Adeus ao Uso da Máscara ou um Momentâneo Até Já?


 A partir de hoje deixou de vigorar o uso obrigatório de máscaras em Portugal. Nunca fui apologista de obrigar coercivamente as pessoas a usarem a máscara. Elas devem ser inteiramente livres de fazerem as opções que julgarem mais convenientes para as suas vidas, sem qualquer tipo de paternalismos ou tutela estatal. As minhas profundas reservas para com a não obrigatoriedade do uso da máscara não têm nada a ver com a esfera secular, mas sim com a sua dimensão espiritual. 

A máscara, a todos os níveis, tem uma conotação bastante negativa do ponto de vista Cristão. Ela é manifestamente incompatível com os Princípios e Valores do Cristianismo. A Palavra de DEUS exorta-nos vivamente a afastarmo-nos do mal e também de toda a aparência do mal (1 Tessalonicenses 5:22). Por isso, faz-me imensa confusão a máscara ser, neste momento, o nosso importante “aliado” no sagrado culto que prestamos a DEUS (pelos menos desde quando despoletou a maldita pandemia do coronavírus). Vemos a promoção – até à exaustão – das máscaras nos nossos púlpitos, bancos de igrejas e congregações em geral. Um desfile interminável de máscaras: máscaras a serem usadas nas pregações, na Escola Bíblica Dominical, no louvor e adoração, sob o falso pretexto de “protegermo-nos” uns aos outros e obedecer aos ditames das autoridades, que decretam o seu uso obrigatório nos templos. 

A Igreja deveria ter feito finca-pé para não aceitar a máscara nas suas instalações, reclamando com maior alcance a excepção que os restaurantes beneficiavam. Faz algum sentido estar a pregar ou louvar a DEUS com máscara? Obviamente que não. 

Toda esta trapalhada e deriva eclesiástica deve-se ao facto de as lideranças das igrejas decidirem, unilateralmente, sem base bíblica, fechar a Casa de DEUS, antes de ser propriamente decretado o estado de emergência, condicionando posteriormente a imposição do Estado na liberdade do culto dos crentes. Se as autoridades das igrejas não tivessem inicialmente alinhado na agenda mundana do Estado este, em circunstância alguma, ousaria obrigar à proibição das celebrações religiosas, uma vez que não tem competência constitucional para fazê-lo. A propósito disso, do fecho das igrejas, escrevia o ilustre Professor Catedrático Jorge Bacilar Gouveia, que “não esteve bem a hierarquia católica, que foi mais drástica do que o poder político, tomando e até antecipando uma proibição que nem o próprio Estado teve a ousadia de aplicar com tanta severidade”. 

E mais, a declaração do estado de sítio ou do estado de emergência “em nenhum caso pode afectar os direitos à vida, à integridade pessoal, à identidade pessoal, à capacidade civil e à cidadania, a não retroatividade da lei criminal, o direito de defesa dos arguidos e a liberdade de consciência e de religião”, tal como preceitua a Constituição da República Portuguesa (art.º 19.6). Mas, infelizmente, as igrejas optaram erradamente por alinhar na onda do fecho generalizado e na subserviência sem precedentes ao poder político em detrimento da Palavra de DEUS e da saúde espiritual dos fiéis, distorcendo inclusive o alcance teológico da passagem bíblica de Romanos 13:1-7 para justificar o injustificável, isto é, o fecho das igrejas. 

O dia da libertação das máscaras chegou finalmente hoje. Espero que não seja momentaneamente um até já, mas sim uma libertação permanente. Espero igualmente que o uso de máscara não seja mais obrigatório, mas sim facultativo, para o bem de todos. Espero, por fim, que as máscaras abandonem definitivamente os nossos púlpitos e portas das nossas igrejas para assim podermos proclamar e louvar livremente o nosso Eterno DEUS, sem qualquer tipo de obstáculo, sufoco ou impedimento.