Vivemos num mundo perverso e decadente a todos os
níveis. Um mundo completamente hostil, violento, perigoso e belicoso. Um mundo
onde prolifera abundantemente a desgraça, a maldade e a malignidade. Um mundo,
acima de tudo, descaracterizado da verdadeira essência do humanismo e da
humanidade. Tanto que, por esta razão, para grande infelicidade nossa, estamos
ininterruptamente a viver num clima de constante tensão, de intimidação, de
ódio, de perseguição, de confrontação, de violência e de guerras. Há guerras em todas as circunscrições e limítrofes. As
guerras fazem parte do cardápio do ser humano, infelizmente. Todo o mundo está
cercado de situações de rupturas, ameaças e de guerras – tanto numa perspectiva
lato sensu como stricto sensu. Há guerras entre os países,
guerras entre as sociedades, guerras no seio familiar, guerras entre pessoas e
particularmente com elas. Os países atacam-se mutuamente, violando
deliberadamente os acordos bilaterais, multilaterais e tratados internacionais
solenemente firmados; as sociedades estão em conflitos intermináveis,
repercutindo negativamente nos relacionamentos interpessoais e de
familiaridade. Vivemos num mundo hostil e de constantes guerras, para desgraça
de todos nós (OUVIR).
A guerra traduz a ausência de paz. Há um défice
acentuado da paz na convivência dos seres humanos. O mundo não pode viver
holisticamente na virtude do amor, do perdão, da tolerância, da harmonia e da
fraternidade. O mundo está completamente possuído pelo poder das trevas,
estando assim desencontrado com os caminhos da paz e liberdade. O mundo não
pode oferecer uma paz consistente, plena e duradoura no curso do tempo, porque
carece dela. A paz que o mundo oferece é precária, interesseira, limitada,
efémera e finita. É uma paz que assenta sobretudo nos pressupostos
manifestamente egocêntricos e equivocados, despida dos sublimes Princípios e
Valores Divinos. Há uma sistemática violação da paz no mundo em que estamos
submergidos. A depressão, o ódio, a traição, a violação, a violência, o
homicídio e o suicídio são o resultado intrínseco e a confirmação inequívoca da
falta de paz no nosso decaído mundo.
A partir do momento em que o ser humano está
desprovido da paz no seu coração este défice acentuado abre as portas para as
mais chocantes e inauditas aberrações no seu comportamento, que se vão
traduzindo na maldade e malignidade. Passamos assim, a fortiori, a viver
numa autêntica selva – e com as séries implicações humano-antropológicas que
isto representa na convivência saudável entre as nações e pessoas em geral. Não
há respeito e consideração. Não há compreensão e empatia. Não há tolerância e
solidariedade. Não há amor e perdão. Não há fraternidade e harmonia. Não há,
por fim, empatia e solidariedade. Esta dura realidade é transversal aos países,
culturas, sociedades, famílias, pessoas e relacionamentos.
Tanto que, por esta razão, há uma tremenda violação e
violência no nosso mundo. As pessoas usam-se umas às outras sem dó nem piedade.
Abusam-se umas das outras, sem o mínimo de primor e pudor. Maltratam-se umas às
outras sem qualquer tipo de peso de consciência. Violam-se umas às outras.
Descartam-se umas às outras. Matam-se, na pior das hipóteses, se for possível,
umas às outras, para satisfazerem os seus insaciáveis caprichos censuráveis.
Ninguém respeita os acordos, os contratos e as convenções pré-estabelecidas. Há
sempre, na generalidade de situações, aproveitamento, inveja, odio, traição,
inimizades, conflitos e intermináveis guerras. Todos estes cancros
humano-sociais são resultados inequívocos da ausência da paz no empedernido
coração do ser humano (LER).
Apesar de toda esta patente depravação que abafa e
prolifera de forma galopante no mundo, com a encarnação do Senhor Jesus Cristo,
a palavra paz passou a ganhar o mais elevado significado teológico e
teleológico. A começar, desde logo, com o jubiloso anúncio da grande multidão
de milícia celestial que entoava alegremente “glória a Deus nas maiores
alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem” (Lc 2:13-14). E,
ainda, nos momentos precedentes a ascensão do Senhor Jesus aos céus, Ele encorajou
os seus discípulos com as afectuosas palavras de determinação e perseverança:
“deixo-vos a paz, a minha paz vos dou” (Jo 14:27). A paz que, em última
instância, sem dúvida, traduz a presença constante do Espírito Santo na vida
daqueles que verdadeiramente “nasceram de novo”.
Tanto na encarnação do Senhor Jesus Cristo como na Sua
glorificação enceraram com a palavra paz. Por isso, durante todo o Seu
ministério terreno, Ele proclamou incessantemente a paz sem fazer excepção de
pessoas (Ef 2:17), confirmando assim pelo Seu impoluto testemunho de vida ser o
“Príncipe da Paz” (Is 9:6). O Senhor Jesus Cristo não presenteou os pobres
pastores e a Humanidade em geral com nada que não fosse a paz (Lc 2:14),
emanada pelos anjos e personificada na Sua humilde manjedoura (Lc 2:10-12). Da
mesma sorte, o único legado que Ele deixou aos seus discípulos, aquando da Sua
assunção aos céus, foi a mesma paz de DEUS (Jo 14:27). É uma paz que consegue
na perfeição preencher plenamente todo o vazio do ser humano e,
concomitantemente, despertá-lo para os sublimes Princípios e Valores da vida
devotada e consagrada. Cristo, sustenta o Apóstolo Paulo para reforçar esta
clara verdade salvífica, “é de facto a nossa paz” (Ef 2:14).
A verdadeira paz envolve, em última instância, a
reconciliação com o Todo-Poderoso DEUS, connosco e com o nosso próximo (2 Co
5:18-19). E esta paz somente o Senhor Jesus Cristo pode proporcionar, através
do Espírito Santo. É uma paz que preenche na íntegra todos os anseios da alma,
vazios existenciais e carências do ser humano, aplacando qualquer tipo de
deriva belicosa e ímpetos malévolos. Habilita a pessoa a reconciliar-se
consigo, com tudo o que está à sua volta, e simultaneamente conferindo-lhe uma
vida plena, bem-sucedida, realizada e feliz. Esta paz transcende, em larga
escala, todos os arbítrios do ser humano e projecta-lhe para o Eterno Jeová (Fl
4:7). É uma paz que o Senhor Jesus Cristo outorga gratuitamente para todos
aqueles que depositam inteiramente a sua fé Nele. É uma paz totalmente
diferente da paz precária que o mundo oferece. A paz de DEUS é o único antidoto
exequível e ideal para extrair todos os cancros do ser humano,
proporcionando-lhe a plenitude, a harmonia e a felicidade eterna (LER).
O nosso mundo está bastante descrente, corrupto,
conflituoso, belicoso e na deriva espiritual, porque teima em declinar a
maravilhosa paz do Senhor Jesus (Is 55:1-13), preferindo refugiar-se nas
efémeras ilusões que não proporcionam uma vida bem-sucedida e feliz. A paz de
DEUS está visceralmente ligada à harmonia, ao amor, ao gozo, à bondade, à
esperança e à herança da vida eterna. Ela é a manifestação visível do fruto do
Espírito Santo na vida dos eleitos filhos de DEUS (Gl 5:22), conferindo-lhes as
infalíveis garantias das Bem-aventuranças eternas (Mt 5:1-12).
A conflitualidade existente nos relacionamentos entre
os países, instituições, sociedades, famílias e pessoas em geral, gerando um
número interminável de guerras, deve-se exclusivamente à inexistência da paz de
DEUS no mundo. A paz de DEUS é o único antídoto indispensável para sarar as
profundas feridas, mágoas, traumas, ódios e inimizades que grassam no coração
do ser humano que este herdou do pecado original. Aqueles que aceitaram de bom
grado o Senhor Jesus Cristo nas suas vidas têm graciosamente esta salvífica paz
e vivem-na plenamente no seu percurso de vida diário, através da manifestação
de reconciliação, amor, perdão, misericórdia e paz para com o próximo. Ela é
marca visível do Espírito Santo na vida dos eleitos filhos de DEUS e a
confirmação da nossa salvação em Cristo Jesus (2 Co 5:17).
No entanto, esta paz Divina não traduz necessariamente
ausência de problemas e contradições na vida dos filhos de DEUS. Somos
susceptíveis de passar por grandes dificuldades, adversidades e infortúnios.
Esta paz apenas habilita-nos a encarar os desafios da vida, com fé, mansidão e
esperança nas infalíveis promessas da vida eterna. Por outras palavras, não
vivemos obcecados com a momentânea e corrupta glória deste mundo, porque a
glória do mundo é passageira. Sic transit gloria mundi, já formulava há
séculos o monge Tomás de Kempis.
Os nossos horizontes e legítimas expectativas estão
unicamente firmados nos valores do Evangelho e na nossa Pátria Celestial. Não
andamos em permanentes frustrações, desânimos, tristezas, depressões, vícios,
não obstante os reveses que possamos enfrentar no nosso quotidiano. Muitas são
as aflições do justo, escrevia o salmista, mais de todas o SENHOR o livra (Sl
34:19). Temos a paz de DEUS que preenche completamente a nossa vida, dando-nos
um sentido positivo na forma de estar e encarar os elevados desafios da vida em
particular, e do mundo em geral.
O mundo fala de forma reiterada de paz, mas está
desprovida dela. Proliferam inimizades, ódios, guerras e matanças, por causa da
ausência de paz no coração do ser humano. Só a paz do Senhor Jesus Cristo, a
verdadeira paz, pode realmente criar um mundo mais harmonioso, justo e
fraterno. A paz do Senhor Jesus é diferente da paz do mundo em todos os
aspectos. A paz do mundo é conveniente, parcial, frágil e limitada no curso do
tempo, uma vez que exigem sempre contrapartidas egocêntricas na sua manutenção
que, muitas das vezes, são irrealistas do ponto de vista objectivo. Ao passo
que a paz do Senhor Jesus Cristo é plena, justa, perfeita e perpétua. Ela é,
acima de tudo, a presença de DEUS e galardoadora das Bem-aventuranças eternas.
O Senhor Jesus Cristo, prestes a terminar o Seu
importante sermão de antecipação pelas coisas futuras que acontecerão no mundo,
depois da Sua gloriosa ascensão aos céus no capítulo 14 do Evangelho s. João,
com vista a reforçar ainda mais a fé dos seus amados discípulos, fez questão de
adverti-los preventivamente daquele que domina este mundo que, nas outras
versões bíblicas, é apelidado de “príncipe deste mundo” (Jo 12:31). Aquele que
domina o mundo está quase a chegar, exortava peremptoriamente o Senhor Jesus
Cristo (Jo 14:30). Ele já chegou ao mundo há muito tempo, com todas as forças
do mal, e domina os que vivem na desobediência e rebelião contra DEUS (Ef 2: 2;
Cl 3:6; 2 Co 4:4).
Quem é o príncipe deste maligno mundo? O príncipe
deste mundo é o ser mais nauseabundo e execrável que existe no universo chamado
diabo. Também conhecido como o grande dragão, satanás, lúcifer (Is 14:12-15; Ez
28:14-17), belzebu (Mt 12:24), o acusador (Ap 12:10), o pai da mentira (Jo
8:44), o príncipe das potestades do ar e dos demónios ou antiga serpente (Ef
2:2). O Apóstolo João sustenta que “ele é a antiga serpente, aquele a quem
chamam Diabo e Satanás, o sedutor de toda a gente. Ele e os seus anjos foram
atirados para a Terra” (Ap 12:9).
O diabo é o ladrão que veio somente roubar, matar e
destruir (Jo 10:10). Segundo o Apóstolo Paulo, ele é “o deus deste mundo que
cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do
evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus” (2 Co 4:4). O nosso
Senhor Jesus Cristo qualificou-lhe, de forma peremptória, como “homicida desde
o princípio e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele; quando ele
profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira”
(Jo 8:44). Na mesma esteira do pensamento, o autor sagrado vai ao ponto de
considerar que “o diabo vive pecando desde o princípio. Para isto o Filho de
Deus se manifestou: para desfazer as obras do diabo” (1 João 3:8).
Tanto que, por esta razão, somos manifestamente
exortados pelas Escrituras Sagradas a não darmos lugar ao diabo (Ef 2:27),
antes pelo contrário sujeitando-se, pois, em plena obediência, a DEUS,
resistindo firmemente ao diabo, e ele fugirá de nós (Tg 4:7). Devemos
revestir-nos de toda a armadura de DEUS (Ef 6:10-18), para que possamos estar
firmes contra as astutas ciladas do diabo, “porque não temos que lutar contra
carne e sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra
os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade,
nos lugares celestiais (Ef 4:11-12). Cumprindo na íntegra com estas salutares
disposições bíblicas, o nosso DEUS de paz não tardará a esmagar satanás debaixo
dos nossos pés (Rm 16:20). Por outras palavras, o diabo já foi esmagado na Cruz
do Calvário e completamente derrotado pelo nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo
(Cl 2:15; Ap 20:2-3;10). Aleluia!
O diabo domina o mundo, juntamente com todos os
demónios que estão ao seu serviço maquiavélico para implementar a discórdia, a
guerra, a violência, o terror, a matança e a destruição no mundo. Ele é o
“príncipe” no pior sentido do termo, isto é, no sentido maligno e funesto. O
diabo é o príncipe de todo o engano, falsidade, mentira, traição, ganância,
soberba, prostituição, crueldade, matança, desumanidade, depravação, maldade e
malignidade. Ele é ainda o príncipe das potestades do ar (Ef 2:2), da mentira,
do ódio, da corrupção, da traição, da vingança, da carnificina, do caos e de
todo o tipo de pecado existente e reinante no mundo inteiro, bem como o
príncipe das trevas e da morte (Ef 6:12). O diabo domina tudo o que é
asqueroso, hediondo, mau, macabro e trágico. Ele é o príncipe da impiedade, da
maldade e do mundanismo. Domina os demónios caídos, que estão ao seu serviço
maligno, e também os pecadores que resistem deliberadamente a graça redentora
do Senhor Jesus Cristo, vivendo deliberadamente na perversidade, na ofensa e no
pecado. O diabo domina o mundo com o poder das trevas e da morte, tendo como
finalidade última destruir a Humanidade inteira.
O diabo domina este perverso e decadente mundo,
juntamente com todos os demónios e filhos da perdição, que estão ao seu serviço
maquiavélico para implementar o caos e a destruição, insistimos. Mas, atenção,
importa ainda salientar que o diabo domina o mundo, contudo não domina o nosso
Todo-Poderoso DEUS e a Sua soberania. Também não domina o Senhor Jesus Cristo,
o Espírito Santo, a Santa Igreja de Cristo e, tão pouco, domina os eleitos
filhos do nosso Eterno JEOVÁ. O Senhor Jesus Cristo venceu o diabo na Cruz do
Calvário (Gn 3:15; Jo16:33), dando-nos igualmente o poder de vencê-lo na força
do Espírito Santo e todos os seus demónios (Mc 16:17; Lc 10:19).
Subscrevo na
íntegra as sugestivas e inspiradas palavras de Hernandes Dias Lopes quando
afirma que “Cristo venceu o mundo e o diabo (Jo 12.31), e Satanás não tem poder
sobre ele. Não há nada em Jesus Cristo que o diabo possa controlar. Uma vez que
estamos “em Cristo”, Satanás também não pode controlar nossa vida. Nem Satanás
nem o mundo podem perturbar nosso coração”.
Somos blindados por DEUS, através do Espírito Santo
nas nossas vidas. O Espírito da verdade que o mundo não pode receber, porque
não o vê nem o conhece. Ele está connosco e habita nos nossos corações, razão
pela qual O conhecemos (Jo 14: 17). Ele ensina-nos tudo e faz com que
recordemos tudo o que o Senhor Jesus Cristo outrora instruiu aos seus
discípulos (Jo 14:26). Convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo
(Jo 16:8). Guiar-nos-á sempre em toda a
verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e nos
anunciará o que há de vir (Jo 16:13). O Espírito Santo, em suma, é o penhor da
nossa salvação em Cristo Jesus (Ef 1:14). Louvado seja DEUS!
Não ficaremos desamparados no mundo e entregues à
nossa sorte. O Senhor Jesus Cristo foi para a Sua excelsa glória, depois ter
sido crucificado, morto e ressuscitado ao terceiro dia, apresentando-Se com
provas irrefutáveis (Mt 28:1-10; Mc 16:1-10; Lc 24:1-12; Jo 20:1-10). Era
importante que Ele fosse para o céu. Se não fosse assim, o Consolador não viria
até nós (Jo 16:7), tal como aconteceu logo a seguir no dia de Pentecostes (At
2:20-21). Mas Ele foi para junto de DEUS Pai, enviando-nos assim o Espírito
Santo para estar connosco e nos orientar na nossa caminhada Cristã neste
pervertido, cruel e injusto mundo.
O Senhor Jesus Cristo foi para o céu, mas não nos
deixou órfãos no mundo. “Não vos hei de deixar órfãos pois voltarei para junto
de vós”, prometeu o nosso Salvador Jesus Cristo (Jo14:18). E assim foi. A
referida promessa foi cumprida com a poderosa descida e habitação do Espírito
Santo nas nossas vidas nos dias de Pentecostes (At 2:1-4). Temos o amparo
permanente de DEUS, através do Espírito Santo, que impossibilita completamente
o diabo de ter qualquer tipo de domínio sobre a nossa vida ou, porventura, de ter
a possibilidade de nos destruir. Da mesma sorte que o diabo não tem nenhum
poder sobre o Senhor Jesus Cristo, assim também não tem qualquer tipo de poder
sobre nós – que somos amados e eleitos filhos de DEUS para a salvação antes da
fundação do mundo (Ef 1:4-5; 2 Tm 1:9-10; 1 Ts 1:4; 2 Ts 2:13; Jo 15:17; Rm
8:29-30).
Por estarmos inteiramente revestidos da presença
permanente do Espírito Santo em nós, e com a armadura de DEUS (Ef 6:1-18), não
estamos sozinhos no mundo. Não estamos desprotegidos e abandonados. Não estamos
solitários nem órfãos (Jo 14:18), antes pelo contrário, temos um Pai amoroso
que cuida de nós em tudo o que realmente precisamos para o nosso crescimento e
vitória final.
Sabemos que, pela experiência prática da vida, ficar
órfãos dos pais é estar completamente desprotegido e vulnerável em todas as
dimensões da vida, susceptível de infindáveis arbitrariedades e injustiças
perante os terceiros, especialmente de ser presa fácil dos adversários. Os pais
visam zelar pelos interesses legítimos dos filhos e protegê-los de qualquer
tipo de tentação, ameaças e perigos em que estes incorrem, sobretudo ataques do
inimigo. A orfandade é uma das piores desgraças humanas, acarretando prejuízos
incalculáveis, que poderá acontecer a qualquer um. A pessoa perde uma
importante cadeia de apoio incondicional, amor filial, o cuidado, a provisão e
a protecção dos pais. Não sem razão costuma-se dizer popularmente que “quem tem
mãe tem tudo. Quem não tem mãe não tem nada” (leia-se os pais, bem entendido).
Por conseguinte, esta dura realidade não vai acontecer
connosco, tal como ficou provado biblicamente supra. Em circunstâncias
nenhumas, ficaremos órfãos aqui no mundo. O Todo-Poderoso DEUS é o nosso Pai
Celestial que está nos céus para cuidar dos nossos legítimos interesses (Mt
6:9-13). Temo-Lo connosco, bem como o Senhor Jesus Cristo, e o Santo Espírito
nas nossas vidas para nos habilitar a viver na graça, no amor, na santificação,
no perdão, na segurança, na alegria, na paz, na reconciliação e na promessa da
vida eterna. Somos salvos do pecado e do diabo para vivermos definitivamente no
amor, na luz e na paz gloriosa do Senhor Jesus Cristo. A nossa vida transborda
esta Divina paz, não obstante estarmos cercados pelo mundo hostil em
permanentes guerras e pelos inimigos ferozes que nos querem, a todo o custo,
destruir.
Mesmo assim, não somos atingidos por estas setas
incendiárias, armadilhas do diabo e dos seus agentes no mundo. Estamos
completamente protegidos pela mão poderosa de DEUS, levando-nos a encarnar a
paz no nosso testemunho de vida, mormente para todos aqueles que nos rodeiam
que, infelizmente, ainda não abraçaram a graça salvífica do Senhor Jesus
Cristo.
Somos chamados a viver na paz de DEUS, fomentá-la,
promovê-la e anunciá-la intrepidamente pelo mundo perdido em constantes
guerras. Esta maravilhosa paz somente o Senhor Jesus Cristo pode graciosamente
conferir, mediante o Espírito Santo. O mundo, em circunstância alguma, pode
oferecer a verdadeira paz. Só se oferece aquilo que realmente se tem. O mundo
não dispõe da paz do SENHOR, porque a sua natureza é conflituosa, má e
pecaminosa.
Ora, quem é pecaminoso vive deliberadamente em
escândalos, ofensas e guerras intermináveis com ela e com tudo à sua volta. Só
tem estas abominações para oferecer. A paz do mundo é arbitrária nos seus
propósitos e fins. É frágil e despida de consistência no curso do tempo. É
ainda tendenciosa é precária. E, por fim, é uma paz parcial, putrefacta,
violenta e maligna: uma autêntica adulteração da verdadeira paz, pois de paz
não tem certamente nada. Mundo está inteiramente despido da paz e vive
completamente alheio com a sua efectivação.
Concordo na íntegra com as sábias e inspiradoras
palavras de D. A. Carson, citado por Hernandes Dias Lopes no seu comentário
expositivo do Evangelho segundo João: “o mundo não tem o poder de dar paz. Há
tanto ódio, egoísmo, amargura, malícia, ansiedade e medo que toda tentativa na
direção da paz é rapidamente submergida. A paz de Cristo é alegria inefável no
meio da luta. E a presença sobrenatural na fornalha. É a proteção segura na
cova dos leões. É a coragem inabalável no vale da morte. A paz de Cristo é a
paz que defende nosso coração e nossa mente da invasão da ansiedade”.
Mesmo que estejamos a viver todas estas vicissitudes, contradições
e contrariedades nas nossas vidas, inclusive passar pelo “vale da sobra da
morte” (Sl 23:4), continuaremos a ter holisticamente a paz do Espírito Santo de
DEUS para nos proteger, apoiar, guiar, consolar, fortificar, edificar, abençoar
e conduzir para as Bem-aventuranças Eternas (Mt 5:1-12).
Cabe, por isso, a cada um nós, com carácter de
urgência, disponibilizar-se em aceitar graciosamente esta maravilhosa e Divina
paz do Senhor Jesus Cristo. Só assim, estaremos capacitados para viver
plenamente na paz e, deste modo, integrar definitivamente o Reino eterno do
Senhor e Salvador Jesus Cristo. Que assim seja. E assim sempre será pela fé no
nosso Todo-Poderoso DEUS.