025/03/a-paz-do-senhor-jesus-cristo-num-mundo.html.

[19] Crf. CONSELHO PONTIFÍCIO JUSTIÇA E PAZ, in Compêndio da Doutrina Social da Igreja, p. 360.

[20] Para uma leitura mais detalhada e abrangente sobre o amor, recomendamos a leitura deste nosso artigo de opinião intitulado “O Amor Seja Sem Hipocrisia”: https://as-verdades.blogspot.com/2024/12/o-amor-seja-sem-hipocrisia.html. E também pode auscultar aqui a prolixa pregação que fizemos sobre “A Importância Cimeira do Amor nas Nossas Vidas”, através deste link: https://as-verdades.blogspot.com/2024/11/a-importancia-cimeira-do-amor-nas.html.    

[21] Cfr. CONSELHO PONTIFÍCIO JUSTIÇA E PAZ, in Compêndio da Doutrina Social da Igreja, p. 362.

[22] Cfr. CONSELHO PONTIFÍCIO JUSTIÇA E PAZ, in Compêndio da Doutrina Social da Igreja, pgs. 363 e 364.

[23] Cfr. MATTHEW HENRY, Comentário Bíblico do Novo Testamento (Atos a Apocalipse), p. 703.